Meios empresariais e opinólogos vários justificam unanimemente a selvajada policial ocorrida em Vila Nova de Arousa

Os sucessos ocorridos na Arousa nesta semana dérom carnaça mais do que suficiente para que tanto meios empresariais quanto opinólogos de diversa classe afiassem as suas penas para condenar os produtores e justificar ou louvar sem vergonha a selvajada policial praticada em Vila Nova. Discursos moralistas sobre ‘a violência’ dumha parte, os meios mais adequados para defender os direitos, apelos à via judicial, etc. inçárom as páginas de diários e telejornais. Enquanto, o ingresso dum jovem no Hospital Clínico da capital com prognóstico grave passou quase desapercebido para as redacçons. Da maré de apontados a “condenar”, destacamos Javier Sánchez de Dios em ‘Faro de Vigo’, que seguindo o seu particular estilo parapolicial, já ensaiado no passado com o independentismo, demandava prestáncia judicial para punir os bateeiros participantes nos protestos contra a liquidaçom do sector; de ‘La Voz de Galicia’ assegurava-se também na sua capa do 17 sob o aborrecido título ‘No a la violencia’ que “O emprego da violência [refire-se, em exclusiva, à dos bateeiros] para impor nos conflitos o plantejamento de quem a exerce nom é aceitável”. Curiosamente, a norma moral parece ser inaplicável para quem levam casco, vam armados e portam o anagrama da ‘Guardia Civil’. Enquanto, o mesmo meio assegura que “O Estado de Direito, a negociaçom, o mercado e a própria imaginaçom (sic)” som os elementos com que luitar. Por sua parte, os diários do Grupo Correo na Galiza tampouco nom perdérom o tempo em “condenar” e ditar normas: o jornal ‘El Correo Gallego’ num artigo paradoxalmente titulado “¿Compiensa ser um poco violento?” responde-se a si próprio dizendo que “A experiência de outro tipo de conflitos demonstra que estes excessos [alude à violência dos bateeiros…] compensam”. Aliás, o mesmíssimo Antón Losada, em “Galicia Hoxe”, num artigo sob o alarmante título “Orde nas rías”, qualifica de “botarates” quem defendem o seu futuro e aposta abertamente na via punitiva demandando -ao estilo Anxo Quintana- que se carregue “com todo o peso da lei” contra quem “pretende defender os seus direitos pisando os dos demais (sic)”. Os exemplos som múltiplos e podem consultar-se na hemeroteca. Ocultaçom e minimizaçom Enquanto os feridos do bando fardado e a violência de quem se defende ocupam titulares e se criminaliza de forma unánime quem se aferra ao seu meio de vida frente à violência do ‘mercado livre’, o ingresso de Juan Ramón Outeiral Tarrio, de 32 anos, no Clínico compostelano com um traumatismo craneoencefálico de prognóstico grave provocado polas cargas da ‘Guardia Civil’ em Vila Nova, parece nom captar o interesse das redacçons e os opinólogos moralistas das empresas mediáticas. De facto, esta, que pola sua gravidade seria a notícia principal, aparece hoje ocultada ou minimizada por quase todos os meios. Ao que se ve, para os democratas oficiais a violência só merece destacar-se e condenar-se quando se exprime sem uniforme.