Realizado julgamento farsa ao Edu.

edu_webNo dia de ontem, quinta 25 de Setembro, 35 pessoas, entre deslocados da Galiza e solidari@s madrilenh@s, concentrarom-se às portas da AN para mostrar apoio e carinho ao Edu no julgamento-farsa que pretende aumentar os 18 anos aos que este mesmo tribunal de exceçom o condenou no juízo  que se celebrou em Madrid entre os dias 24 e 27 contra quatro independentistas galegos.

As 18 pessoas que puiderom entrar no julgamento presenciarom todo tipo de irregularidades, desde que os feitos dos que mais se falavam já foram julgados, indicando a própria juíza Teresa Palacios no momento de que testemunharam Santi e Jose que essa era umha situaçom heterodoxa, ate declaraçons policiais nas que se repetia o binómio independentista-terrorista (os dous termos sempre juntos) ou se utilizava o nome de “Resistência Galega” para falar de material assinado por organizaçons públicas atopado nos registos.

A clave do julgamento estava em si umha luva encontrada num registo em 2007 com o ADN de Eduardo e o do seu irmao Santi, podia concluir que ele elaborara um artefacto polo que já fora julgada gente. Os peritos encargados da investigaçom das luvas nom comparecerom, tam só um polícia que nom puido confirmar nada do suposto informe pericial e outro perito que confirmou que às traças de pólvora encontradas na luva podiam estar lá só com colher o “artefacto” por fora.

Sem nengumha prova real, o caso polo que a fiscalia solicita oito anos de encerro ficou visto para sentença.

Eduardo recebeu os aplausos do público ao abandonar a sala.

A equipa do GalizaLivre realizou umha crónica que colamos a continuaçom:

Mais umha farsa contra o independentismo na Audiência Nacional

Redaçom/ De novo um cidadao galego é julgado polo tribunal político espanhol. Passadas as 10 da manhá do 25 de Setembro, numha pequena Sala, nº 4 do Penal, na rua Prim do centro de Madrid metiam ao vizinho de Angrois Eduardo Vigo, algemado mas surrindo, que saudou “que passa chavales!” às dezaoito pessoas que puiderom passar como público. Entretanto, e durante toda a manhá que durou o julgamento, umha concentraçom solidaria aguardou às portas do edificio, entre as que se atopavam um importante grupo de solidarias madrilenhas, que se achegarom a oferecer o seu ánimo e apoio.

Dentro, começa a sessom, “con la venia” de las senhorias todas. Mais umha vez sob a acusaçom do fiscal contra o independentismo galego, Azcárraga. A petiçom: oito anos para Eduardo, por elaboraçom de artefacto explosivo com fins terroristas. E presidindo o tribunal Teresa Palacios. Começa o show: umha longa e esperpéntica -como vem sendo habitual- retaíla de declaraçons policiais, todas testemunhas protegidas, que entravam com cuidado desde a porta para detrás dum biombo de plástico azul -que lembrava a hospital-. Chegam e a pregunta protocolar do tribunal antes de nada é se conheces ao acusado e se tes interesse em como acabe o processo. Na pregunta de se tenhem interesse em como acabe o processo, practicamente todas as testemunhas policiais duvidarom, e a quatro Guardias tiverom que lhe repetir e explicar a pregunta porque nom percebiam a que se refire. Ao final, depois da aclaraçom da juiza -”si tenéis algún interés personal en que se resuelva de determinada manera o sólo queréis que se resuelva la verdad”-, todos respondem “verdad, claro”.

Começarom falando, para “contextualizar”, dous guardas especializados na persecuçom política, que já desvelarom nas primeiras preguntas que si, que conheciam ao acusado de estarem-no espiando por causa da sua atividade no “terrorismo galego”, de participar em manifestaçons, pintadas (sic) e estar no entorno do “independentismo radical violento”. A versom policial fundamenta-se no seu contorno político e nas suas ideias, e sustenta-se no material político incautado durante o registro da sua casa: libros, autocolantes, panfletos e informaçom sobre “movimiento terrorista autóctono español e internacional (sic), como el IRA y eso”. Incluso, citarom que entre as suas pertenças tinha na sua morada um comic de Resistência Galega (!) contra los turistas madrileños donde se nos insulta (em alusom a umha banda desenhada da organizaçom juvenil AMI de denuncia cómica do turismo como economia colonial). E a prova definitiva: um “manual de autoprotecçom do militante”, que parece ser, segundo a perícia policial, um texto que só tenhem as militantes. O fiscal, tivo a agudeza de preguntar ao acusado que significava o título, “de que se tiene que proteger?”.

