Informe de maus tratos e tortura na Galiza durante o 2014

Hoje, no Dia Internacional de Apoio às Vítimas da Torutura, desde o Organismo Popular Anti-repressivo CEIVAR queremos fazer um repasso às situaçons de maus tratos e de tortura que se tenhem efetuado no nosso País e/ou contra cidadás/aos galegas/os durante o ano 2014.

MAUS TRATOS NA ESQUADRA POLICIAL

cargapolicialsantiago122/03/2014

As “Marchas da Dignidade” rematam com graves enfrontamentos entre polícias e manifestantes. Um grupo de pessoas é detido por polícias à paisana e conduzidos até a esquadra policial. Lá som obrigadas a ficar de pé cos braços erguidos durante nove horas namentres recebem insultos e humilhaçons. Depois, levam-nos aos calabouços onde os agentes acendem e apagam as luzes arbitrariamente, provocando assim a perda de noçom do tempo e impossibilidade de descansar. Também acendem o ar acondicionado para que as/os detidas/os tenham sensaçom de frio. Durante 35 horas nom se lhes oferece auga nem comida, e apenas lhes é permitido ir à casa de banho umha vez cada doze horas.

07/04/2014

Seis pessoas som detidas em Compostela acusadas de participarem nos incidentes posteriores à manifestaçom convocada polos marinheiros do cerco o 11 de março de 2014. Permanecem na esquadra policial perto de 24 horas.

 A umha das pessoas detidas, A.B., doente de asma, é-lhe negada a sua medicaçom ademais de ser víctima de mofas e humilhaçons por parte dos polícias que lhe dim “si no la tomas no creo que te mueras”. Isto  apesar de te-la solicitado em várias ocasions e mesmo de ter ido ao médico, que nom lha podia suministrar mas expedia-lhe umha receita para que merca-se o medicamento numha farmácia, mas que teria que paga-la ela, ao que a detida se opujo. Nessa situaçom na que a custódia policial tem que fazer-se cargo dos medicamentos, os polícias com indiferença respondem “bueno, pues mala suerte”.

Finalmente rematam cedendo e permitem-lhe ligar para umha das suas companheiras de andar e que lhe achegue a medicaçom à esquadra policial.

03/10/2014

R.A. é detido en Compostela nun operativo anti-terrorista da Guarda Civil, acusado de pertença a Resistência Galega, fecham-no entre dous carros policiais e baixam-se entre seis e oito guardas civis obrigando a R.A. a baixar-se do seu carro particular. Algema-no com violência e sobem-no noutro carro tapando-lhe a cara para que nom poida ter vissibilidade.

Dirixem-se ao quartel das Cancelas, durante o trajeto ameaçam-no e dim-lhe “la cagaste”. Já no quartel das Cancelas, as ameaças continuam e R.A. permanece coa cara tapada em todo momento.

Depois do registro domiciliário dim-lhe que vam fazer um registro ao monte, e voltam tapar-lhe o rostro. Já no monte, comentam-lhe que há explosivos e que a ver  “si era umha trampa”,si explota yo voy a ser el primero en morir”. Por este motivo colocam a R.A.C. diante dizendo-lhe que assim fará a funçom de “escudo humano”.

As ameaças repitem-se constantemente  “seis años más y ya llevas dieciocho”, e o rostro tapado em quase todo momento.

Quando vai efetuar-se o deslocamento a Madrid, antes de subi-lo ao carro tiram-lhe auga por enriba e com a cara tapada acossam-no com perguntas e ameaças. Durante a viagem nom param de golpear-lhe a cabeça e de abanea-lo com as maos.

Durante o trajeto param duas vezes, a primeira devido a que R.A. mareia-se pola situaçom e a segunda porque lhe dim ao condutor que pare que o “ vam matar” , referindo-se a R.A. Ao ir freando o carro abrem um bocado a porta e empurra-no cara ela.

Já no quartel de Madrid sucedérom-se continuamente os interrogatórios, nos que os torturadores já davam a resposta que queriam escuitar. Empregárom diferentes métodos como o do polícia bom e o polícia mao, chantagens, paternalismos e golpes.

Durante os três dias que durou a detençom perdeu a noçom do tempo. Na última noite fixerom-lhe acreditar que prolongariam a incomunicaçom dous dias mais, mas finalmente nom foi assim.

Durante os três dias de detençom incomunicada permitirom-lhe ao seu médico de confiança que entrara a vê-lo.

03/10/2014

L.R. parelha de R.A. atopava-se na casa deste quando vários membros da Guardia Civil irrompem no quarto e a ponta de pistola berram-lhe que se deite no chao e exigim-lhe “No nos mires!” .

Fecham-na  num quarto com um agente que a obriga a estar de pé contra a parede e afirma-lhe que ela também  está detida baixo Lei Anti-terrorista e que a vam levar a Madrid. Ela nem estava detida nem havia cargos contra a sua pessoa, simplesmente procuravam o medo e como um sistema mais de ameaça contra R.A.

26/11/2014

J.C.S. é detido na cidade da Corunha por membros da Guardia Civil numha operaçom na que também som detidos J.M.O. em  Madrid e A.C. em Logronho baixo a acusaçom de “enaltecemento do terrorismo” por umha palestra na localidade de Laudio (Euskal Herria), na que se falou do movemento obreiro e a sua trajetória desde a instauraçom do fascismo até a actualidade, e das/os presas/os políticas/os desde o fascismo até hoje.

A detençom produz-se sobre as dez da manhá, numha avenida, quando ao sair da casa da sua mae dirige-se ao bairro de Elvinha para participar na resistência civil contra um despejo.

