‘Audiencia Nacional’ arquiva a causa aberta contra onze militantes da AMI conhecida como ‘Operación Castiñeiras’

Quase três anos depois do início da que se conheceu mediática e policialmente como ‘Operación Castiñeiras’, a ‘Audiencia Nacional’ decide arquivar a causa aberta contra a organizaçom juvenil independentista AMI. O Ministério Fiscal considera encerrado o caso por nom existirem provas para processar @s 11 independentistas polos ‘delitos’ que a ‘Guardia Civil’ atribuira no seu dia e, recordamos, foram arejados unanimemente por todos os meios de difusom, desrespeitando qualquer presunçom de inocência e abrindo a enésima campanha de criminalizaçom contra a organizaçom juvenil. A notícia que, como em ocasions anteriores, aparece publicada hoje em ‘La Voz de Galicia’ antes de os interessados e interessadas receber qualquer notificaçom oficial, finaliza o processo aberto em 14 de Novembro de 2005 quando efectivos militares assaltavam e registavam 14 domicílios e locais sociais, roubavam dinheiro, objectos pessoais e material da organizaçom juvenil e detinham e enviavam à ‘Dirección General de la Guardia Civil’ em Madrid 11 militantes. Recordamos agora que a totalidade dos meios empresariais validaram na altura a versom do instituto armado espanhol e dessataram umha campanha de intoxicaçom de dimensons desconhecidas havia anos. Aquelas detençons resolviam-se provisoriamente 48 horas depois com a liberaçom com cargos d@s militantes polo juíz especial Santiago Pedraz, que estimara que as acusaçons da ‘Guardia Civil’ nom se enquadravam numha prática de “terrorismo” e que, portanto, nom competiam à ‘Audiencia Nacional’. Umha mobilizaçom social significativa, mas pontual, e o mais sonoro ridículo público de políticos, meios de difusom e dezenas de opinólogos que participaram na campanha encerravam a parte mais espectacular desta ofensiva policial e judicial contra a AMI. Contodo, o processo continuava à margem do espectáculo informativo 3 anos após. Daqueles factos ainda se recordam por quem temos memória histórica as esclarecedoras palavras dum dirigente autonomista que, cegado polo circo mediático, demonstrando umha nula altura ética e política e esquecendo que num suposto Estado de Direito a presunçom de inocência deve reconhecer-se a toda pessoa enquanto nom seja julgada, reivindicava ante câmaras e micros que sobre os detidos e detidas “recaia todo o peso da lei”. Valorizaçom de urgência As “fontes judiciais” a que se remite na ediçom de hoje ‘La Voz de Galicia’ asseguram que o magistrado especial Santiago Pedraz assinava onte o arquivo dumha causa engordada em que apareciam entre os tipos delitivos mais destacáveis “associaçom ilícita” e “enaltecimento do terrorismo”, assi como muitos outros enquadráveis no delito de opiniom que rege de facto no Estado espanhol. Todos eles no seu conjunto poderiam supor facilmente o ingresso em prisom e condenas de dezenas de anos para @s militantes processad@s. Do organismo popular anti-repressivo queremos exprimir nesta primeira valorizaçom de urgência a nossa satisfacçom e alegria por esta notícia, que confirma a tese mantida publicamente por nós nos dias seguintes a 14 de Novembro de 2005, segundo a qual estavamos ante umha operaçom puramente político-policial, carente, portanto, de rigor jurídico e destinada exclusivamente a extrazer informaçom política estratégica para a repressom que só se podia lograr assaltando domicílios e roubando computadores; impor um estado de excepçom encuberto e de tensom policial continuada a dezenas de militantes e, por último, criminalizar a juventude independentista e a sua potencialidade de futuro e, por extensom, a do movimento independentista. À espera de podermos fazer análises mais detalhadas a partir do conhecimento dos dados, consideramos muito positivo este resultado. Sabemos, contodo, fugindo de eufórias irreais, que o auto de Santiago Pedraz nom valida as nossas teses, nem impinge qualquer derrota à estratégia do tribunal especial. Também nom é fruto da “vitória política” do independentismo e, muito menos, da “importante mobilizaçom anti-repressiva que arroupou os processados”, que enfrontárom este processo apenas com a sua firmeza de conviçons e a exclusiva solidariedade de determinados sectores independentistas e num panorama de crescente anomia social e política no que a mera acusaçom oficial de “terrorismo” contra pessoas e organizaçons implica em demasiadas ocasions a imposiçom de cordons sanitários em certos círculos sociais, deserçons e a extensom dum pánico ao compromisso que delata que os princípios democrático-formais mais prímários estám ausentes do regime actual. Consideramos, finalmente, que apenas som as consideraçons político-repressivas que maneja neste momento o Executivo espanhol do PSOE, a ‘Guardia Civil’ e, como um braço judicial de ambos, o tribunal especial de Madrid, de cara a enfrontar o Movimento de Liberaçom Nacional Galego, as razons que fundamentam a paralisaçom do processo iniciado em Novembro de 2005. Sabemos portanto que nada mudou no essencial, que a ‘Audiencia Nacional’ seguirá a cumprir o papel que tem destinado na repressom do MLNG e que a repressom, a presente e a futura, que com certeza chegará, se deverá enfrontar, além de com mais trabalho anti-repressivo, com mais construçom nacional, mais luita, mais defesa da Terra, mais trabalho social e político nacionalista e mais compromisso de todos e todas com esta causa galega justa, legítima e, sobretodo, necessária para a que Espanha só reserva manipulaçom informativa, luita ideológica, tribunais especiais, corpos repressivos e violências de todo tipo. SOLIDARIEDADE CONTRA A REPRESSOM! DISSOLUÇOM DA ‘AUDIENCIA NACIONAL’! LIBERDADE INDEPENDENTISTAS PRES@S! AVANTE A LUITA POLO DIREITO DE AUTODETERMINAÇOM!