Directora geral de ‘Instituciones Penitenciarias’ anuncia em Teixeiro que os cárceres se convertirám em “escolas de cidadania”

Vivemos tempos cínicos em que os genocídios se apresentam como imprescindíveis “intervençons humanitárias” para defender a democracia, os massacres de civis som “danos colaterais” da filantropia ocidental e os partidários da consumaçom do nosso etnocídio como povo asseguram ser “defensores de direitos civis”, quando nom “vítimas do fanatismo radical”. Contodo, a última perla da série há-lha que conceder à directora geral de ‘Instituciones Penitenciárias’. Mercedes Gallizo anunciava nesta semana na massificada e conflitiva prisom de Teixeiro, dias após Anxo Quintana e Rubén Cela inaugurarem o ‘Módulo Jovem Nelson Mandela’, que aspira a que as prisons espanholas se convirtam em “escolas de cidadania”. As declaraçons da máxima responsável política da rede que agrupa 77 prisons e priva de liberdade 68.397 pessoas realizavam-se nesta terça-feira, quando Gallizo visitava o cárcere da Paradela para apresentar o “projecto pioneiro” das ‘Ciberaulas Solidarias’ com o que 55 d@s 1100 reclus@s do penal aprenderám rudimentos de informática. Para tirar-se a foto que branquea ante a opiniom pública o túmulo penitenciário, além de Gallizo, deslocárom-se à prisom nada menos que a infanta Cristina, directora da ‘Área Social de la Fundación La Caixa’; o ‘Delegado del Gobierno de España’ na CAG, Manuel Ameijeiras Vales; a secretária geral de Bem-Estar Social da Junta, María Xesús Lago, que já assistira no dia à inauguraçom do ‘Módulo Jovem Nelson Mandela’ e o director geral da fundaçom, Jaime Lanaspa. O projecto ‘Ciberaulas Solidarias’ resulta dum convénio entre o departamento que dirige Pérez Rubalcaba e a citada ‘Obra Social’ e é experimentado por primeira vez na prisom de Teixeiro com vistas à sua ‘exportaçom’ a outros cárceres. Cínica como poucas, dada a sua responsabilidade política na vulneraçom dos direitos humanos que afectam milhares de pessoas, a ex activista dos direitos humanos Mercedes Gallizo nom tivo reparos em assinalar que com esta iniciativa pretende converter as prisons em “escolas de cidadania” (sic) que contribuiriam para “construir umha convivência melhor” (sic). No experimento educativo participarám 55 pessoas do ‘Módulo Jovem Nelson Mandela’ inaugurado no passado 19 de Maio por Anxo Quintana e o director geral de Juventude, Rubén Cela, no que supom a primeira relaçom institucional de que temos conhecimento entre o BNG e o sistema penitenciário espanhol. José Luis Baamonde, coordenador dos voluntários de avançada idade que agirám como professores dos reclusos, assegurou que a iniciativa quer “fomentar a interacçom intergeracional” entre velhos e presos novos e preparar estes últimos “para serem aptos” quando saiam de Teixeiro. Baamonde lembrou que o projecto se denomina ‘Preparación para la Libertad’. Inusualmente, falam os presos A cerimónia institucional organizada no conhecido em círculos anti-carcerários como centro de extermínio de Teixeiro tivo como complemento imprescindível as declaraçons de vários presos que louvárom o projecto educativo de que fam parte. Lanaspa, director geral da ‘Fundación La Caixa,’ riscou a iniciativa de ter um “carácter solidário e anovador” e destacou como positivo que a sua posta em andamento se realize “por primeira vez em Europa”. Entregado à sublimaçom da realidade objectiva como os seus contertúlios, Lanaspa riscou a concentraçom forçosa de pessoas de distintas culturas e países no ‘Módulo Jovem Nelson Mandela’ de ter umha “componente intergeracional e intercultural”. Sobre a utilizaçom de mao-de-obra gratuita para realizar tarefas que correspondem à administraçom do Estado e a externalizaçom de custos que suporá importantes isençons fiscais para a entidade financeira ‘La Caixa’, Lanaspa limitou-se a louvar os professores como “maiores modernos” e assegurou que “contribuem a reduzir a exclusom tecnológica”. Ameijeiras agradece Sempre escasso de recursos oratórios e muito dado aos lugares mais comuns do discurso democrático oficialista, o ‘Delegado del Gobierno de España’ na CAG, Manuel Ameijeiras Vales, agradeceu a ‘La Caixa’ que escolhesse Teixeiro para o seu experimento educativo e anunciou que este será “o germe em programas de formaçom e integraçom”. A inexistência de qualquer programa formativo anterior -implícita nestas palavras do responsável policial-, numha instituiçom que formalmente está desenhada para lograr a “reinserçom social” dos presos e presas, aparece como a evidência mais denunciável das suas declaraçons. Também nesta linha apologética das virtudes da prisom e a formaçom penitenciária se exprimiu María Xesús Lago, que assegurou que as ‘Ciberaulas Solidarias’ “favorecem o processo de reincorporaçom sócio-laboral e a potencializaçom das relaçons intergeracionais”. “É um projecto ilusionante para todos”, afirmou, ao tempo que glossava a colaboraçom entre administraçons e entidades privadas. Lago agradeceu também a presença da infanta Cristina “porque tem um simbolismo especial”, dado que “é a primeira vez” que um membro da Casa Real de Espanha se assomava por um centro penitenciário. Por sua parte, num segundo plano mediático conforme ao seu rango competencial frente as autoridades estatais, também estivo presente na projecçom mediática das ‘Ciberaulas Solidárias’ o director geral de Juventude, Rubén Cela, do que nengum meio recolheu declaraçons. Gallizo: quando os cárceres viram em centros de ensino A directora geral de ‘Instituciones Penitenciárias’ Mercedes Gallizo qualificou o projecto de “singular” e assegurou que “reune muitos valores”, dado que proporcionaria “conhecimentos básicos” para ultrapassar o “analfabetismo funcional” dos presos acolhidos ao programa. Rodeada de torretas de vigiláncia, muros, carcereiros, foxos e valados de arámio, a funcionária espanhola anunciou neste centro que se destaca por concentrar um alto número de denúncias das associaçons de solidariedade com as pessoas presas que as Ciberaulas abrem “mais umha janela desde a que se veja a esperança” e alfabetizariam @s pres@s “para o século XXI” incrementando as suas possibilidades de “lavrar-se um futuro digno”.