No operativo participam uns 20 membros da Guardia Civil, ums à paisana e encarapuçados e outros de uniforme, que cortam a avenida. Achegam-se por detrás a J.C.S. berrando-lhe que nom se mova e tiram-no ao chao com violência, mancam-no nas costas. Algemam-no no chao e metem-no num carro que o leva ao hospital onde lhe dim os motivos da sua detençom e que o deslocarám a Madrid para passar a disposiçom da Audiência Nacional.

O trajeto a Madrid fai-no encarapuçado e algemado.

O trato no quartel foi correto, mas somentes se o compara com as outras duas detençons das que fora objeto no ano 85 e no ano 90, onde golpes e tortura fôrom constantes durante os dias que permaneceu detido.

Ao dia seguinte passam aos três detidos na operaçom a disposiçom judicial na A.N., que os pom em liberdade com cargos tendo que ir assinar ao Julgado de Guárdia os 1 e 15 de cada mês.

 

CARGAS POLICIAIS, MAUS TRATOS NA VIA PÚBLICA

20/02/201454cea668e61d4.r_1423232981770.0-9-600-318

A manifestaçom convocada polas organizaçons estudantis com motivo da jornada de greve no ensino em Vigo remata cumha forte carga policial diante do edifício da Xunta na cidade.

No mesmo dia, em Ourense, agentes da Polícia Nacional requisam bandeiras da Pátria pois “la ley no permite palos en la calle”.

En Ponte-Vedra som detidos quatro menores de idade, por participarem nas manifestaçons da greve estudantil. Som conduzidosà esquadra policial até que vam seus pais a pessonar-se.

Um deles é multado com 7.000 euros por levar petardos no momento da identificaçom.

11/03/2014

Diante do Parlamento Galego manifestam-se os marinheiros do cerco, contra os quais hai umha brutal carga por parte da Polícia Nacional. Batem nos marinheiros, pessoas que se atopam nas proximidades e mesmo à deputada do BNG, M.P., que é agredida e reduzida por vários agentes que lhe propinam porraços numha perna. Namentras ela lhes berra para que deixem de  bater nos manifestantes.

25/08/2014

Durante a visita de Angela Merkel a Compostela membros da polícia anti-distúrbios da Polícia Nacional cortam a via pública proibindo o acesso à Praça do Obradoiro.

Por volta de 300-400 pessoas convocadas por diversos coletivos e organizaçons políticas: BNG, CIG, Colectivo de Despedidos da Citröen, Emigrantes retornados e Plataforma de Afectados polas Preferentes… manifestam-se na Praça da Quintana em contra das medidas da Troika. Sobre as 11:45 tentam levar o protesto até a Praça do Obradoiro mas é-lhes cortado o passo por polícias anti-distúrbios  na Rua Fonseca. Nessa via cargam contra eles a porraços, provocando várias pessoas feridas, o mais grave R.C.S., com umha fenda na cabeça.

Embora nengumha pessoa foi detida nem identificada, meses depois comezam a chegar notificaçons do Julgado a militantes do BNG por supostamente agredirem a um agente com um “objeto punzante” e colher a pistola de outro.  Também chegam notificaçons de multas por infraçons graves.

19/09/2014

Durante o despejo dumha família da parroquia de Arins, Compostela, a polícia anti-distúrbios da Polícia Nacional carga contra ativistas anti-despejos, que se atopavam concentrados diante da casa para evitar que a família fora empurrada fora do seu fogar.

B.G. depois de ser espancado, é algemado no chao e detido. Quatro dos activistas anti-despejos som julgados por desobediência e resistência à autoridade.

27/11/2014

Quince furgóns da polícia anti-distúrbios e agentes municipais participam no despejo de umha família na parróquia corunhesa de Elvinha, provocando retençons de tráfico e levando adiante umha carga policial contra as pessoas que se concentravam diante da vivenda em solidariedade coa familia. A brutal carga remata com umha ativista inconsciente e vários feridos.

 

PRISOM    

tortura2Novembro 2014     

O preso independentista R.R.F. é deslocado à prisom de Villanubla, Valladolid. Desde a sua chegada, ingressa no módulo de isolamento com a escusa de que o centro nom possue dum módulo de primeiro grao (no que ele está classificado quase desde que ingressa em prisom). Nesta cadeia há presos políticos bascos que também estám classificados em primeiro grao e aos que lhes tenhem aplicado o artigo 100.2, polo que estám num módulo de segundo grao fazendo vida de primeiro.

A cadeia mantem a R.R.F. na mais absoluta soidade durante as 24 horas do dia (sem poder ver nem falar com ninguém) quase dous meses, apesar de que o próprio Regulamento Penitenciário prevé um mínimo de companhia para evitar o isolamento social.

03/05/2014

O preso E.G., de 48 anos de idade, morre numha cela de isolamento da cadeia da Lama após ser castigado por atopar-lhe a Direçom da prisom umha carta de um advogado de um coletivo de defesa dos direitos das pessoas presas.           

A morte com violência foi descartada, e as que se baralham como posíveis som o infarto ou a sobredose. O irmao do falecido acusa à cadeia de negligência, pois: “En qualquer dos dous casos, o cárcere seria responsável por negligência. Se foi um infarto, E.G. nom poderia ter recibido ajuda de ninguém por atopar-se em isolamento; no caso de ser sobredose nom hai razom para que umha pessoa isolada poda ter acesso a esa quantidade de drogas”.

Nesta cadeia já se tenhem denunciado incontáveis situaçons de malheiras a presos que tratam de organizar-se em defesa dos seus direitos por parte dos funcionários. Igualmente tem saido à luz que os médicos que atendem na prisom suministram grandes quantidades de fármacos aos internos para vários dias.