Publicamos entrevista com os militantes que acodirám a Madrid na terça-feira para declarar por “injúrias à coroa” espanhola

Tomamos do portal da organizaçom NÓS-UP a entrevista realizada a Alexandre Bolivar, Cristopher Machado, Santiago Mendes e Carlos Pena, militantes independentistas galegos acusados de terem incinerado no passado 6 de Dezembro um monicreque que representava o actual Chefe do Estado espanhol, o rei Juan Carlos I de Borbón, que na próxima terça-feira se deslocarám a Madrid para declarar no tribunal político especial por um suposto delito de “injúrias à coroa” espanhola. Recordamos às nossas leitoras e leitores que, seguindo umha pauta extensível a outros processos que o MLNG tem abertos neste momento na ‘Audiencia Nacional’, os quatro companheiros testemunharám perante o juíz especial Fernando Grande-Marlaska. Dizer, aliás, que a organizaçom política de que som militantes disponibiliza através da sua página web www.nosgaliza.org informaçom para participar na viagem a Madrid e a concentraçom de solidariedade e denúncia que se celebrará na manhá do dia 29 perante o tribunal especial. Convidamos, por último, a toda militáncia independentista galega e, em geral, a todas aquelas pessoas, organizaçons e colectivos que assumam o sentido nuclear de autodenominarmo-nos democratas a deslocar-se maciçamente à capital espanhola para exprimir, por cima de seitarismos evidentes, duplas varas de medir e vocaçons partidistas de protagonismo, o rechaço firme e unánime deste povo à repressom, ao tribunal político especial que leva mais de 30 anos processando patriotas galeg@s e à vulneraçom dos nossos direitos e liberdades. Nas pessoas dos quatro vizinhos de Ponte Areias citados por Fernando Grande-Marlaska cita-se na próxima terça-feira a dignidade e o desejo de ser livre do povo galego. Esta é a entrevista: Alexandre Bolívar, Cristopher Machado, Santiago Mendes e Carlos Pena, som quatro trabalhadores, vizinhos de Ponte Areias, que tenhem que declarar na “Audiência Nacional” sob a acusaçom de “injúrias à Coroa”. Conversamos com eles a poucos dias do seu deslocamento a Madrid. A vindoura terça-feira 29 de Janeiro tendes que declarar na “Audiência Nacional” acusados de injúrias à Coroa. Alex.- Sim, efectivamente, estamos citados por Grande Marlaska, acusados de termos queimado no dia 6 de Dezembro, em Vigo, um boneco de madeira, tamanho natural, do rei espanhol, após ter finalizado a manifestaçom autodeterminista de Causa Galiza. Tanto eu como o Carlos responsabilizamo-nos por esta acçom simbólica, que pretende chamar a atençom para denunciar o Estado espanhol nas suas evidentes responsabilidades na marginalizaçom e opressom que padece o nosso país, pola grave situaçom de exploraçom e carência de futuro que padecem amplas camadas da classe trabalhadora, basicamente a juventude. Carlos.- Somos revolucionários galegos, somos militantes da esquerda independentista e nom reconhecemos o Bourbom como rei da Galiza. Nom podemos desconsiderar que foi posto por Franco e carece da mais mínima legitimidade democrática. A sua figura representa a negaçom dos direitos mais elementares dos povos, a impossibilidade de exercermos a autodeterminaçom, de podermos decidir o nosso futuro colectivo sem entraves de nengum tipo. Como é o vosso estado de ánimo? Cris.- Estamos tranquilos. Afrontamos esta nova acçom repressiva contra a esquerda independentista com serenidade e com firmeza. Somos plenamente conscientes que o Estado espanhol pretende impor umha nova acçom exemplarizante para dificultar o desenvolvimento do projecto independentista e socialista galego. Mas a história tem demonstrado a inutilidade destas medidas, pois quando um povo tem confiança no seu futuro e vontade de luitar, nom há maquinaria repressiva que o contenha. Santi.- Contamos com o apoio e a solidariedade da nossa organizaçom, de NÓS-UP, e do conjunto do MLNG. No meu caso, com o apoio absoluto e incondicional da minha família e amig@s. Vamos a Madrid com a firme determinaçom e convencimento que a luita é o único caminho, que é necessário combater as políticas neoliberais que provocam o enriquecimento de uns poucos e o emprobrecimento de cada vez mais amplas camadas da classe trabalhadora. Eu quero que as minhas filhas podam viver em galego numha sociedade galega livre e igualitária. Só umha República Socialista pode garantir algo tam simples como isto, que todas as pessoas sejam iguais, tenham idênticos direitos. Carlos.- A repressom que Espanha exerce sobre a esquerda independentista tem que ser assumida como natural entre a militáncia revolucionária e os sectores mais avançados do movimento popular. Som uns imperialistas fracassados e depois de 500 anos ainda nom lográrom assimilar-nos. Quase três décadas depois da morte de Franco, o actual regime espanhol e as forças políticas em que se apoia, chamem-se PP ou PSOE, BNG ou IU, negam os direitos mais elementares para a classe obreira e as naçons como Galiza, que luitam por sobreviver. E para impor o seu projecto nom duvidam em exercer a repressom com todas as suas variantes. Alex.- É necessário afrontar a repressom com alegria e coragem. Nom nos podemos deixar amedrontar. Um povo que luita, umha classe que luita, padece repressom. É a nossa incómoda companheira de viagem. Sempre foi assim. Se nom há luita nom há repressom. É muito simples. Que queredes transmitir à sociedade galega? Alex.- Em primeiro lugar, umha reflexom sobre os défices democráticos de um regime que criminaliza as ideias, que fai do Chefe do Estado um fetiche intocável, semelhante aos monarcas absolutos, e que conserva um tribunal de excepçom, como é a “Audiência Nacional” espanhola, para combater a dissidência política. Nom podemos esquecer que esta instituiçom é continuaçom do Tribunal de Ordem Pública franquista, o famoso TOP por onde passárom centenas de trabalhadores e trabalhadoras, de estudantes e jovens galegos. Hoje somos nós, como há uns meses fôrom outros militantes independentistas, quem somos citados por exercer a liberdade de expressom e defender os direitos nacionais da Galiza. Cris.- Há uns dias, lim numha página web, nom lembro agora qual, umha reflexom a respeito da criminalizaçom das ideias republicanas por parte do regime espanhol, que perguntava se queimar umha carta com o selo do rei espanhol está também tipificado como um delito. Qual é a diferença entre isto e queimar um boneco? Porque este acto de oposiçom está penalizado num Estado que se declara democrático e de direito? Santi.- O que aconteceu em Vigo no dia 6 nom é um delito. É um simples exercício de liberdade de expressom que na maioria dos estados da nossa área geográfica nom teria a mais mínima conseqüência jurídica. Mas aqui, os Zapatero e Rajoi de serviço, com a inestimável ajuda dos Quintana e companhia, pretendem meter medo, como antes tentárom ocultar a brutal repressom franquista, o holocausto que padeceu o nosso povo após 1936. Carlos.- Solicitamos a solidariedade de todas as pessoas que se considerem demócratas e do conjunto do movimento popular. Estamos orgulhosos de ser luitadores galegos e vamos ir a Madrid com a cabeça bem alta.