Bascas e galegas contra a dispersom penitenciária – Solidariedade com Xurxo e Zigor

 

teixeiro_20130316O passado sábado 16 de Março coincidirom na cadeia de Teixeiro duas marchas solidárias basca e galega em apoio e solidariedade com Zigor Blanco e Xurxo Olveira. Os berros das solidárias ressoarom juntas para passar além dos muros da prisom e dar ânimo e força @s pres@s polític@s ali sequestrad@s.

Este ato de convívio rematou coa leitura dum comunicado contra a política penitenciária desumana e as medidas de excepçom que exerce o estado espanhol aplicando a dispersom, a doutrina Parot e o mantimento em prisão d@s pres@s gravemente enferm@s que dispomos ao final desta nova.

A equipa de GalizaContrainfo realizou um vídeo e umha crónica fotográfica do encontro de ambas marchas.

CRUEL POLÍTICA PENITENCIÁRIA: DISPERSOM

Os diferentes Governos dos Estados espanhol e francês têm aplicado durante os últimos 35 anos uma política especial e discriminatória em matéria penitenciária com respeito aos presos políticos vasc@s e galeg@s. Esta política tem conhecido diferentes etapas e, dependendo dos objetivos políticos que perseguia a cada uma delas, tem registado diferentes fases.

Mas chegamos ao momento atual. Os sucessivos governos de PP e PSOE abordam uma nova fase, e outra vez com a ideia -agora confessa de atingir objetivos políticos: querem fazer desistir à sociedade basca e galega de suas ideias independentistas e sementar a desmoralizaçom entre @s pres@s polític@s e seus achegad@s.

Trata-se de uma fase especialmente dura e para assegurar, sem resquícios, a extrema dureza que persegue, se adotou todo um pacote de medidas que ademais, lhe presta cobertura legal: endurecimento das penas assinalando o limite de cumprimento em 40 anos.

A partir do ano 2006, a dezenas de pres@s politic@s tem-se-lhes imposto a reforma conhecida como “Lei Parot”, que suprime os benefícios sobre as penas e os retém em prisom ainda e quando a tenham cumprido em sua totalidade, assim até os manter durante 30 anos em prisom.

Os direitos das pessoas presas nom podem estar condicionados a interesses políticos. Som direitos fundamentais e devem ser sempre respeitados. Nom se pode jogar com eles, manipula-los nem submete-los a contrapartidas.

PRES@S VASC@S ASSASSINADOS:

Dito de outra maneira, a dispersom pretende anular ao preso, desvincula-lo da sua ideologia e adscrição coletiva ou, em caso de nom consegui-lo, terminar com ele. Destruí-lo.

Em 21 casos os estados conseguiram este último fim: a morte de um/uma pres@ polític@ basc@. Em pouco mais de duas décadas, a gota a gota das agressons, isolamento, privaçons básicas e legislaçom à carta para que as portas dos cárceres nunca se abram, têm provocado o duelo em muitos lares bascos.

1.- J. Ramón Goikoetxea, aforcado no cárcere de Alcalá-Meco o 26/06/1985.

2.- Joseba Asensio, por enfermidade no cárcere de Herrera o 08/06/1986.

3.- Josu Retolaza, por enfermidade em Eibar o 19/05/1987.

4.- Mikel Lopetegi, aforcado no cárcere de Herrera o 02/03/1988.

5.- J. Carlos Alberdi, por enfermidade no cárcere de Herrera o 15/06/1988.

6.- Mikel Zalakain, por enfermidade no cárcere de Martutene o 01/12/1990.

7.- Jean Groix, aforcado na cadeia de Fresnes o 27/01/1991.

8.- Peio Mariñelarena, por enfermidade no hospital de Paris o 15/05/1993.

9.- Javier Gorostiza, por enfermidade na prisom de Basauri o 17/06/1995.

10.- Juan Jose Etxabe, por enfermidade em Baiona o 11/07/1996.

11.- Jose Maria Aranzamendi, aforcado no cárcere de Alcalá o 07/02/1997.

12.- J. Carlos Hernando, aforcado na cadeia de Albacete o 20/07/1997.

13.- Jean Louis Maitia, por enfermidade em Ezterenzubi o 25/08/1997.

14.- Santi Diez, por enfermidade em Bilbao o 27/10/1997.

15.- Esteban Esteban Nieto, por enfermidade em Tolosa o 26/11/1999.

16.- Ramón Gil, por suicídio em Legazpi o 23/10/2002.

17.- Kepa Miner, por enfermidade em Hernani o 26/04/2004.

18.- Oihane Errazkin, aforcado no cárcere de Fleury o 08/07/2004.

19.- Joxe Angel Altzuguren, aforcado na cadeia de Sória o 31/10/2005.

20.- Igor Angulo, aforcado na prisom de Cuenca o 27/02/2006.

21.- Roberto Sainz, por enfermidade no cárcere de Aranjuez o 03/03/2006.

