Crónica da VII Cadeia Humana pola Liberdade d@s Pres@s Independentistas

PonteComo já é habitual nos dias prévios a outra nova ediçom da Cadeia Humana pola Liberdade d@s Pres@s Independentistas, o Organismo Popular Anti-repressivo CEIVAR saiu às ruas do País para publicitar a convocatória. Desta volta a campanha realizou-se mediante cartazes colados em ruas e estabelecimentos, colantes que enchérom as vias públicas, pintadas sobre paredes e faixas penduradas em pontes.

A iniciativa tivo um amplo sucesso especialmente na comarca de Compostela onde a brigada de limpeza do Concelho incluso recebeu ordens explícitas de retirar concretamente os colantes da Cadeia Humana. O resultado foi em balde já que ao dia seguinte as ruas compostelanas amanheciam com mais material que reivindicava a liberdade d@s pres@s independentistas.

Lipdut pola Independência

No próprio dia 24 de Julho e previamente à Cadeia Humana, Organismo Popular Anti-repressivo CEIVAR, participou no I Lipdut pola Indepedência organizado por diferentes coleitivos sociais e políticos de Compostela.

Cinco pessoas ataviadas com buzos brancos e com as carautas d@s pres@s independentistas escenificárom a lavoura de CEIVAR; cortar cadeias, denunciar a repressom, visibilizar às/aos pres@s independentistas e chamar à solidariedade.

DSC06609Cadeia Humana

Quando ainda restava mais de média hora para que se dera início a VII ediçom da Cadeia Humana pola Liberdade d@s Pres@s Independentistas, as grileiras da polícia espanhola já estavam despregadas na Praça Galiza identificando a um grupo reduzido de pessoas.

Na media tarde centos de solidári@s enchiam já a Praça Galiza e minutos depois passárom a rodea-la colhid@s das maus. Vigiad@s atentamente pola polícia, as assistentes pendurárom cartazes do pescoço e berrárom em contra da dispersom, das forças de ocupaçom e reclamando a liberdade d@s pres@s independentistas.

Seguidamente e de novo enganchad@s d@s maus partiu-se numha manifestaçom que percorreu as ruas da zona velha da capital galega. Durante o percorrido nom se deixou de gritar em ningum momento chamando a atençom d@s viandantes, incluso algumhas delas apoiárom com aplausos à Cadeia Humana.

Ato político

Chegad@s á Praça do Toral deu-se início ao ato político com os versos do rapeiro lucense Lucas. Posteriormente Cristina Rodríguez leu um comunicado da Plataforma Que voltem para a Casa! no que se denunciou a dobre condena que implica para @s amig@s e familiares d@s pres@s independentistas a ilegalidade da dispersom. Igualmente aludiu-se à tarefa imprescindível de apoio à Plataforma assim como das pessoas que som retaliadas.mari

A continuaçom a poeta Maria Rosendo recitou vários poemas. Deixamos a monstra de um deles: diredes liberdade/ como se todo estivesse já conquistado/ aguardando um aplauso nosso à democracia/ mas esses lugares livres dos que falardes/ nom gostamos nom nos compreendem/ nom nos convencem/ por isso seguimos aquí/ assomadas todo o tempo/ ao verbo incomodar.

Ao remate do recital poético chegou a turma do comunicado que achegou o Coleitivo d@s Pres@s Independentistas Galeg@s (CPIG). Mediante umha gravaçom e em voz do preso independentista, Antom Santos Peres, fizo-se público:

Companheiros e companheiras:

antomDesde as cadeias espanholas, recebede um caloroso saúdo no nosso Dia Nacional. Aqui enfrentamos máis um ano de dispersom, privaçom de direitos e tentativas várias de desarmar-nos pessoal e politicamente. Mas fazémo-lo com espírito resistente, convencidos de que qualquer avanço coletivo passa pola coeréncia estrita e pola uniom entre feitos e palavras.

Sabemos que na rúa os direitos conquistados retrocedem, que a repressom actúa e que nom existe nengumha vontade real por parte dos poderes fácticos de atender as demandas elementais de soberanía e justiça social. Mas também somos conscientes de que velhas ideias subversivas, noutrora defendidas em solitário polo nosso movimento, ganham agora um eco inesperado. As instituiçons espanholas deslegitimam-se, assume-se a crescente inviabilidade do capitalismo, e a ideia da independência normaliza-se progressivamente.

