O preso independentista Raúl Agulheiro visto através do seu irmao

fotoraulMeu irmao é Raúl Agulheiro, somos da zona da Marinha, parte da família está em Sam Miguel de Reinante, umha aldeia do Concelho de Barreiros e a outra parte em Ribadeu. Entre os curmáns sempre foi dos mais pequenos, polo que o núcleo familiar sentia certa devoçom por ele.

Rapaz bem conhecido no lugar, tanto por jovens como pessoas maiores. Desde bem pequenos andamos no mesmo grupo de amigos, embora algumhas vezes a gente com a que andavamos nom era a mesma, nos sempre andivemos juntos.

Sempre gostou do futebol, desde mui neno, foi o primeiro em jogar na equipa de futebol de salom da aldeia. Jogava com rapaces 4 ou 5 anos maiores que ele. Desporto que jogou toda a vida até que começou a jogar nos juvenis da equipa do povo, o Iberia. A sua pequena carreira de futebolista viu-se frustrada por umha lesom de rotura de ligamento. Além de praticar esse desporto, era fiel ao clube do que gostava, o Celta de Vigo, ainda que o resto da família eramos do Deportivo da Corunha.

Foi um dos primeiros rapazes da nossa idade em se interessar pola política, era a época de Nunca Mais, do Nom á Guerra… Lembro que no instituto sempre queria organizar algum ato e o primeiro que organizou foi um a favor da Palestina.

Quando Raúl tinha 15 anos, estivemos umha tempada em Cáceres, daqueles anos lembro que fizemos boas amizades que hoje em día perduram, a essa gente Raúl ensinou-lhes que a Galiza era umha Naçom e o motivo polos que ele ama a sua Terra.

Anos mais tarde voltou para Galiza, daquela já ia começar a estudar na universidade, decidiu-se por Ciências Políticas, cousa que à gente da aldeia lhe alegrou, por fim havera alguém “que lhes poida ensinar aos políticos a ser politicos de verdade” diziam. Esse alguém, era Raúl.

Forom anos muito bons em Compostela, o Raúl sempre colaborando com organizaçons independentistas, defendendo o Galego, reclamando as selecçons nacionais desde Siareiras/os galegas/os, luitando polos direitos dos presos e presas independentistas… foi por isso polo que conheceu tantos amigos e amigas em todo o País mais também algum inimigo já que umha pessoa assim, sempre molesta para alguém.

O dia da detençom iamos ir para a aldeia a celebrar as festas, já que essa fim de semana celebraba-se o dia grande. Quando vim que tardava em voltar á casa, baixei a rua a ver se o via por algures, ao voltar à casa já atopei com a Guardia Civil no portal e negárom-se a permitir-me entrar na minha casa… foi a última vez que vim a meu irmao fora da cadeia…

A família estivo a ir todas as fins de semana a Soto del Real a vê-lo, a fazer-lhe ver que o queriamos e que estavamos com ele. Nós preocupados perguntavamo-nos, e como estara? Estava bem, estava com o mesmo humor, com as mesmas brincadeiras, com a frente ergueita e a cabeça bem alta.

Na zona, a solidariedade com Raúl foi constante, a aldeia e a vila de Ribadeu mostrarom a sua generosidade, que ainda perdura e que perdurará, porque Raúl nom é um terrorista, e um galego querido pola sua gente.