Comunicado do CPIG no Dia da Pátria 2022

Um ano mais queremos estar ao vosso lado nestas jornadas de convivência, reivindicaçom e luita nas ruas.

O Dia da Patria nom é para nós umha rotina anódina no calendário de consumo de efemérides, senom um ritual que alimenta a nossa comunidade nacional de resistência. A rotina debilita-nos, o ritual fai-nos mais fortes . A rotina pertence ao mundo da alienaçom, a colonizaçom e a miseria existencial. O ritual pertence ao universo dos povos indígenas como o nosso, das naçons livres.

Aqui estamos um ano mais neste ritual de comunhom e luita, a alimentar a fé, a renovar as arelas truncadas das e dos devanceiros, a cumprir os desejos de vida da nossa Terra, crucificada impunemente no altar do progresso, a modernidade e a civilizaçom industrial.

Lembramos com orgulho os anos de alegre combate nas ruas de Compostela as noites do 24 de julho, a mocidade encarapuzada a libertar por umhas horas o coraçom de umha cidade submetida policialmente e asediada turísticamente, os enfrentamentos com as forzas de ocupaçom, os ataques aos santuarios do capital… Ano tras ano fomos capazes de renovar neste dia a nossa determinaçom e o nosso compromisso. Porque a luita é o único caminho!

Foram estes caminhos de militância arredista e defesa da nossa Terra que nos levavam à cadeia. Fomos condenados/as nalguns casos a décadas de cárcere e algúns já levamos mais de 10 anos como reféns do Estado. Também aqui, nos cárceres espanhóis, transformamos a rotina corrosiva do regime de castigo prisional em ritual fecundo de moral e resistência; umha trincheira mais para o arredismo galego.

Sentimos-vos no peito, partilhamos com vós avanços e adversidades, e coletivamente combatemos o intento de isolamento social e a humilhaçom que som sempre (no cárcere e fora del) os exercícios necessários de qualquer técnica de lavado de cérebro, de éxito repressivo e premissa letal para borrar a nossa identidade como povo, a vida comunitária e umha sá relaçom com a Terra.

E neste Día da Patria, quando recentemente e mais umha vez esse Tribunal especial espanhol que é a Audiência Nacional, acaba de condenar a alguns/a irmaos/as a longas penas de cárcere. Temos que estar orgulhosos/as das quase duas décadas de luita frontal da nossa resistência contra o conglomerado de ocupaçom, formosa e contundente impugnaçom dessa espécie de submissom neurótica tam freqüente entre os povos colonizados.

Que também estas jornadas patrióticas sirvam para deixar-lhe claro ao Estado Imperialista espanhol que Galiza nom se rende, nem se compra, nem se vende.

Irmás, Irmaos, como diría Castelao “fugide dos que falam de democracia”. A sua normalidade democrática, a sua legalidade ruinosa, sem qualquer outro horizonte ou via de impugnaçom, aboca-nos à extinçom.

O cacique do povo é tam perigoso quando rouba como quando regala!

Um abraço irmandinho para todas e todos!

Ánimo e forza!

Viva Galiza ceive!

Denantes Mortos/as Que Escravos/as.

Coletivo de Presos/as Independentistas Galegos/as.

Teixeiro e A Lama, 25 de Julho de 2022.