Ninguém nos assegura a vitória, nem sequer podemos afirmar que as circunstáncias do amanhã sejam máis levadeiras que as do día de hoje. Sim devemos dizer, sem embargo, que será a lealdade da nossa trajectória histórica a que nos abra novos caminhos: claridade no discurso e na acçom, ajuda mútua e resistência, resposta contundente aos opressores; isto é um grande património acumulado que aínda nos permite sonhar e construir um futuro nosso.

Denantes mort@s que escrav@s

Viva Galiza ceive e socialista

Finalmente umha porta-voz do Organismo Popular Anti-repressivo CEIVAR tomou a palavra para ler um comunicado perante umha nova ediçom da Cadeia Humana pola liberdade Pres@s Independentistas:

Companheiras e companheiros:

Bem-vindas e bem-vindos a esta VII ediçom da Cadeia Humana pola Liberdade das Presas e Presos Independentistas Galegos. Umha iniciativa do Organismo Popular Anti-repressivo CEIVAR que ano tras ano vai alça demonstrando, já nom só que a nossa solidariedade é imparável, se nom que cada vez, somos mais as pessoas que nos implicamos ativamente na defesa das presas e presos políticos e também contra todo tipo de  repressom.

ato_boaA Cadeia Humana na que hoje estamos presentes iniciou-se há sete anos com a interteza e com a ilusom dum projecto cuio desenvolvimento é imprescindível. Durante este tempo, dezenas de galegas e galegos fôrom detidas, processadas e incluso ingressárom em prisom como causa da sua militância independentista ou solidária. Sem embargo ainda fôrom mais as mulheres e homens as que cada fim de semana percorrérom milhares de quilómetros para deslocar-se até as prisons espanholas, e levar-lhes de primeira mao a solidariedade. Assim a Cadeia Humana sempre estivo ai marcando umha cita que já está consolidada no nosso imaginário nacional e que se reivindica como a máxima expressom coletiva dum Povo que nom deixa atrás aos seus retaliados.

O presente curso político troujo à militância independentista e à sociedade galega em geral umha importante novidade que nom podemos obviar. As altas condenas da Audiência Nacional por pertença a organizaçom terrorista contra os e as prisioneiras políticas independentistas e as hipotéticas mas pouco prováveis ilegalizaçons de organizaçons políticas e solidárias.

Ante este cenário nom nos podemos deixar arrastrar polo medo já que este é o objetivo de Espanha. Temos que seguir fieis à realidade: a repressom só será mais dura se o processo de libertaçom nacional e social é mais forte e esse é o nosso objetivo. Um objetivo que também partilha CEIVAR e que é fazer medrar a solidariedade, companheira imprescindível em todo caminho emancipatório e barreira de contençom das forças antagónicas.

Neste sentido deveremos agir com serenidade analítica, própria dos tempos de rápidas mudanças como som os atuais. Temos que ter em conta que se Espanha decidiu-se a dar o paso de declarar formalmente a existência dumha banda armada na Galiza, nom é fruto do reconhecimento e fortaleza social espanhola, NOM, é tam só a sua profunda crise e debilidade estructural as que empurram cada vez mais a Espanha a optar por políticas de dureza repressiva ante a falta de legitimidade mas também polo vigor que estám a adquirir os nossos processos soberanistas e a crescente desafeçom do Povo Galego cara o seu régime ditatorial. attt

A monstra de todo isto é esta, nós hoje aqui reivindicando a liberdade dos presos independentistas e rodeadas dum ejame de matons. A mensagem que nos querem ofrecer é nítida; excepcionalidade repressiva de quem ocupam policialmente as nossas cidades e a repressom que teremos que afrontar se persistimos reivindicando-nos como Povo, como um ente coleitivo.

As fortes condenas de prisom a militantes independentistas galegas e galegos por parte da Audiência Nacional estám a procurar já nom só um efeito repressivo sobre um método de luita concreto, se nom também lançar umha advertência à militância e ao corpo social desde País procurando um efeito psicológico perverso.

A repressom pretende desde o medo e a parálise empurrar às pessoas à autocensura, à renúncia e mesmo à traiçom a sua própria pessoa e à coleitividade para instala-las assim no insolamento social em busca de bens materiais e comodidades que lhes permitam mal-viver a miserável vida que Espanha lhes impom.

Nós, as independentistas galegas e galegos somos gente que nos curtimos à intempérie. Durante décadas temos demonstrado muito coletivamente; entrega plena e firme militante, exemplos intacháveis de patriotismo namentres outros mercadeiavam com a Galiza nas instituçons do inimigo mas, sobre todo, umha capacidade surpreendente para encaixar as derrotas e volver-nos erguer dum modo que até abraia aos nosso inimigos. Assim o faremos, volveremos erguer-nos as vezes que sejam precisas e com mais força que a vez anterior.

