Carta de Telmo Varela desde a prisom de Dueñas

Telmo_Varela_Fenndez

PRIMEIRO CONDENAM-TE DEPOIS JULGAM-TE

No dia 30 de julho de 2011 cheguei ao cárcere de Dueñas, depois de três dias de percurso por outras diferentes cadeias. Nom é umha casualidade nem muito menos, os imperialistas espanhóis nom dam pontada sem fio, o objetivo da dispersom è afastar-te da Terra, dos teus, procuram isolar-te do exterior e do arroupamento humano. Eles intentam-no, outra cousa é que o consigam.

Sem ser julgados já tem condenam à dispersom. Esta pena nom vem recolhida no código penal espanhol, mas as autoridades aplica-na, e inclusive sem juízo prévio. Ou seja, impartem “justiça” como lhes sai dos colhons.

Ao chegar a esta cadeia topei-me com que o companheiro Santiago Vigo, polo único facto de ser um preso político galego, disposto a dizer nom a tanta injustiça e vexaçons, tenhem-no em primeiro grau, isolado e submetido a um férreo controlo. Está nesta situaçom desde o primeiro dia que entrou, convertendo a sua condena em muito mais dura e com mais dor. Tenho ao companheiro Santi a escassos metros, e pola contra nem podemos olhar-nos, nem falar, nem interessar-nos um polo outro. Incrível!

Por isso, é importante lembrar @s pres@s polític@s galeg@s que nos derradeiros anos fôrom vítimas da violências em esquadras policiais, ou o abuso de poder contra presos indefensos que estamos à sua disposiçom nestas quatro paredes.

Devemos lembrar o sentimento que produziu em nós ver as feridas, moratons e queimaduras… nas poucas fotografias que tenhem brincado do calabouço aos meios de comunicaçom. Devemos agruparmo-nos para ajudar a superar o trauma pessoal e íntimo, mas também coletivo, d@s que tivérom que passar polo burcao. Porque sobreviver à experiência da tortura e ao abuso da autoridade deixa umhas secuelas difíceis de esquecer.

Ao agruparmo-nos e polo tanto juntar forças, é umha ferramenta eficaz –e necessária– para rematar com o muro de ocultamento e impunidade que permite a tortura, vexaçons e abusos

que a cotio se produzem nas cadeias. De tod@s depende que as cousas continuem como até agora ou nom.

Adaptaçom ortográfica do galizalivre.org