O preso independentista Roberto Rodrigues, Teto, visto por um amigo

Teto_novaConhecim a Teto quando ele tinha mais ou menos 12 anos e vinhera viver com a família para Vigo. Num primeiro momento eu somentes tinha relaçom com o seu irmao por proximidade de idade mas pouco a pouco o Teto foi-nos ganhando e cada vez passamos mais tempo juntos.

Desde que eramos ums rapazes sempre tivemos sensibilidade polas causas políticas e esse foi um dos motivos polos que constituimos o braço juvenil do que daquelas era APU (Assembleia do Povo Unido) e que lhe chamamos MIS (Mocidade Independentista Solidária). Por entom o que faziamos desde MIS era convocar e respaldar concentraçons de apoio aos insubmissos do “serviço militar” mas depois decidimos dissolver essa parte já que aparecera a Assembleia da Mocidade Independentista (AMI) da que Teto também formou parte.

Além da sua militáncia mais estrita, o Teto participava em todas quantas mobilizaçons havia naquela altura em defesa do estudantado galego com conviçom e sendo apreçado polo resto das/os suas/seus companheiras/os polo que foi eleito para formar parte do Conselho Escolar do IES Celso Emílio Ferreiro de Coia.

Passados os anos do liceu, Teto começou a trabalhar em sítios variados; desde rotulista a umha fábrica de plástico e ferro e incluso chegou a montar a sua prórpria empresa. Tal e como era Teto na rua também o era no seu posto de trabalho: tinha muito sentido do humor, ajudava e animava a todas/os as/os que estavam ao seu carom, fazia as lavouras com dedicaçom e procurando ter à clientela satisfeita.

O desporto era outra das grandes afeiçons de Teto e na bicicleta atopara a sua milhor forma de mover-se mas também como um modo de vida de respeito à Terra e à qualidade de vida. Ainda lembro que era habitual ve-lo nas mobilizaçons cicloturistas reclamando mais carris bici e indo a trabalhar cada dia na sua bicicleta. Igualmente nas Olimpíadas Populares onde sempre participava deixando bem alto o listom como desportista e animando ao Celta desde as bancadas de “Celtarras”.

Por outra banda, Teto era umha pessoa muito carismática e conseguiu aproveitar esta virtude para agrupar ao redor de iniciativas como Siareiras/os Galegas/os ou os centros sociais a pessoas mui diferentes que nunca se teriam sentado juntas se nom fora por ele. Incluso, tenho que dizer, que no histórico centro social de Vigo, A Revolta, o Teto foi um dos seus impulsores trabalhando durante mais de meio ano sem remuneraçom até que conseguira consolidar-se.

O compromisso de Teto sempre ultrapassou o político e a sua generosidade era também com todas/os as/os suas/seus amigas/os ou, mesmamente, com alguém que vinha de fora e precisava sítio para durmir ou o que fora. De ai que quando se produjo a sua detençom, gente de diferentes partes do Estado se preocuparam pola sua situaçom.

Eu enterei-me da sua detençom quase no momento porque a minha curmá trabalhava com ele. Nesse mesmo intre ligou para mim e dixo-me que vários polícias o foram buscar até ao trabalho, depois ja aconteceu o que todas/os sabemos… O sentimento de raiva foi fortíssimo porque era umha pessoa mui querida mas também porque a essa sumouse-lhe mais detençons de gente achegada.

O Teto sempre acudia às concentraçons de fim de mês em solidariedade com as/os presas/os independentistas e ele agora é um mais polo que a solidariedade é evidente que também se volca com ele. Durante as visitas a maior alegria é que comprovamos que os muros nom puiderom com o Teto… continua a rir coma sempre, nunca está triste e sempre saes mais animado que ele passe o que passe…. aguardamos que aginha o voltemos ter de novo rindo-se nas ruas mas namentres continua a estar presente cada dia.