Episódio do “velho agredido por radicais” ou como construem a realidade os meios espanhóis de intoxicaçom informativa

A campanha de intoxicaçom informativa que seguiu aos incidentes de domingo na capital tivo um dos momentos estelares no episódio do home de avançada idade que, presuntamente, fora agredido por activistas em defesa da língua galega antes do início da manifestaçom espanholista. O diário ‘La Voz de Galicia’, assim como outros que publicárom em Internet a imagem deste exaltado com o olho direito visivelmente inflamado, apresentárom-o como “vítima” e “exemplo” do selvagismo a que chegaram os participantes na (tentativa de) contra-manifestaçom contra o lingüicídio. A realidade dos factos foi muito outra como assinalam testemunhas presenciais e um vídeo publicado por ANT. Antes de se iniciar a marcha contra o galego autorizada pola ‘Delegación del Gobierno de España’ dezenas de efectivos da Polícia espanhola já cercavam e identificavam arbitrariamente cidadáns e cidadás galegas considerados suspeitos de nom aderir às teses de GB. Em muitos casos, a identificaçom nom tinha outra motivaçom que o facto de falar galego ou portar identificaçom nacionalista. É neste momento quando um indivíduo de avançada idade começa apupar @s identificados com termos como “hijo de puta” (sic), enquanto outr@s recomendam os métodos repressivos da ditadura argentina, ou gritam “Leña!” para açuçar os ‘antidistúrbios’. Como se comprova nas imagens, o citado indivíduo procurou, guarda-chuvas em mao, e em atitude visivelmente agressiva, um resquício entre os polícias que identificavam nacionalistas para agredir um destes. Finalmente, conseguiu ‘coar-se’, botar-se acima dum jovem que estava a ser interpelado pola Polícia espanhola e encaixar-lhe umha punhada na cara, assim como várias pancadas. A reacçom policial nom impede que se consuma a agressom e, em vez de reduzir, identificar e deter o violento, começa a golpes sobre as pessoas que se encontravam no contorno e denunciavam o sucesso. Versom de ‘La Voz de Galicia’ A informaçom facilitada no dia seguinte polo diário de maior tiragem e número de leitor@s da Galiza alterava completamente o decurso dos factos. Assim, segundo este jornal, o home de 60 anos teria sido agredido por “um alborotador”. A versom que oferece o presunto agredido contribue a reforçar a sensaçom de inocência que se procura. “Eu nom me pelejei, som um avó de sesenta anos, mas recebim umha pancada”, lamentava o indivíduo a ‘La Voz de Galicia’. Contodo, as imagens de A Nosa Terra desmintem a impressom de prázido avó agredido que se trata de construir. Dizer, por outra parte, como contraste a esta informaçom, que além da violência policial que se desatou a partir desse momento sobre @s activistas contra o lingüicídio no Campo da Estrela, resulta muito chamativa a ocultaçom informativa do estado em que ficou o cránio do independentista Carlos M., agredido selvagem e colectivamente por vários polícias e com um hematoma na cabeça que media vários centímetros de altura. Enquanto a lesom ocasionada ao agressor de 60 anos tivo enorme projecçom mediática, o estado em que ficou o citado activista e o de dezenas de pessoas agredidas polas FSE careceu de qualquer relevo informativo. “Mátalo!” Além do vídeo ao que se pode aceder desde o linque situado ao pé desta informaçom, dizer que as agressons policiais a independentistas estivérom açuçadas por manifestantes de ‘Galicia Bilingüe’ que exigiam “Leña!” aos agentes das FSE ou, simplesmente, gritavam “Mátalo!” em referência a algumhas das pessoas que cairam ao chao e estavam a ser golpeadas. Militante falangista Segundo informaçons de toda fiabilidade que vimos de receber neste portal, o indivíduo que neste passado domingo agrediu um militante independentista é um membro de ‘Falange Auténtica’ que vive em Outeiro de Rei e é um conhecido fascista na comarca de Lugo. Sirva este novo dado para contextualizar, ainda mais, se calhar, a manipulaçom informativa que vimos de denunciar.