Rolda de imprensa do Organismo Popular Anti-Repressivo Ceivar, perante as últimas detençons.

Às 12:00 da manhá de hoje, na livraría Couceiro de Compostela, o Organismo Popular Anti-Repressivo Ceivar convocou aos meios de comunicaçom para dar umha rolda de imprensa perante as últimas detençons dentro da operaçom que esta a levar a cabo a Policia Espanhola contra o independentismo galego.

Queremos aclarar que antes de comezar a rolda de imprensa solicitamos-lhe ao cámara e à jornalista da TVG que abandonasem a sala, por duas razóns que queremos esclarecer:
1. O día 30 de novembro, umha companheiro de Ceivar fixo umhas declaraçons para diferentes meios diante do Local Social Arredista, estas palavras forom totalmente terxiversadas e colocadas numha frase que os proprios jornalistas compuxerom como lhes deu a ganha e sem rigor algum. Dando-lhe a volta totalmente às palavras da nossa companheira.

2. Considerom lamentável o que fixerom coa familia de Eduardo Vigo, umha das pessoas detidas. Aparecerom na casa de seus pais o día 1 pola manhá, e comezarom grabar, a pesar de que a mai do detido lhes dixo que abandonasem a súa propriedade. Depois de momentos de tensom a mai do detido botou aos jornalistas. Estes miseráveis, que se fam chamar jornalistas, emitirom imagens da mai de Eduardo Vigo botando-os da súa propriedade.

Também aproveitamos para aclarar que hoje durante a rolda de imprensa nom fixemos declaraçons, posto que os meios de in-comunicaçom, até o de agora limitarom-se a mentir e manipular as nossas palavras.

A continuaçom reproducimos o comunicado lido hoje por Lucía Álvarez:

Ante as detençons dos cidadaos e cidadás galegas Eduardo Vigo, Jessica Rodriguez, Roberto Rodriguez e Catalina Alonso por parte da polícia espanhola no passada quarta-feira dia 31, o organismo anti-repressivo Ceivar quer transladar aos meios de comunicaçom as seguintes consideraçons:

1. Encontramo-nos, mais umha vez, ante umha operaçom contra-insurgente com todos os elementos que Espanha tem experiência em utilizar quando se trata de golpear a disidência política: além da intervençom policial propriamente dita, factos como a aplicaçom de medidas judicias extraordinárias, o controlo estatal da informaçom e o controlo social desenvolvido nestes dias contra o movimento social independentista evidenciam que nom estamos ante o simples apresamento de delinqüentes comuns. Esta é umha operaçom de Estado contra um dos focos de resistência mais activos e decididos que tem Espanha a dia de hoje: a disidência galega. O contexto que há tras o acontecimento mediático nom se pode nem se deve ocultar: a Galiza é umha naçom submetida a um gravíssimo processo de destruiçom física e cultural, mas ainda há galegas e galegos que nom se resignam ao etnocídio, que respondem as agressons e luitam pola supervivência do seu País e pola justiça social. Teto, Jessi, Eduardo e Cata som algumhas e alguns de eles.

2. A propaganda é um medio de guerra fundamental nos nossos tempos, e para o Estado Espanhol é facil utilizá-la quando tem de mao os periódicos, as rádios e as televisons do grande capital e dos seus governos títeres. Eles -os poderosos- som, possivelmente, os únicos “aterrorizados” pola actividade do independentismo galego, e por isso nos seus médios se esforçam por distorsionar a imagem dos detidos e as detidas para apresentá-las como perigosas terroristas sem escrúpulos. Desde que Goebbles  apresentara nos seus filmes aos judeus como ratas, é comum aos repressores construir umha imagem inumana daqueles sectores e daquelas pessoas coas que se querem ensanhar. Nós, em cámbio, sabemos que as duas detidas e os dous detidos som galegos exemplares, gente honrada, boa e generosa, voluntárias e voluntários de infinidade de projectos e causas sociais, culturais, políticas e sindicais, trabalhadores incansáveis ao lado dos que sofrem e dos que luitam, filhas e filhos, amigos e amigas, companheiras e companheiros das que a maioria do nosso povo, se tivesse a sorte de os conhecer pessoalmente, se sentiria orgulhoso.  Para Espanha é facil explicar os acontecimentos atribuindo a militáncia armada a fanáticos, a loucas ou a inadaptados….mas quem conhece às presas e aos presos independentistas sabe que é precissamente a sua enteireza, a sua luzidez, a sua generosidade, a sua bondade e o seu esforço o que lhes tem feito, no século XXI, continuar com essas luitas que dignificam aos povos, e que os poderosos quereriam já para sempre abandonadas.

