Cidadáns bascos detidos pola ‘Guardia Civil’ declaram a respeito do trato recebido que “fôrom os piores dias da nossa vida”

A vigência da tortura nom Estado espanhol tivo na semana passada mais umha prova da sua continuidade. Dous dos cidadáns bascos detidos e incomunicados durante cinco dias polo instituto armado espanhol anunciavam em rolda de imprensa a apresentaçom dumha denúncia por torturas. Golpes, ameaças de violaçom e a aplicaçom da “saca” (asfíxia por meio dumha saca em que se introduz a cabeça encerrando-a polo pescoço) fôrom alguns dos tratamentos recebidos durante “os piores dias da nossa vida”. Traduzimos ao galego a informaçom facilitada polo diário soberanista basco ‘Gara’. 31 de Julho de 2008 Dous dos jóvens detidos na semana pasada, Libe Agirre e Adur Aristegi, apresentarám umha denúncia por torturas trás sufrir golpes, ameaças de violaçom e a aplicaçom da “saca” durante o período de incomunicaçom. BILBO-. Todavia comocionados polos cinco dias que permanecérom incomunicados durante a semana passada a maos da Guardia Civil, a Libe Agirre e Adur Aristegi fai-se-lhes um nó na gorja quando atendem a GARA trás a roda de imprensa oferecida onte em Bilbo junto aos advogados de Torturaren Aurkako Taldea (TAT), Aiert Larrarte e Ane Ituiño. “Foi muito duro, passamo-lo muito mal. Fôrom os piores dias da nossa vida”, assinala Aristegi. E nom pode engadir mais. O seu rosto e voz entrecurtada revelam que os maus tratos “físicos e psicológicos” sofridos e os “golpes” recebidos estám ainda muito recientes e prefirem nom volver recordar o padecido. Nom pudérom tomar a palavra na comparecência, mas como manifestou Larrarte “é de agradecer que dem a cara em público, com a que está a cair”. Os dous jovens de Elorrio fôrom arrestados na passada terça-feira 22 e recuperárom a liberdade trás declarar ante Garzón na madrugada de domingo. Aristegi tivo que abonar umha fiança de 12.000 euros. “Nom queriam deixar marcas” Nas testemunhas recolhidas e difundidas onte por TAT detalham ter sido maltratados pola Guardia Civil com contínuos golpes na cabeça, a aplicaçom da “saca” e ameaças de violaçom, polo que anunciárom que apresentarám umha denúncia judicial. Os detalhes oferecidos som múltiplos. Aristegi recorda no seu relato que à Guardia Civil lhe “custou” duas horas encontrá-lo trás saltar pola janela da sua casa à do vizinho, mas que nada mais dete-lo lhe propinárom a primeira malheira. Segundo conta, quando o levavam para a casa para começar o registo cada guardia civil que o via dava-lhe um tortaço na caluga. “Suponho que nom queriam deixar marcas”, conclui. As ameaças e os insultos fôrom também constantes desde o princípio. Ao ser introduzido no Patrol, explica que um guardia civil o colheu do pescoço e dixo-lhe que “como te movas no Patrol vamos-te matar, filho de puta. isto vai a ser um inferno”. Aristegi manifesta que o traslado para Madrid foi “pior” que os interrogatórios na esquadra de Tres Cantos. “Queriam-me asustar con ameaças de que me iam fazer o `Aquapark’, o que lhe figérom a Lupi -Gorka Lupiañez detido pola Guardia Civil em Dezembro que denunciou ter sido torturado brutalmente-, embora logo diziam que “nom vas chegar a isso, porque vas cantar todo antes de chegar. Isto tem sete fases e tu estás na primeira, como muito para a quarta vas a cantar todo o que sabes'”. Aliás, conta que lhe colocárom a “saca” e que lhe começárom a tirar do pelo muito enfadados depois de rompe-la com os dentes. O jovem de Elorrio revela também que um dos agentes, ao que chamavam “O Bilbaino”, lhe perguntou se conhecia a “esse da tua vila que se suicidou no cárcere” -en alusom a Joxe Mari Aranzamendi, Katxue, falecido em 1997-, porque “esse passou polas minhas maos e já sabes como chegou ao cárcere, nom é? Pois já sabes o que che toca”. Segundo explica, nos interrogatórios colocam-lhe a saca na cabeça, obrigam-o fazer flexons, estiran-lhe dos genitais e fam-lhe colocar-se em posturas incómodas, para além de ameaçá-lo com que “sabes que te vamos meter o pau polo cu”. Aristegi assinala que perdeu sete quilos trás a sua detençom e que nom contou nada aos médicos por “medo a que o trato da Guardia Civil empiorara”, como lhe assegurárom. O relato de Libe Agirre também coincide nesse ponto. A vizinha de Elorrio foi detida em Fuengirola quando se encontrava de férios e narra que o trato foi correcto até a sua chegada a Madrid. Foi entom quando comeou receber ameaças de violaçom face ela e a sua parelha, Gaizka Jareño, detido nessa mesma operaçom, quando nom gostavam das suas respostas. “Embora nom me figérom nada do que diziam, metérom-me o medo no corpo”, explica. Desde TAT explicárom que polo momento os de Aristegi e Agirre som as únicas testemunhas que pudérom recabar, apesar de que acham que o resto dos detidos nessa operaçom interporám também umha denúncia, já que todos declarárom ante Garzón ter sido vítimas de maus tratos. “O protocolo nom impide que a Guardia Civil siga batendo” Os advogados de TAT Aiert Larrarte e Ane Ituiño denunciárom que o protocolo desenhado polo juíz da Audiencia Nacional Baltasar Garzón em 2006 nom “garante” que deixem de produzir-se casos de tortura. Ituiño explicou que trás conhecer que Garzón ordenou as detençons da semana passada mandárom um escrito reclamando que aplicara o protocolo. Segundo assinalou, este procedimento implica que os detidos que estám incomunicados poden ser vistos por um médico da sua confiança, que se lhes grave en todo momento e que se informe aos seus familiares da situaçom na que se encontram. Desde a Audiencia Nacional manifestárom-lhes por telefone que os arrestados iam poder ser visitados polo seu médico de confiança e deslocárom-se até Madrid. No entanto, indicou que passárom mais de 40 horas desde que fôrom detidos até que fôrom vistos por um médico de confiança e que tampouco se cumprírom as três visitas diárias previstas jça que nom tivérom conhecimento do paradeiro dalguns dos detidos durante mais de 24 horas. Aliás, censurou que o médico de confiança tinha que ver os arrestados em presença do médico forense, nom podia falar em euskara con eles e estava obrigado a nom revelar o que via porque todo o que sucedia nessa visita era confidencial. Por todo isto, Ituiño criticou que o médico de confiançaa visita os detidos, mas “a Guardia Civil segue a bater e bater”. Larrarte, por sua parte, incidiu em que nom tenhem constáncia de que o período de incomunicaçom fosse gravado e assegurou que para acabar com as torturas há que terminar com a incomunicaçom. O advogado sentenciou graficamente que “Guardia Civil+incomunicaçom+ Audiencia Nacional= tortura”, umha ecuaçom que “sempre se repite”. Criticou aliás os meios de comunicaçom por dar validez a umhas informaçons obtidas sob tortura, em alusom às filtraçons policiais sobre os supostos planos de atentados de ETA.