Discurso de Ceivar na XV Cadeia Humana pola Liberdade das Presas Independentistas

Companheiros e companheiras:

Como cada ano desde hai 15 o organismo antirepressivo Ceivar agradece a vossa participaçom neste evento já clássico do independentismo galego. Nom nos esquecemos dos nossos presos e presas, nom nos esquecemos de que luitamos pola emancipaçom nacional e social da Galiza, nom nos esquecemos de que vamos vencer. Estamos aquí por isso, para lembrar, para reivindicar e para celebrar.

Ceivar fundou-se no ano 2003 como organizaçom anti-repressiva que atendia, num primeiro momento, casos de repressom de menor intensidade. Também realizava trabalho de denúncia ativa contra os recortes de direitos fundamentais que a cada passo experimentamos cada vez mais. Quem lhe ia dizer àquela primeira organizaçom que remataria ela mesma processada anos depois perante um tribunal de excepçom política por fazer o seu trabalho? Assim foi, passarom os anos e o independentismo galego colocou-se na diana da repressom espanhola. Ceivar tivo que intensificar a sua acçom e ampliar miras: as prisons, a lei antiterrorista, a dispersom, as consequências dos primeiros graus… Este foi e ainda é o grosso do trabalho de Ceivar nos últimos anos, sem deixar de lado todo tipo de apoio, reconhecimento e ajuda para todas as pessoas que por desenvolver o seu ativismo político na Galiza, som objetivo da repressom. Com determinaçom e o apoio de todas conseguimos trazer de volta a Galiza as nossas presas, e o mais importante, conseguimos que se sentissem arroupadas e parte de um movimento político que, apesar do custo repressivo, continua pulando por colocar perante a opiniom pública da Galiza verdades como punhos: necessitamos mais que nunca a independência da nossa naçom!

Se nom existisse Ceivar, haveria que inventá-lo. O apoio contra a repressom e a denúncia da violaçom de direitos fundamentais é umha das bases para que o trabalho político se poda sentir arroupado e decidido num estado onde fazer política de esquerdas e independentista é considerado delito. Dixemo-lo muitas vezes, remarcamo-lo as que faga falta: o estado espanhol nom é umha democracia.

Estamos comprovando dia a dia a qualidade democrática de um estado espanhol que nom tem problema algum em parabenizar outro estado amigo por umha matança às portas da sua casa. Que eleva o gasto em defesa em 1000 milhons de euros, enquanto se prepara com toda a maior das probabilidades um dos cenários a nível social e económico de maior recorte e retrocesso em direitos em décadas. Ou que sem dissimulo intervém e moldea a opiniom pública através de cloacas político-mediáticas ao serviço da grande oligarquia. Se lhe tocou a Pablo Iglesias e a Monedero, se neste estado incluso o reformismo e a socialdemocracia é assinalada, podemos imaginar qual foi historicamente a receita para os movimentos emancipatórios e revolucionários.

Ceivar sabe bem da qualidade democrática de Espanha, nom só por nos ter sentado em tribunais de excepçom polo nosso trabalho político. Sabemo-lo polo nosso trabalho voluntário e assistencial nas prisons, que é um indicador fiável de muitas cousas. Agora mesmo, tanto a prisom de Teixeiro como a da Lama venhem de dar o primeiro passo em firme para a privatizaçom total da sanidade intramuros. Logo de anos de precariedade absoluta para profissionais e sobretudo para as pessoas presas, está-se a avançar num caminho anunciado que também será norma para o resto da sociedade nos vindeiros anos. Parece-nos um feito de extrema gravidade sobre o que apenas se escuitárom denúncias ou noticias. Queremos dizer alto e claro que os direitos humanos das pessoas presas estám em perigo constante e, por extensom, os direitos de todas nós. Denunciemos e actuemos, porque, literalmente, vai a vida nisto. A deficiente atençom sanitária intramuros provoca mortes das que ninguém se fai responsável.

Que nos espera depois do outono? Que tipo de crise é esta? Que saída lhe queremos dar? Até onde vai chegar o capitalismo na sua descarnada ánsia de acumulaçom e destruiçom? Até onde lhe vamos deixar chegar? A Ceivar nom lhe corresponde fazer análises políticas mais alá do ámbito antirepressivo. Por isso lhe dizemos à Galiza que luita, à Galiza de esquerdas, à mocidade independentista, à obreira que está de greve, a labrega que sai de tractorada, a todas as pessoas que cremos num outro mundo possível: Ceivar estará ao lado das retaliadas, das perseguidas ,da verdade. Nom nos resignemos, plantemos cara, luitemos.

Viva Galiza ceive!

Vivam as presas independentistas galegas!

Viva o dia da pátria!