Publicamos a comunicaçom de Ceivar ante o falecimento no passado domingo do nosso irmao Ramom Muntxaraz Muntxaraz

Publicamos a comunicaçom do organismo popular anti-repressivo lida na tarde de onte ante centos de pessoas na cerimónia civil de despedimento a Ramom Muntxaraz Muntxaraz, militante independentista, comunista, luitador incansável contra a repressom desde as Juntas Galegas pola Amnistia (JUGA) e colaborador de Ceivar, valedor dos e das marginalizadas e, sobretodo e por cima de todo, um companheiro com um enorme coraçom e umha enorme qualidade humana. Volves à Terra que tanto amache, Moncho… Estarás sempre com nós. Companheiros e companheiras, amigas e amigos: Boa tarde a todas e todos, Corresponde-me a honra de destacar ante vós umha fasquia específica do nosso irmao Moncho que com certeza todas e todos conhecedes: é a do seu compromisso insubornável com os homes e mulheres que figérom, e fam, da luita pola liberdade e a independência do nosso País o motivo central das suas existências e que fôrom e som objecto, por essa razom, de repressom, de tortura e de anos de cárcere e dispersom. Estou-me a referir, como bem sabedes, aos presos e presas independentistas galegos. Aos nossos Curtos, os nossos Filgueiras, os nossos Martinhos, as nossas Sefas, os nossos Duartes, os nossos Toninhos e também, aqui e agora, porque por cima de reptos e dificuldades a luita continua, a Sánti Vigo, a Giana Gomes, a José Manuel Sanches e a Ugio Caamanho. Resulta difícil transmitir em breves palavras o que significou para nós a luita de Ramom Muntxaraz contra a repressom espanhola. Contodo, quigeramos concentrar esta homenagem ao seu compromisso por volta dumha ideia e dumha anedota. A ideia é a coerência radical entre teoria e prática que praticou sempre Muntxaraz. O nosso irmao Muntxa ensinou-nos com a humanidade e a plena disposiçom que caracterizárom a sua vida que a SOLIDARIEDADE com as mulheres e homes que o dam todo na luita pola liberdade do nosso País se escreve sempre com maiúsculas, que é INCONDICIONAL e PERMANENTE e que bebe, por cima de tribalismos e consideraçons tácticas ou de ocasiom, dum critério básico: que luitar contra a opressom sempre é legítimo e que aqueles e aquelas que entregam todas as suas energias ao serviço da causa da liberdade colectiva merecem todo o nosso reconhecimento político e solidariedade. Com estes elementares princípios por bandeira, o nosso Muntxa percorreu milhares de quilómetros e cárceres, trabalhou atreu na luita anti-repressiva, conheceu no seu próprio corpo os efeitos brutais da dispersom penitenciária, enfrentou carcereiros, directores de prisom e mercaderes da Medicina dispostos a converter a saúde em mais um instrumento de repressom política e foi, como mais umha expressom dessa constante vital que o acompanhou durante toda a sua existência, umha das vozes de quem estivo privado de voz e um dos escudos de quem estivo privado de direitos. A anedota que queremos contar é que, quando o nosso irmao pelejava sem trégua nestas últimas semanas contra o seu inimigo invencível, com essa dignidade e essa inteireza de espíritu que só tenhem os melhores combatentes pola vida, nos pedira os destinos penitenciários dos independentistas hoje presos em Puerto de Santa María, em Aranjuez e em Ávila para despedir-se pessoalmente de cada um deles e dela. Dizia-nos o Muntxa com essa olhada reflexiva sua e com sorriso de satisfacçom e cumplicidade que, apesar das piores repressons, constatava que o País continuava dando filhos e filhas dispostos a defende-lo e assegurava que umha das maiores satisfacçons pessoais que sentira fora ajudar a alguém a evadir-se das gadoupas da repressom. Muntxa: A tua luita foi das mais duras. O teu descanso será merecido ainda que temos que rifar contigo mais umha vez por privar-nos do privilégio de esgotarmo-nos junto a ti nos próximos tempos. Até pronto, amigo, irmao, companheiro e camarada! Do exemplo limpo que nos entregache nascerám novos luitadores e luitadoras galegas. A memória da tua existência acompanhará-nos sempre como mais um átomo da nossa memória colectiva. Monchinho: venceremos. Viva Galiza ceive e socialista! Vivam os presos e presas independentistas! Viva Ramom Muntxaraz!