Presas e presos independentistas: luitando nos cárceres de Espanha na defesa da sua dignidade

punho-reixasAs galegas e galegos que, de forma ininterrumpida polo menos desde o golpe fascista de 1936, tenhem pagado nos cárceres espanhóis o seu comprmisso coas diferentes luitas de libertaçom do nosso povo, caracterizárom-se onte e hoje por posuirem, ante todo, um perfil humano excepcional: pessoas honradas, generosas, críticas, inconformistas, solidárias e luitadoras, incapazes de viver entre a injustiça e a opressom sem se implicar no seu combate, e precisamente por isso perseguidas polo poder. Homens e mulheres às que nascer e viver numha Galiza negada e submetida, aos que pertencer a umha classe explorada e humilhada, nom deixou indiferentes, senom que as e os empurrou a estabelecer profundos compromissos vitais coas mais variadas luitas políticas, sindicais, ecologistas, feministas, estudantis, sociais ou culturais. Esta é a talha humana que nem os muros mais altos dos cárceres espanhóis conseguem ensombrecer.
Quando umha ou um militante independentista entra em prisom, todos aqueles valores que o levárom a enfrentar o poder fora dos cárceres nom acostumam a desaparecer dentro. Antes bem, mesmo nas difíceis condiçons que conleva estar completamente à mercé do inimigo, só e no seu território, as e os independentistas galegos caracterizam-se por seguir combatendo dentro dos cárceres as injustiças e os abusos dum sistema que, de muros para dentro, mostra sem complexos a sua esência repressiva e inumana. Mesmo entre reixas, os e as militantes independentistas seguem a luitar.
A modesta mas constante história que as melhores filhas e filhos do nosso povo tenhem escrito nos cárceres de Espanha é umha história de conflitos, solidariedades, plantes, chapeos, castigos e greves.

Polo direito a umha cela individual

Um dos primeiros conflitos com os que se encontram as e os militantes galegos no momento de entrar em prisom é a pretensom do sistema penitenciário espanhol de que convivam na mesma cela com outro recluso. A pena à que estám condenados os presos (quando o estám) é unicamente de “privaçom de liberdade”, polo que questons fundamentias como a sua intimidade ou a tranquilidade necessária para levar umha vida de estudo, desporto, leitura, escritura, desenho… deveriam ser respeitadas polas instituiçons penitenciárias. Se compartir um andar com pessoas amigas ou conhecidas é amiúde um martírio para quem vive em liberdade, a convivência diária nos escasos metros dumha cela com quem a direcçom do cárcere decida dobrá-los, é umha medida pola que normalmente as presas e os presos políticos nom estám dispostos a tragar. Esta é umha das primeiras razons polas que os militantes galegos acostumam a plantar-se, negando-se a entrar na cela compartida quando se lhes ordena, e provocando assi que, por desobedecer as ordens dos carcereiros, sejam castigados em isolamento.

Frente os abusos dos carcereiros

Os chamados “funcionários de prisons” som os agentes encargados de fazer que as e os prisioneiros cumpram a lei de Espanha. A sua funçom é ordenar, vigiar e castigar para que os presos e as presas assumam o seu papel, para que permaneçam dentro dos muros do seu cárcere o tempo que os seus tribunais dictárom, e para que cumpram  obedientemente os seus regulamentos internos…e nem só. Entre os carcereiros -como entre todas as profisons que exercem o poder- abundam os que gostam de abusar, de humilhar, de trepar e de exceder-se nas suas funçons. Nom é por acaso que, junto cos quarteis e as esquadras policiais, os cárceres apareçam denunciados de forma reiterada por aqueles organismos internacionais que alertam sobre a prática sistemática de torturas no estado espanhol.
Um dos momentos nos que os carcereiros acostumam a expressar o seu sadismo é o que sucede às visitas vis-a-vis. Os regulamentos carcerários permitem os funcionários registrarem o corpo dos reclussos, mas especificam também que estes registros devem fazer-se protegendo sempre a intimidade e a dignidade do preso. Os carcereiros, porém, acostumam aproveitar estes momentos para ordenar despidos integrais e realizaçom de flexons, ao que os militantes galegos respondem normalmente negando-se e solicitando batas que lhes permitam manter vestida umha parte do corpo mentres mostram a outra. Som as pequenas ferramentas que as e os prisioneiros podem utilizar para defenderem a sua dignidade e estabelecer certos limites ante um sistema que, através dos seus funcionários, pretende anulá-los como pessoas. Pequenos gestos que, porém, desencadeam amiúde fortes conflitos. Há pouco mais de um mês o patriota galego Santiago Vigo foi castigado em isolamento precisamente por manter esta posiçom diante do seu carcereiro, após um vis-a-vis coa sua companheira sentimental.

Jejum contra a dispersom

De entre as violaçons que o sistema penitenciário espanhol fai dos seus próprios regulamentos, a dispersom é umha das que mais afecta as e os independentistas galegos presos. Ela nom é só umha medida que busca separar uns militantes de outros e todos da sua pátria, mantendo-os longe da sua gente, da sua lingua ou do seu clima…mas também castiga familiares e amizades, que tenhem que fazer frente a um enorme esforço humano e económico cada fim de semana de visita. Esta é a razom pola que o Colectivo de Presas e Presos Independentistas Galegos realiza mensualmente um jejum a ultima sexta-feira de cada mês; umha medida simbólica que expressa enfrentamento dos patriotas presos coa sua situaçom penitenciária, e que é respaldado em todas as cidades galegas polas concentraçons solidárias que convoca CEIVAR.

O exemplo de Maria, Teto, Antom e Eduardo

Os últimos quatro militantes galegos encarcerados estám a viver todo este processo de adaptaçom conflitiva à sua nova situaçom. E estám a fazê-lo com umha enteireza e dignidade exemplares. Incomunicados ao ingressar em prisom, e dispersados imediatamente depois a quatro centros distintos de Madrid, a presa e os presos independentistas enfrentam as suas primeiras semanas como tal sem renunciar aos mesmos princípios e à mesma atitude pola que som reconhecidos no nosso país.
Roberto Rodriguez e Maria Osório, em Estremera e Soto del Real respectivamente, conseguirom de momento manter-se numha cela individual, e permanencem nos módulos de preventivos de ambas prisons com acesso aos serviços habituais: biblioteca, pátio, gimnásio… Diferente é o caso de Eduardo Vigo e Antom Santos, que tiverom que plantar-se para que os cárceres de Navalcarnero e Aranjuez nom os doblaram com outros reclussos, e que na actualidade permanecem nos módulos de isolamento, encerrados nas suas celas e saindo sós ao pátio, unicamente durante quatro horas ao dia. No caso de Antom, a dureza da prisom de Aranjuez ceba-se também coa sua família e amizades, retrassando e dificultando o mais possível as visitas e chamadas telefónicas, que a dia de hoje ainda nom tem autorizadas.

Nas condiçons mais extremas e desfavoráveis para a nossa causa, entre os muros desenhados e custodiados polo inimigo, a centos de kilómetros da nossa Terra, pequenas luitas diárias ilustram com exactitude a história do nosso povo: umha Galiza pequena, humilde e extraordinariamente digna, que se enfrenta com valor e decisom contra o poderoso monstro espanhol. É a história das nossas companheiras, dos nossos irmaos, das nossa filhas, dos nossos vizinhos presos. É a história daquelas mulheres e homens polos que nos sentimos orgulhosos de ser galegos.