Comunicado do CPIG polo 17 de Abril 2021

Publicamos a continuaçom o comunicado recebido do Coletivo de Presas Independentistas Galegas polo 17 de Abril, Dia Internacional de Apoio às Presas Políticas:

Como vem sendo habitual, o nosso Coletivo aproveita a Jornada Internacional aos/às presas/os políticas/os, assinalada no 17 de Abril, para dirigir-nos ao espaço socio-político independentista.

Desde o ano passado, estamos a viver umha inédita experiência pessoal e coletiva caraterizada pola incerteza, as restriçons omnipresentes e umha particular monotonia. O complexo contexto sanitário e as excecionais medidas adotadas polos poderes públicos venhem condicionando absolutamente todas as ordes de vida e deixam umha forte pegada nos direitos civis e as liberdades públicas, ainda mais acusada no âmbito carcerário. O nosso direito às comunicaçons com o exterior, as atividades desportivas, socio-culturais e formativas forom seriamente limitados, quando nom diretamente suspendidos configurando um regime de reclussom excecional, que ao nosso ver, adoece de cobertura na legislaçom penitenciária vigente.

A pandemia global agudizada por um modelo económico e social insostível, acelerou um processo de precarizaçom das condiçons de existência da maioria e um control tecnológico generalizado que já se vinha implementando nestas décadas. Mais individualismo e resignaçom: paro, temporalidade e tele-trabalho; rastrejo de movimentos, decisons e opinions som os ingredientes do ciber-totalitarismo que se avizinha.

Frente a esta receita capitalista asfixiante insistimos na necessidade vital de mantermos e fortalecermos a auto-organizaçom popular, sem concessons à deserçom particular. Hoje jogamo-nos muito preservando centros sociais, ferramentas anti-repressivas, meios de informaçom de caráter galego e popular ou organizaçons políticas independentistas.

A post-modernidade imperante impom um modo de vida rendido ao consumismo e às modas passageiras, à vivência imediata e irreflexiva, à vaidade e à falsa apariência, à busqueda da evassom como expetativa. Rebelamo-nos contra semelhante degradaçom moral botando mão da milhor tradiçom guerrilheira galega; contrapomos a fidelidade no compromisso adquirido; a retitude e o honor pessoal; a contençom no comportamento individual e a resiliência frente às adversidades.

E falando de control de social e ciber-totalitarismo queremos manifestar publicamente a nossa preocupaçom pola deriva aditivo-tenológica que detetamos nos espaços militantes. Semelha excessivo termos que alertar desde as cadeias dos efeitos perniciosos do uso abusivo e irresponsável das redes sociais mas lamentavelmente, continuamos assistindo a espetáculos de exibicionismo divisório virtual tam pouco edificantes para a luita galega. Devemos lembrar que a responsabilidade militante exige de todos nós: disciplina interna, discreçom pública e reflexom nas decisons políticas.

No aspeto estritamente anti-repressivo, o balom de oxigeno que supuxo a absolviçom penal dos/as doze militantes políticos e solidários processados/as nas conhecidas Operaçom Jaro, deve traduzir-se num estímulo da açom independentista recuperando as ruas sem reservas nem complexos de nenhum tipo, a começar polo próximo Dia da Galiza Combatente e continuando polos atos de solidariedade e reconhecimento dos presos/as e ex-presos /as relacionados com a resistência galega.

Nestes meses assistimos com alegria e ilussom a amplas expressons de apoio e sensibilidade cara presos/as políticos/as singularmente mediáticos, às quais nós sumamos com o orgulho de reconhecer-nos participes de umha linha política nacionalista com presença praticamente ininterrupta nas cadeias espanholas durante os últimos quarenta anos.

Rematamos animando a participar nas concentraçons solidarias mensais e a incrementar a reivindicaçom do agrupamento integral do nosso Coletivo sem cessar na luita pola liberdade dos/as nossos/as militantes. Nós resistimos.

A luita é o único caminho!

Viva Galiza Ceive!

Denantes mortos que escravos!