Este compromiso e a solidariedade som as nossas melhores ferramentas. Deste jeito deveremos sustituir o medo pola cautela, a parálise pola versatilidade militante, a desconfiança polo companheirismo. Exercer e extender os valores solidários tenhem que ser a primeira barricada ética e política junto ao fortalecimento das estructuras anti-repressivas deste País. Há um amplo caminho aberto!

Já para rematar umhas últimas palavras, companheiras e companheiros:

Como bem sabedes temos nestes momentos a umha presa e quatro presos independenstistas galegos nas prisons espanholas. Vaia desde aqui a nossa aperta irmandinha para:

Maria Osório Lopes, presa e dispersada em Soto del Real (Madrid)

Eduardo Vigo Domingues, preso e dispersado em Mansilha de las Mulas (Leom)

Antom Santos Peres, preso e dispersado em Aranjuez (Madrid)

Carlos Calvo Varela, preso e dispersado em Topas (Salamanca)

e Roberto Rodrigues Fialhega, preso e dispersado em Estremera (Madrid)

atowwDo mesmo jeito nom podemos deixar de lembrar-nos em tal dia como hoje das dezenas de familiares e amigos que ofrecem cada dia um exemplo continuo, permanente e silencioso da firmeza e da dignidade deste Povo.

Tampouco podemos esquecer às mulheres, aos operários, às labregas, aos marinheiros, às estudantes, aos sindicalistas e a todas as galegas e galegos que fôrom levadas e levados ante um tribunal por defender os seus direitos que em definitiva som os direitos do nosso Povo e da nossa clase.

Como em tempos passados os lobos voltam a aular desde Madrid. Pretendem mediante a repressom, reduzir a cinças a nossa esperança e trabalho de construçom nacional e punir exemplarmente a quem se levante. Ante isto, como já fixemos em incontáveis ocasions, desde o Organismo Popular Anti-repressivo CEIVAR anunciamos-lhe que o nosso compromiso está renovado nos encontrarám em pé: dia e noite, em cada rua, em cada esquina e em cada praça atuando como altofalante contra a repressom e apostando por umha solidariedade que é imparável.

Adiante a solidariedade galega! 

Viva a Galiza livre, socialista e feminista!

O ato concluiu com o canto do Hino Nacional acompanhado dumha gaita.

Incidentes policiais

Se bem durante a VII Cadeia Humana pola Liberdade d@s Pres@s Independentistas nom se registrárom incidentes destacáveis por parte da Polícia Espanhola, sim que se produjérom após concluir os atos. Três grileiras policiais aparecérom nos arredores do local de CEIVAR e tivérom retidas a cinco pessoas que se dispunham a descarregar o material empregado durante a Cadeia Humana. Durante mais de 45 minutos os polícias registrárom os carros e às/aos militantes, ainda assim nom entrárom no local do Organismo Anti-repressivo.

Manifestaçom unitária juvenil e Dia da Pátria

DSC06877O Organismo Popular Anti-repressivo também estivo presente durante a manifestaçom unitária juvenil que tivo lugar às 20h do 24 de Julho. Nela repartiu-se umha brochura titulada: “A mocidade: esperança de futuro para Galiza, alvo repressivo para Espanha”. Igualmente despregou-se umha faixa no percorrido da mobilizaçom denunciando a repressom à que está submetida a mocidade galega.

Durante o próprio Dia da Pátria, CEIVAR colocou um posto na Alameda no que além de poder mercar material puido-se escrever às/aos pres@s independentistas galeg@s. Finalmente duas faixas fôrom termadas por solidári@s percurso das manifestaçons do nosso Dia Nacional.

Agradecimentos

Desde CEIVAR queremos fazer um agradecimento expresso a todas e todos vós. Somos conscientes das dificultades que muitas vezes acarrea ter que deslocar-se até Compostela um dia laborável mas também do desgaste que implica estar cada ano secundando as convocatórias.

Outro ano mais se conseguimos que a Cadeia Humana fora um claro sucesso foi grazas a vós; à militáncia que nom deixou de trabalhar nem um minuto, às/aos colaborador@s botastedes umha mau no que puidestedes e às/aos solidári@s estivestedes esse dia ou às/aos que trabalham desde o silêncio.

Obrigad@s a tod@s!

Já nom temos medo!

Viva a Galiza solidária!