O uso da terminologia “independentismo radical violento” e “terrorismo” mesturava-se de forma indistinta por parte dos agentes. E a connivência entre fiscal e guardas era total, o tom e as preguntas eram de simples corroboraçom, plantejando hipóteses para resposta de um “sí por supuesto”. Exemplos de audácia fiscal-policial como: “Entonces podría ser, perfectamente, que Eduardo supiera que su hermano podría haber sido detenido, porque cuando se realizó el registro ya estaba allí?”, na casa em que viviam juntos. “Si, por supuesto, ya nos pareció además que aquella casa estaba muy “limpia”, como si estuvieran esperándonos”. Aquí estám as possibilidades policiais: se está “mui limpa” e que já estavam aguardando, veja-se que esconderom provas, portanto é culpável. E se está mui “suja” e que tenhem muitas provas, portanto é culpável.

Umha longa lista de erros e inconcreçons forom a nota das declaraçons policiais, que exceptuando os testemunhos de Santiago Vigo e Jose Manuel Sanchez Gorgas e do próprio acusado, forom todas as intervençons. Se bem que, de haver algum interesse no contraste e exposiçom de provas, estas declaraçons seriam sufientes para umha absoluiçom e de passo, umhas desculpas. Nengumha prova. Umha longa listagem de suspeitas. Nos informes havia erros até nas datas da denteçom de Santi e Jose: figurava 7 de Outubro, quando foi em 14 de Dezembro. O Guarda Civil responsável alegou que era um “erro tipográfico”(!).

Depois chamarom a declarar a um dos dous instructores de outra parte da investigaçom, chega ali, declara nom conhecer a Eduardo, pregunta que significa nom ter interesse em como acabe o processo, e depois da aclaraçom e o conseguinte: “no, claro.” Preguntam-lhe se foi o instrutor da investigaçom, e di: Pues no. Ele nom era. Mais um erro que nom permitiu corroborar os informes no juizo oral.

Um dos indícios da acusaçom era que o artefacto que tinham Santi e Jose o dia da sua detençom tinha umha estrutura de PVC, e Eduardo trabalhava “soldando” PVC de fontaneiro naquela altura. Edu explicou que o PVC nom se solda, e que trabalhava com outros materiais. A defensa preguntou entom ao polícia como puidera descubrir o do PVC e este respostou: “pues pregúntenselo a él” (em referência a Edu). Aquí a juiza interviu cara o polícia: “no, no, no, vamos a ver. Si usted declara eso quien lo tiene que explicar es usted”. E acabou o conto do PVC.

O eixo fundamental da acusaçom, sobre o que se falou horas, com umha cheia de informes e hipóteses dando voltas e voltas, forom umhas luvas. As luvas que atoparom no carro em que detiverom a Santi e Jose em 2007, porque tinham restos do ADN de Eduardo, e traças de material pirotécnico -do explosivo que portavam-. O facto de Santi ter levado as luvas da casa familiar, onde vivia com Edu, e de as luvas serem de uso comum nom parecia convincente.

O cúmulo de suspeitas que acarretavam, sem nengumha prova real, polícias e fiscalia, eram suficientes para solicitar oito anos de encerro.

Ao longo do julgamento viveu-se umha sensaçom de “dejá vu” do juizo a Santi e Jose. Rejulgado e repetindo como fora de todo, inclusive, voltarom os guardas civís de Noia declarar como fora a detençom: Um Guarda com Santi no carro patrulha, e o outro guarda com Jose no proprio veiculo, levando consigo o “artefacto”, a pesar do suposto medo e incumplindo o seu protocolo -de acordoar a zona e chamar aos tedax- quando se descubre um possível explosivo.

Santi e Jose declararom em qualidade de testemunhas, se bem a situaçom era “heterodoxa”, segundo a própria juiza. Quem pediu ao público para nom alborotar justo antes de chamar ao primeiro deles para entrar a declarar, tendo o avogado da defensa que explicar que estavam em liberdade. Apesar disto, a atitude da juíza foi relativamente “neutra”, com notas paternalistas chamando a Eduardo a sentar correctamente: “ya sé que tu eres mui grande y la silla mu pequeña pa ti, pero siéntate correctamente”.

O caso ficou visto para sentença. Ao sair da sala, o público aplaudiu ao preso, enquanto o algemavam de novo os polícias espanhois.