Reproduzimos o comunicado da Mesa Nacional lido no remate da Cadeia Humana pola Liberdade dos Presos Políticos

A seguir, reproduzimos na íntegra o comunicado lido polo nosso companheiro Óscar Gomes neste 24 de Julho na Praça do Toral da capital aos e às assistentes à I Cadeia Humana pola Liberdade dos Presos e Presas Políticas Galegas. O texto começa por informar da situaçom em que se encontra o preso independentista galego Sánti Vigo após a segunda agressom de que é objecto no centro penitenciário de Aranjuez em que se encontra dispersado. Companheiras e companheiros: Temos que iniciar esta comunicaçom informando necessariamente da situaçom em que se encontra o preso independentista galego Sánti Vigo, dispersado ilegalmente à prisom de Aranjuez, a 750 km. da Galiza, e espancado novamente nesta semana por vários carcereiros desse centro penitenciário espanhol. Segundo as últimas informaçons recebidas, a direcçom do cárcere de Aranjuez continua na sua política de acossa e agressom permanente contra o militante galego. Nesta semana, quando era conduzido para os julgados de Aranjuez a declarar polas agressons de que foi objecto no passado 14 de Junho, os efectivos policiais encarregados da sua custódia permitiam umha nova agressom por parte dum preso social dentro do furgom onde se realizava o deslocamento. A continuaçom, umha vez chegados de volta a Aranjuez, os carcereiros dessa prisom recebiam o preso galego com vejaçons e insultos e espiam-o pola força para enviá-lo posteriormente ao módulo de isolamento. Dizer, por último, que a juíza encarregada de estudar a denúncia por agressons posta por Sánti Vigo contra os funcionários de prisons com que deve conviver a diário decidiu sobreseer a denúncia, dando mais umha mostra de qual é a imparcialidade da Justiça espanhola. Até aqui os dados concretos. Neste momento, advogados do organismo popular anti-repressivo Ceivar estám acima do caso, recorrerám a ordem de sobreseimento e denunciarám as últimas agressons e vejaçons de que foi objecto o preso político galego. Para além das circunstáncias concretas que rodeam este novo ataque à integridade dos militantes encarcerados, queremos transmitir a nossa profunda preocupaçom polo carácter sistemático que adoptam as medidas extraordinárias aplicadas aos presos independentistas Sánti Vigo, Ugio Caamanho, José Manuel Sanches e Giana Gomes. Nos últimos meses, acima da continuidade de quatro encarceramentos sem juízo, que em casos já alcançárom os três anos de privaçom de liberdade, e da imposiçom dumha dispersom ilegal dirigida a minar a moral e as economias dos circulos familiares e sociais dos presos, soma-se a passagem de Giana Gomes ao regime de Primeiro Grau e a desatençom sanitária da presa; as contínuas provocaçons de que está a ser objecto Ugio Caamanho em Puerto de Santa María, com roubo de pertenças pessoais em duas ocasions por parte dos funcionários, manipulaçom do correio e imposiçom dumha estratégia de tensom e desgaste constante; as vejaçons e agressons de que fôrom objecto José Manuel Sanches e Sánti Vigo em Alcalá-Meco, a colocaçom dos vises familiares em dias laboráveis e a reiterativa violência de que está a ser objecto o vizinho da paróquia de Angrois, Sánti Vigo, desde o seu ingresso no cárcere no passado 14 de Dezembro. Com estas palavras nom vos convocamos ao vitimismo, companheiras e companheiros, mas à denúncia política dumha situaçom que seria impensável num regime realmente democrático e que ispe a autêntica natureza do sistema político em que estamos enquadrados contra a nossa vontade. A nossa intençom é que se conheçam estes factos, que as autoridades espanholas saibam que qualquer agressom, qualquer vulneraçom de direitos, qualquer violência que seja administrada a um preso ou umha presa política galega vai ser contestada colectivamente na rua, difundida, socializada, e vai servir para ir tirando a máscara de falsos democratas a uns responsáveis políticos capazes de qualquer cousa –mesmo de torturar ou assassinar- na sua estratégia de minar a personalidade e o compromisso político dos nossos presos e presas. Companheiras e companheiros: Estamos a defender o justo. Estamos a defender direitos democráticos elementares. Estamos a defender homes e mulheres das que nos sentimos orgulhosos e orgulhosas porque representam umha parte do melhor do nosso povo e um exemplo de que, apesar de todas as repressons e de todas as violências, sobrevive com força umha Galiza que nom se ajoenlha, que ergue a cabeça e olha para diante. Sánti Vigo, Ugio Caamanho, Giana Gomes e José Manuel fam parte da melhor cerna desta naçom, dessas gentes que o estám a dar todo na luita imprescindível pola autodeterminaçom e a independência nacionais. Dizem os meios de comunicaçom que os presos e presas independentistas galegas som “terroristas”. Nós contestamos que “defender a Terra nom é delito”, que o único terrorismo real e a única violência real que suportamos neste País som o terrorismo e a violência do Estado, concretada na destruiçom do nosso território, no espólio dos nossos recursos energéticos e minerais, na emigraçom e a precariedade laboral maciça, na pauperizaçom de a cada mais amplos sectores sociais do nosso povo ou na repressom que é aplicada sistematicamente a quem ousamos erguer a cabeça e protestar contra este estado de cousas inassumível. Som tempos difíceis para quem cremos realmente nesta velha naçom e no seu direito a desfrutar dum futuro de justiça, liberdade e independência. Tempos difíceis mas, também, tempos de ilusom e de esforço colectivo, porque neste País continuam nascendo homes e mulheres que entregam infatigavelmente os seus braços, os seus cérebros e as suas vidas para defender este povo, para que este povo siga existindo e poda viver num futuro com dignidade e bem-estar. Por isso nos censuram, nos golpeam, nos criminalizam e, chegado o momento, também nos torturam, encarceram e dispersam. Sabemos que essa é a alternativa do Partido Socialista Obrero Español, e também do Partido Popular, dos Ameijeiras, os Zapateros e os Rubalcabas para aqueles militantes e organizaçons galegas que mantemos em pé a bandeira da defesa da Terra e da soberania nacional plena Perante estas realidades, convocamos-vos a três compromissos: 1º O compromisso solidário e activo com todos aqueles homes e mulheres que sejam repressaliados por trabalhar na construçom nacional deste País, por defender um futuro de soberania nacional para a Galiza e por respostar às agressons que, como povo, somos objecto. Um compromisso que deve estar por cima de siglas e que resumimos na proclama Quando repressaliam a um ou umha de nós, repressaliam-nos a todas. 2º O compromisso de firmeza, porque sabemos que o único objectivo da repressom espanhola é dobrar as nossas vontades e forçar claudicaçons e renúncias. Frente à repressom chamamos-vos a sermos todos e todas um único home, umha única mulher e dizer bem alto, como dixo no seu dia um grande nacionalista galego, que seguem a ser uns imperialistas fracassados. 3º e último, para além da repressom e das dinámicas de auto-defesa às que esta nos obriga, o compromisso militante e diário com a construçom e a liberaçom nacional e social deste País, cada um e cada umha desde o seu ámbito, a sua cidade, a sua vila, a sua paróquia, o seu posto de trabalho. Cada grau de areia que se achega é imprescindível. Porque o que construimos e defendemos cada dia é também umha forma de avançar face esse futuro de soberania e independência e de fazer que fracasse a repressom. Companheiros e companheiras, berrai com nós: Viva o Dia da Pátria! Vivam os presos e presas independentistas galegas! Denantes mortos que escravos!