‘Faro de Vigo’ atribue aos detidos delitos que nem sequer os juízes da ‘Audiencia Nacional’ se atrevérom a imputar-lhes

Os principais meios de difusom deste País obserquiárom-nos desde a manhá do dia 14, quando dous independentistas eram detidos em Salcedo pola Polícia espanhola, com um exemplo paradigmático de servilismo às instituiçons e estratégias policiais, parcialidade política e ódio e rechaço viscerais face esse minoritário sector da nossa sociedade que, com total legitimidade e contra vento e maré, reclama um futuro de autodeterminaçom e independência para a Galiza. Seria laborioso recopilar todas as mentiras e infámias mediáticas destas 48 horas. Conformaremo-nos como mostra com a “informaçom” que publica hoje ‘Faro de Vigo’. A notícia já está em maos dos nossos advogados para iniciar as acçons legais preceptivas. ‘Faro de Vigo’ arrinca hoje sábado com o titular “Los independentistas iban a atentar contra una subestación eléctrica en Ponte Vedra”. Titular e “informaçom” vam acompanhados pola fotografia dumha acçom contra as obras do AVE no Eixo onde aparece umha inscriçom com a legenda ‘Resistência Galega’. Neste caso, a intencionalidade é dupla: converte-se a “os independentistas” no sujeito da acçom e, subliminalmente, sugire-se que (todos) “os independentistas som terroristas”. Militáncia, ideologia e práxis ilegal confundem-se assim numha mesma cousa. O trabalho de criminalizaçom dumha ideologia e um projecto político está servido. A condiçom de independentistas de Óscar Sanches e Jurjo Rodrigues é mais umha das características que definem a sua identidade individual. Aliás, som activistas de dous centros sociais de Vigo, estudam ou trabalham, som galego-falantes, participam em distintos movimentos sociais, etc. A intencionalidade de seleccionar e destacar a sua ideologia e posicionamento político parece que nom precisa de mais explicaçons. ‘Faro de Vigo’ com a tese policial Por outra parte, o diário viguês, demonstrando a sua parcialidade informativa, sustenta a tese exposta pola ‘Guardia Civil’ nos juízos da ‘Audiencia Nacional’ e descartada polo próprio tribunal de excepçom. Esta tese consiste em defender a existência na Galiza dumha organizaçom que pratica a violência política de modo sistemático. Assim, apesar de que o tribunal espanhol competente nunca ditaminou a existência desta “organizaçom”, apesar de que os juízes Fernando Andreu e José Luis de Castro desbotárom imputar os detidos por “integraçom em banda armada”, o diário argumenta que “según se desprende de la invetigación policial, sí estarían vinculados al movimiento independentista de Resistência Galega”. O jornal viguês, à vez que exibe a sua preferência polas fontes policiais antes que as judiciais –que num presunto Estado de Direito seriam as únicas concluintes-, cai numha contradiçom insalvável da óptica democrática formal: se os tribunais som as únicas instituiçons competentes para sentenciar a comissom dum determinado delito por parte parte de Óscar Sanches e Jurjo Rodrigues, como pode um meio informativo “imparcial” sugerir que ambos estám integrados numha organizaçom ilegal, quando a existência desta nom está constatada –é apenas umha hipótese policial que os tribunais rechaçárom em sucessivas ocasions- e quando os próprios juízes descartam que Sanches e Rodrigues tenham umha militáncia clandestina? Longe da nossa intençom considerar “imparciais” os juízes especiais da ‘Audiencia Nacional’. Contodo, para quem sim acreditam na institucionalidade actual e reconhecem a sua legitimidade, o caso deixa a nu a parcialidade de ‘Faro de Vigo’ e as suas práticas informativas infames. Aliás, sobretodo, evidencia claramente como o diário espanhol está disposto a retorcer princípios elementares dum Estado de Direito com tal de ser eficiente na defesa dumha estratégia policial frente a dous independentistas detidos. Ocultaçom informativa O ‘Faro’ remata a faena acusatória com umha subsecçom da “informaçom” que sob o titular ‘Antecendentes’ dá a palavra a um destacado funcionário público que está a liderar umha repressom económica generalizada no sul oeste do País contra todos os movimentos sociais: o ‘Subdelegado del Gobierno de Espanha’ e militante do PSOE, Delfín Fernández. Fernández nom achega nengum dado significativo à questom que se trata porque, segundo ele próprio diz, o processo está ainda “sob secreto de sumário”. No entanto, a apariçom do ex concelheiro viguês dá pé a que o diário fale de ETA, comente passadas acçons ilegais e estabeleza “similitudes” com as detençons de José M. Sanches e Sánti Vigo em 2007. A celebraçom na tarde de onte em Vigo dumha mobilizaçom de solidariedade com os detidos na que participárom mais de 100 cidadáns e cidadás e que, a posteriori, se deslocou polas céntricas rua do Príncipe e Porta do Sol até a praça da Vila, sendo contemplada por centos ou milhares de pessoas, carece de qualquer significado informativo para ‘Faro de Vigo’ que se limita a ocultar a sua existência seguindo a tónica geral de outros diários, cadeias radiofónicas e televisons.