Pblicamos última carta de Telmo

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Esta é umha carta coletiva, vai ser pouco pessoal, porque a situaçom assim o requer. Sucede no meu coraçom e nas entranhas desatadas da nossa terra, da terra mai.

Queridos paisanos, queridas paisanas, temos que seguir conservando os girons que ainda nos quedam da nossa tradiçom milenária. E trasmitir esse torrente de imagens e expressons transfiguradas, em ecos de lenda que se retorcem ante a opressiva realidade de quem decidem acabar com ela. A consciência dos galegos e das galegas, tantas vezes calada, berra entre as suas maos e o seu infortúnio. Por isso mesmo, quero seguir sendo a voz dos deserdados, desses homens e mulheres da cor da terra que se vem ameaçados polo “progresso” aniquilador. Nom quero deixar de ser a voz do povo torturado pola miséria (mais de 250 mil parados na nossa Galiza), o cuitelo na palavra contra os que rompem o equilíbrio entre o homem e a terra, os que queimam montes, aterram mares, destruem e matam o que permaneceu intato durante séculos. Nom podo deixar de rebelar-me conta a tirania de quem pretendem suplir as folhas das árvores polos moinhos eólicos que dam cartos a uns poucos, para arruinar a humanidade. Comerciar com a vida para que a vida desapareça. Nom lhes importa acabar com a magia da natureza em estado puro, o esplendor da paisagem feita para o lazer de todos, a vida nom lhes importa, o centro, o afám, objectivo, as suas miras é a mercadoria. Por todo isto, quero seguir tendo consciência de classe, há que ter consciência ou nos enterram com os nossos mortos.

Umha aperta a Galiza.  16 de abril de 2011 Cadeia da Lama.