Nos vinte anos decorridos desde que se iniciou a política de dispersom, as malheiras e agressons físicas contra os presos e presas têm sido uma constante, tanto no interior dos cárceres como nos traslados de uma prisom a outra. No estado francês, este maltrato significou-se de maneira especial nas conduçons aos tribunais de justiça.

O conjunto de agressons protagonizadas por servidores públicos de prisons e polícias de ambos estados atinge até hoje uma cifra superior às 500, a resultas das quais dezenas de pres@s polític@s basc@s têm tido que receber atençom médico-sanitária.

O último caso na semana passada na prisom de Puerto de Santa Maria ao preso político basco Oskar Barreiras.

FAMILIARES DE PRES@S BASC@S ASSASSINADOS POLA DISPERSOM:

Até agora tenhem sido 16 os familiares e amigos que morrerom nas estradas de ambos estados quando tratavam de garantir o direito à visita de seus seres queridos. Um custo humano e uma tragédia que os seus causantes e encobridores ignoram deliberadamente. Nom obstante, seus nomes som um marco inevitável no caminho da luta contra a dispersom.

1982: Rosa y Arantza Amezaga (Tolosa).

1990: Pilar Arsuaga y Alfonso Isasi (Laudio).

1997: Antxoni Fernandez (Getxo).

1998: Jose Mari Maruri (Zierbena).

1999: Mari Karmen Salbide (Ugao).

2000: Ruben Garate (Otxandio).

2001: Iñaki Saez y Asier Heriz (Soraluze).

2003: Argi Iturralde eta Iñaki Balerdi (Lasarte).

2003: Sara Fernandez (Iruñea).

2004: Leo Esteban (Tolosa).

2004: Karmele Solaguren (Barañain).

2007: Natividad Junko (Oñati).

O balanço destas duas décadas é dramático. Além das pessoas falecidas, contabilizam-se mais de 300 acidentes de tráfico de familiares e achegados nas estradas de ambos estados, como consequência das quais mais de umha centena têm resultado com feridas de certa consideraçom. Ademais, as perdas materiais, económicas e consequências derivadas disso no âmbito laboral, som incalculáveis.

Em concreto @s familiares e amig@s de Zigor tivemos 3 acidentes.

CUSTO ECONÓMICO PARA IR VER A ZIGOR:

À SEMANA: 122,18€ 1.026KM

AO MÊS: 488.72€ 4.104KM

AO ANO: 5.864,64€ 49.248KM

OS 10 ANOS QUE LEVA: 58.646,40€ 492.480KM

O coletivo de pres@s politic@s basc@s enfrenta uma média anual de 47.572.408km e umha quantia de 14.700.451€

Os motivos que hoje nos levam a realizarem esta marcha som 2; a excarceraçom do nosso vizinho Zigor Branco detido baixo falsas acusaçons e umha montagem policial, e solicitar que se acabem com as medidas de excepçom que aplicam os estados @s pres@s polític@s, como som a dispersom, a doutrina Parot e a manutençom em prisom d@s pres@s gravemente doentes.

Fazemos um apelo à sociedade a que se mobilize para terminar com esta cruel política penitenciária.

A DISPERSION PENITENCIÁRIA EM GALIZA

As presas políticas galegas encontram-se na actualidade em situaçom de dispersom, ainda estando a espera de julgamento e de supor-se no ordenamento jurídico espanhol a presunção de inocência. Os seis patriotas galegos sequestrados em cadeias espanholas nem sequer estam condenados por pertencer a nenhuma organizaçom, dando-se o caso inclusive de padecer esta situaçom com fundamentos mui precários e provas insostiveis, pelo que nos últimos meses têm sido posto em liberdade alguns deles e elas.

Esta ameaça constante sobre as independentistas galegas pretende imobilizar e atemorizar às militantes galegas, assim como endurecer as condiçons nom só das patriotas presas, senom também dificultar as mostras de solidariedade. Mas de meio milhom de Km e case 75.000 euros em deslocaçons dam conta destas dificuldades.

Na história de nosso pais contamos com a morte de familiares de pessoas presas em longas viagens provocadas pela dispersom e tem sido motivo constante de luta e denúncia pelas organizaçons anti-repressivas e de familiares.

Espanha nom perdoa os povos que resolvem tornar-se donos do seu destino, e enfrentar a dominaçom turrando forte daquela estaca sobre a que cantava LLuis LLach, e que tem o seu centro em Madrid. Nom hai geraçom de galegas nem de bascas que nom tenha chagas nas suas maos, de turrar sem descanso pola libertaçom dos nossos povos. Essas chagas doem em forma de prisom, de tortura e de morte. Hoje, que essa estaca está mais podre que nunca, a dor das nossas maos nom deve restar-nos força. Curemo-las com solidariedade comunitária, e com carinho internacionalista. E continuemos turrando juntas, seguras de que, mais cedo que tarde, ela caerá.

Antes mortas que escravas! Viva Galiza Ceive!

Jo ta ke irabarzi arte! Gora Euskal Herria askatuta!