Publicamos umha entrevista ao preso independentista Sánti Vigo publicada recentemente no jornal jos_content da Galiza

Publicamos a continuaçom na íntegra a entrevista concedida ao jornal ‘jos_content da Galiza’ polo preso independentista galego Sánti Vigo, dispersado à prisom espanhola de Aranjuez, a 700 km. do seu lugar de residência habitual. Nela, o militante galego detalha o seu percurso no sistema penitenciário espanhol desde o ingresso no cárcere de Alcalá-Meco no passado mês de Dezembro e denúncia as agressons de que vem sendo objecto no penal madrileno em que se encontra actualmente. A própria Amnesty International interessou-se polo seu caso em contacto directo com o organismo popular anti-repressivo. ENTREVISTA A SÁNTI VIGO, PRESO INDEPENDENTISTA GALEGO DISPERSADO A ARANJUEZ jos_content da Galiza nº 69 Que destacarias, destes mais de oito meses que levas na cadeia? O primeiro que quigera destacar foi a nossa estadia em Alcalá-Meco, logo desde os primeiros dias. Um módulo de menores tremendo, onde nos figérom a vida impossível, agitando parte dos presos contra nós, e submetendo-nos a um assédio permanente. Fôrom dias de muita tensom que nom nos permitírom ir habituando-nos à vida em prisom. Era um assédio motivado por razons políticas? Quem provocava sabia as razons, claro, eram espanholistas e ultras, conheciam os independentistas dos 80: “já sabemos quem sodes, terroristas galegos”, diziam. Os presos que lançavam contra nós, nada de nada. Pensa que som gente que quase nom conhece nada fora da prisom, o único que pensam é em obedecer, a ver se assim tiram algum benefício, e estám dispostos a todo. Até comunicar-se era impossível. Depois vem a vossa transferência de cadeia para Aranjuez… Sim, aqui remete algo a agressividade. Nalgumhas actividades coincidimos com gente de outros módulos –já nom som módulos de menores-, e conhecemos presos bascos, comunistas e antifascistas (um deles, Marcos Regueira, é galego). Já podemos ter conversas políticas, aprender uns dos outros… E a relaçom com o resto de presos? Mui pouca, ainda que há excepçons, e gente com a qual se pode tratar. Por exemplo, para jogar xadrez, com os da Europa do leste, que som imbatíveis (risos). Ora, os presos políticos que levam mais tempo, dizem que a solidariedade que havia em outros tempos já nom é a mesma. Antes era todo ajuda mútua, contestaçom aos abusos… as drogas e a obediência acabárom com todo. Em Aranjuez voltaste a ser agredido polos carcereiros, e decidiste denunciar. Foi depois de um bis a bis. Levam-me para umha sala quatro carcereiros, e pedem-me que me dispa. Eu pergunto-lhe porquê, e dizem-me: “queremos-che ver o cu”. Ao recusar-me, agarram-me entre vários, atiram-me ao chao, e começam a pontapés comigo. Depois fum para isolamento. E a denúncia? Vem até aqui o meu advogado e recomenda-me denunciar, porque umha vez que se atrevem a tanto, há que pôr freio. Claro, a denúncia nom prospera, mas ainda assim há que pô-la, é umha pequena medida de pressom. Quando me levam aos julgados a Aranjuez, os carcereiros já pensam noutra provocaçom: algemam-me a outro preso na viagem de ida, que me vai insultando e provocando sem parar… querem que acabemos mal. Porque? Porque assim podem dizer ao juíz: “vem, esse é um preso conflitivo, seja lá onde for, arma confusom, peleja com todos, e assim”. Para depois justificar medidas repressivas. E de facto, à volta dos julgados, outra vez numha sala com quatro ou cinco carcereiros, e mais ameaças, fui obrigado a despir-me outra vez. Sabes que se interessárom polo teu caso associaçons como “Amnistia Internacional”? Pois nom sabia, nom, mas parece-me bem. Também me contárom que se figérom actos de denúncia fora, é importante. Como judicialmente nom vai prosperar, polo menos que a gente se inteire dos abusos. Também alivia a solidariedade mais pessoal, em forma de cartas, visitas, postais… E as pequenas medidas de pressom que se tomam dentro: agora os independentistas presos fazemos um jejum contra a dispersom umha vez por mês. Como afectam estas agressons ao preso? A dor física nom é o pior. Querem vexar-te, que te sintas só, desamparado… sem ninguém, numha sala, rodeados de quatro pessoas que te querem surrar! Imagina… A única maneira de combater isto é levando umha vida mui ordenada. Di-me um comunista que há aqui, que já estivo em prisom várias vezes. “há que ler muito, fazer trabalhos manuais e exercício físico, senom acabam contigo”. E isso é o que tentamos, ainda que aos que somos mui novos custa-nos mais.