3. A operaçom mediática e policial violenta da forma mais descarada todos e cada um dos preceitos do Estado de Direito. Se nom fosse por que semelhante atitude está a servir para legitimar o ensanhamento sobre as companheiros e os companheiros detidos, provocaria risos ver como os mesmos políticos e jornalistas que se apressuram a reclamar o “presunto” quando se fala das suas corruptelas e crimes, esquecem por completo a presunçom de inocência quando os detidos som povo, e ainda povo organizado. Catalina, Jessica, Eduardo e Roberto ainda nom virom um juiz, ainda nom tiverom oportunidade de se defender, ainda nom puderom se quer falar com os seus advogados…e em cámbio as grandes empresas de comunicaçom já os tenhem sentenciado como culpáveis. Nom emitir juizos sobre os feitos imputados até nom poder ouvir a versom da parte implicada, deveria ser umha máxima de qualquer demócrata… mas quedam mui poucos desses no Estado Espanhol. No entanto, de Ceivar alertamos da possibilidade evidente de que tal esforço de criminalizaçom mediática agache detrás uns indícios realmente fracos contra os imputados, no que é já umha prática habitual dos corpos policiais espanhois: a construçom mediática dum clima social de alarme justifica a supressom das garantias processais dos detidos (ao abeiro da incomunicaçom e da lei antiterrorista), e é nesse espaço de impunidade, na escuridade dos calabouços e das salas de interrogatórios, que umha polícia nunca depurada desde a ditadura consegue as suas “provas” e declaraçons inculpatórias.

4. Ceivar tem aderido e reproduzido as inumeráveis denúncias que os mais prestigiosos organismos internacionais de vigiláncia e protecçom dos Direitos Humanos, desde Amnistia Internacional até a próprio relator especial da ONU para a prevençom da tortura, passando por Human Right Watch, tenhem dirigido ao Estado Espanhol. Hoje nom podemos mais que acender todas as alertas e expressar a nossa máxima preocupaçom, dado que os feitos que as medidas que estes organismos consideram mais inadmissíveis, som precisamente as que Espanha está a aplicar às duas galegas e aos dous galegos detidos: incomunicaçom, impossibilidade de ver a um médico ou a um advogado de confiança e reclusom durante cinco dias no único lugar de Madrid onde nom existe a vídeo-vigiláncia: nos calabouços das comisarias e dos quarteis. Porque sabemos que é nesses lugares onde Espanha -a única organizaçom terrorista que opera no nosso país- tortura física e psicologicamente às e aos disidentes políticos, manifestamos a nossa preocupaçom polo estado de Edu, de Jessi, de Cata e de Teto, e chamamos à sociedade galega a exigir o respeito aos seus direitos humanos.

5. Porque nom representam nengum perigo para o nosso povo, porque em vez de terror, nos provocam orgulho, porque nom reconhecemos a legitimidade dos corpos policiais nem dos órgaos judiciais espanhois para deter e processar galegas e galegos…reclamamos a imediata liberdade de Eduardo Vigo, Jessica Rodriguez, Roberto Rodriguez e Catalina Alonso, assim como do resto de independentistas presos.

Na Galiza, em 2 de Dezembro de 2011