ANT despede jornalista em práticas após acusá-la a ‘Guardia Civil’ por “desordens públicas” e “danos” no conflito de Massó

A militante independentista M. R. L. foi detida em 1 de Agosto em Cangas do Morraço acusada de “danos” e “desordens públicas” polo instituto armado espanhol. Ambas imputaçons produzidas após o ataque a um caixeiro de Caixanova. Embora M. R. L. está pendente de juízo e, portanto, sem responsabilidade penal, a detençom e acusaçons da ‘Guardia Civil’ fôrom motivo mais do que suficiente para que a direcçom de A Nosa Terra, meio em que M. R. L. fazia as práticas como estudante de Jornalismo, decidisse o despedimento fulminante da trabalhadora. A detençom produzia-se em Agosto completamente à margem das circunstáncias profissionais da jornalista e no decurso dum conflito que já tem produzido dezenas de detid@s. No entanto, esta realidade, assim como a vigência da presunçom de inocência da jovem, que como dixemos está pendente de juízo, nom impedírom que em 1 de Setembro, quando se reincorporou às práticas em ANT, fosse convidada a renunciar ao seu posto de trabalho polo Vice-presidente e Conselheiro Delegado de A Nosa Terra, Afonso Eiré “Pucheiro”. A petiçom de Eiré veu acompanhada dum “interrogatório” pseudo-policial sobre as actividades e compromissos militantes de M. R. L., a sua vinculaçom com o conflito de Massó ou, incluso, perguntas como “Estás numha organizaçom clandestina, nom é?”. O Conselheiro Delegado de ANT pressionou infrutuosamente à trabalhadora para que renunciasse ao seu convénio de práticas, ofertando-lhe a “possibilidade” de alegar “razons pessoais” e evitar assim que “ninguém fique manchado” (sic). Consequências académico-laborais A gravidade da nom-renúncia às práticas é evidente: no expediente figurará um “nom apto” que dificultará a admissom da afectada em qualquer vaga de trabalho relacionada com o jornalismo. À vista desta situaçom, a CIG e o Sindicato de Jornalistas estám tratando neste momento de que esta possibilidade nom se consoma, mas a empresa ampara-se num critério laxo como é a suposta “perda de confiança” na trabalhadora para levar adiante a decisom de Afonso Eiré. A posiçom da USC neste conflito casa à perfeiçom com a do semanário autonomista. O responsável polas práticas da Faculdade de Jornalismo, Fernando Redondo, aconselhou à trabalhadora acolher-se à renúncia “voluntária”. Segundo Redondo, que dá por suposta a responsabilidade penal de M. R. L. nas acusaçons que levanta contra ela a ‘Guardia Civil’, “podes pensar o que queras, outra cousa é o que fagas” (sic). O responsável universitário anunciava aliás, incidindo nesta aboliçom da presunçom de inocência, que “alunado com processos penais semelhantes foi expulsado da Universidade noutras ocasions”. Afonso Eiré erige-se em acusaçom policial Transformando-se em acusaçom policial, Afonso Eiré relacionou M.R.L. com os ataques a Caixa Nova produzidos nos últimos meses. Segundo o Conselheiro Delegado de ANT, “seria perigoso ter alguém que pudera estar relacionado com eles porque, de se fazer público, botaria abaixo o projecto de expansom económica que A Nosa Terra prevê com Caixa Nova”. Esta entidade financeira é, precisamente, junto a Marina Atlántica, um dos pés sobre os que se sustenta o projecto do porto desportivo do Salgueirom que provoca a actual mobilizaçom popular. Eiré apontou, aliás, que jornais como ‘La Voz de Galicia’ poderiam iniciar umha campanha de desprestígio de conhecer que umha pessoa detida no conflito de Massó trabalhara em ANT. Sejam ou nom realidade tais possibilidades, ou um subterfúgio para proceder à depuraçom ideológica da redacçom de ANT, a CIG e o SXG estám a intentar reunir-se com o Decano da Faculdade. Aliás, o SXG está a presionar a 62 decanal para evitar o “nom apto” no expediente que teria graves consequências no futuro laboral da trabalhadora. Servilismo à repressom Trás pôr em conhecimento as condiçons da expulsom, um sindicalista da CIG entrevistou-se com Eiré para chegar a acordo, afirmando o Vice-presidente de ANT que a estudante supunha “um perigo porque pode traer papéis de organizaçons ilegais e manchar a reputaçon de ANT”. O que fora director do jornal autonomista chegou acusar M. R. L. em chave policial afirmando que poderia “vir com umha bolsa do super com um artefacto explosivo e rebentar todo aqui” (sic). Apontar, por último, que Afonso Eiré, fazendo demonstraçom da sua “categoria profissional” e da degradaçom alcançada por certos quadros históricos do nacionalismo galego, gavou-se de ter “eliminado” no seu dia da redacçom do periódico a gente da contorna da Assembleia do Povo Unido (APU) após receber a “listagem preta” de independentistas que deviam ser despedidos. Paradoxalmente ou, se calhar, nom tanto, práticas abertamente repressivas e imorais como as apontadas fôrom compatíveis há anos com a militáncia no partido UPG e a pertença ao quadro de redacçom do diário independentista basco Egin. Indiferença à denúncia Ante a possibilidade da socializaçom dos factos, Eiré assegurou que eventuais mobilizaçons contra o despedimento beneficiariam o jornal evidenciando que está “do lado dos democratas”. O Conselheiro Delegado e tertuliano em programas da Rádio Galega ameaçou M. R. L. com iniciar umha campanha contra a sua pessoa focada na vizinhança de Cangas que participa na luita contra o porto desportivo de Massó. Por sua parte, outro histórico de ANT, o seu director actual, Manolo Veiga, minimizou a importáncia da contestaçom ao despedimento da independentista argumentando que “só lhes vai parecer mal em quatro bares de Compostela”.