Rubén Cela e Anxo Quintana visitam oficiamente o centro de extermínio de Teixeiro e glosam as suas “possibilidades”

Desde a sua inauguraçom polo ministro espanhol Jaime Mayor Oreja em 1998, o macrocárcere de alta segurança da Paradela, situado no termo municipal de Teixeiro, destacou-se a nível estatal como umha das prisons mais duras quanto a condiçons de vida das pessoas presas. Massificaçom, SIDA, paliças, livre circulaçom de drogas, módulos de isolamento, tortura, um altíssimo índice de enfermos mentais, pésimas condiçons higiénico-sanitárias, má alimentaçom, mortes, exploraçom laboral ao serviço de transnacionais como a francesa Valeo, casos de água sem potabilizar, etc. Rubén Cela e Anxo Quintana visitavam oficialmente antonte por primeira vez o penal que se apropriu do nome da vila onde se insire e vincavam nas suas ‘potencialidades’. O vice-presidente da Junta da CAG e o director geral de Juventude estivérom acompanhados na sua visita polo director da prisom, Antonio José Vázquez Parado, e pola secretária de Bem-estar, María Xesús Lago. À vista de presenças tam significadas, umha centena de presos fôrom deslocados dos seus módulos para ouvir no salom de actos do cárcere os discursos apologéticos das bondades do centro que emitírom Vázquez e Quintana. O mandatário autonómico, que gavou as possibilidades dos novos módulos de reinserçom que promove o seu departamento, rematou a sua alocuçom com um cínico ‘Viva a liberdade!’ que, depois, dava passo ao rebaptizamento dum módulo carcerário com o nome do ex preso político sudafricano Nelson Mandela. O paradoxal da situaçom nom fica aqui. O objectivo do citado módulo, que seria a capacitaçom laboral de presos jovens a ponto de liquidar as condenas através dum programa que abandeira a Secretaria da Igualdade, denota a assunçom por parte do quintanismo da ideologia-mito dos cárceres como lugares de reinserçom social. De facto, Quintana mantivo-se em todo momento dentro da correcçom institucional sem fazer qualquer referência à grave situaçom a que estám expostos 1430 (1) cidadáns e cidadás galegas e de outros países no penal de Teixeiro. O vice-presidente autonómico assegurou que o projecto da Junta é de “de vanguarda” a nível europeu. Enquanto, os meios davam voz aos presos dispostos a parabenizar o novo programa institucional sob a presença vigilante dos carcereiros. Quintanismo abraça a ideologia-mito dos dos cárceres como centros de reinserçom O vice-presidente da administraçom galega pronunciou entre risos um delator “venho embora nom votem a maioria dos que estám aqui”. Posteriormente, recordou que a Junta da CAG carece de competências carcerárias, mas estaria disposta a “melhorar a qualidade de vida” dos presos e presas e “ajudar à sua reinserçom”, admitindo implicitamente a suposta funçom resocializadora que se auto-atribuem os centros de castigo. Quintana apresentou como mostra da “preocupaçom institucional” o facto de a Junta “nom aplicar o desconto por manutençom dos reclusos beneficiários de pensons nom contributivas” vigente em Espanha que implica que o próprio preso pague os gastos que conleva a sua privaçom forçosa de liberdade. O novo Módulo Jovem Nelson Mandela (sic) é um projecto da Direcçom Geral de Juventude, que preside o ex dirigente de Galiza Nova Rubén Cela, e encena umha vontade clara: a do nacionalismo institucional para gerir no futuro um sistema penitenciário que agudiza sistematicamente as problemáticas que assegura solventar. Por sua parte, Quintana anunciou negociaçons com Madrid para implantar este projecto em outros centros carcerários espanhóis encravados no nosso País. Carga simbólica da visita A presença de altos cargos institucionais do BNG acompanhando carcereiros e glosando as supostas possibilidades das prisons espanholas como instituiçons resocializadoras é um acontecimento simbólico de dimensom similar à presença do alcalde viguês Lois Castrillo (BNG) nas homenagens à ‘Guardia Civil’ no ‘Día de la Raza’ de 1999. Aquel aceno, que convertia Castrillo no primeiro alcalde do Bloco a louvar a organizaçom armada espanhola, abria o melom do reconhecimento oficial ao corpo repressivo e facilitava que, em anos sucessivos, esse comportamento se generalizasse entre os regedores locais do BNG nas celebraçons do ‘Dia del Pilar’. Os cánticos de Quintana às supostas potencialidades do sistema carcerário avançam também nessa vontade da direcçom do BNG para normalizar plenamente as suas relaçons com o aparato repressivo estatal. (1) Dados estatísticos a 4 de Novembro de 2007.