Maria Osório descrita por umha ex-companheira da prisom de Brieva

2014061609031392494Antes de que chegara Maria a Brieva, já ouvira falar da sua detençom nos meios de desinformaçom. Pouco depois, também me falarom dela outras presas políticas que coincidiram com ela em outra prisom. Por muito diferentes motivos uns e outros conseguirom provocar em mim interese por conhece-la, assím é que, quando aquela tarde vim asomar a sua carinha enreijada pola cela que lhe asignaram, soubem que íamos passar bos momentos juntas.

Ao principio estavamos em diferentes turmas de patio, quando a ela lhe tocava sair ao patio, ao resto de presas políticas do módulo em que estávamos , tocaba-nos estar na cela. E ao contrari, quando a ela lhe tocaba estar na cela, nós estávamos no patio. Para a política carceraria , esta dispersom dentro da dispersom que sofremos os presos políticos, é umha forma mais de isolar-nos, mas umha vez mais conseguimos sacar-lhe partido à situaçom e, deste xeito, inda que fosse falando do patio à janela da cela, ou da cela ao patio, em funçom de que umhas ou outras estiveramos arriba ou abaijo, na turma de cela ou patio… fomos ponhendo ao día a Maria do funcionamento dessa prisom, de toda a burocracía carceraria e da situaçom socio-política que vivíamos naqueles momentos em Brieva. E pouco a pouco, fumos conhecéndonos pessoal e politicamente a passos de gigante…

Durante todo o tempo que estivemosem distintas turmas de patio, fumos compartindo inquietudes sociais, polítivas, humanas… Pasabamo-nos os distintos jornais que nos chegabam a ambas, comentábamos as novas do día, charlábamos das múltiples lecturas que nos interesabam, intercambiábamos conhecementos de manualidades, desporto…e ríamos, ríamos um montom, até de nós mesmas, sobre todo coas situaçons dantescas que se nos apresentabam coas presas sociais ou incluso coas funcionarias. Lembro que me encantaba ver a eterna paciência que despregaba Maria com todas as presas sociais que se lhe achegabam para pedirlhe mil e umha cousas: “Me invitas a un café?”… “Mira, es que no tengo tabaco, a ver si me puedes comprar un paquete”…”Me das unos folios?”…”Oye, es que tengo que llamar a mi madre a ver si me dejas la tarjeta del teléfono”…”Y tú porqué estás aquí?”…Me escribes una instancia?”, etc, etc.Maria, sempre paciente e carinhosa atendía as suas demandas… incluso inda que muitas das vezes trataram de aproveitarse da sua bondade, ela nunca deixaba de escoitar as suas historietas.

Afortunadamente nom estivo muito tempo sozinha (sem o resto de presas políticas) na sua turma de patio. A chegada de algumhas presas sociais muito conflictivas e com inquina hacia as presas políticas tinhanos em garda, e nom íamos consentir que Maria estivera com elas soa no mesma turma de patio. A direcçom da prisom cambiou-na à mesma turma na que estàvamos o resto de presas políticas, e apartir desse momento foi umha gozada poder compartir também com Maria longas conversas mentras caminhábamos polo patio, intercambiando pontos de vista nos que muitas vezes nom mantinhamos a mesma postura, mas que sempre conseguiamos fazer do intercambio um enrequecemento pessoal e político. Foi umha gozada compartir mesa com ela… que bem o passabamos apreparandonos saladas, reciclando o menú carcerario, e vela desfrutar tanto com tam pouco!! O caso era compartir esses momentos de comida e sobremesa entre gente que compartiamos muito mais que um espazo carcerario… desde o primeiro dia participou das manhás ou tardes de desporto, fazer manualidades ou palestras que tinhamos organizadas entre nós… e perguntaba, sempre perguntaba com um gram interesse por conhecer infinito. Seria e disciplinada, daba gosto satisfazer a sua curiosidade…

Maria contaranos da possibilidade de que a trasladaram a outra prisom, dentro da petiçom de achegamento à Galiza, que fixeram os seus advogados, mas nom contaba eu que fosse tam pronto. Sim agardaba que esse achegamento nom se dera à sua amada terra, co resto dos seus companheiros, cerca da sua gente. A política carceraria, bem sabemos, nom cumpre nim as suas proprias leis quando se trata de prisioneiros políticos, e Maria nom ía ser umha excepçom. Assím é que, o día que lhe comunicarom que marchaba de conducçom, fou um desgusto tremendo o que nos levamos…nom só porque sabíamos que muito possívelmente nom volveramos a vernos, se nom porque umha vez mais a dispersom seria-lhe aplicada por mais que estivera “mais perto” da sua terra.

A despedida foi dura, choramos emocionadas mas agradecidas também da oportunidade que se nos dera para conhecer-nos e enriquecer-nos mutuamente…
Algo que o inimigo intenta sempre impedir é que dentro e fóra se dem este tipo de 9 mais que nada porque a nós fortalece-nos e a eles debilita-os. Assím é que pola nossa parte teremos queseguir pelexando e conseguindo que haxa muitas Marias que consigam multiplicar as suas relaçons para fortalecer-nos todos, e debilitalos mais e mais a eles.