Madrid decreta que o independentista Ugio Caamanho nom poderá ser visitado pola sua companheira enquanto continue em prisom

Quando há escassos dias que os mais altos cargos do Executivo espanhol acabam de se fazer com as suas carteiras ministeriais, a 62 governamental começa emitir sinais concluintes a respeito de que pode aguardar o nosso povo dos novos gestores da situaçom. A respeito da matéria de repressom, direitos humanos e liberdades democráticas anuncia-se um endurecimento qualitativo. O preso independentista galego Ugio Caamanho será, provavelmente, um dos primeiros cidadáns deste País que sinta nas suas próprias carnes a nova volta de porca que se desenha desde Madrid. Segundo vimos de conhecer, ‘Instituciones Penitenciarias’, organismo directamente dependente do ‘Ministerio de Interior’, denegou nesta semana à companheira do preso independentista a possibilidade de ver Ugio Caamanho, já for através de visita em loqutório -45 minutos com um cristal de separaçom por meio-, já for através de vis-a-vis –visita de maior duraçom sem restriçons ao contacto físico-. Para semelhante decisom alega-se por parte do departamento que dirige Alfredo Pérez Rubalcaba “razons de segurança” que som absolutamente incompreensíveis, umha vez que todas as visitas, vises, correio e chamadas telefónicas do preso com o exterior, além de estar muito restritas, som intervidas, gravadas e analisadas, de modo que é inexplicável quais poderiam ser as supostas “razons de segurança”. Engade-se à situaçom um outro facto concluinte sobre a natureza desta proibiçom: o preso independentista galego solicitou há um mês autorizaçom para ter vises íntimos com a sua companheira, anexando à instáncia o preceptivo certificado de convivência. A direcçom da prisom espanhola de Puerto I respondera de forma afirmativa a esta petiçom, mas, quando nesta semana a companheira de Ugio Caamanho comunicava com o centro penitenciário para concretar o dia e hora do vis, era informada de que umha “ordem de Madrid” proibia as visitas e vises entre as duas pessoas “por razons de segurança”. Dado que a petiçom fiscal à que está exposto o militante galego poderia supor 21 anos de prisom, esta ordem implica de facto denegar a possibilidade de que o preso poda ver a sua companheira até saír do cárcere. Nova volta de porca dentro dumha estratégia para ajoenlhar a pessoa A telegráfica argumentaçom de ‘Interior’ é umha nova medida somada à situaçom de extrema pressom a que está submetido o patriota galego e todo o seu contorno familiar e sócio-político, ao que, segundo indicam as evidências, também se quer fazer “pagar” o preço do altíssimo compromisso militante assumido por Caamanho. Assi, recordamos que este preso vive a diário, jornada após jornada, encerrado num habitáculo mínimo com contadas horas de pátio nas que pode relacionar-se com outras pessoas. Além disto, foi classificado como preso FIES em 1º grau (‘Ficheros de Internos de Especial Seguimiento’), categoria que implica um extremo controlo e vigiláncia e a imposiçom de graves restriçons às já cativas actividades a que pode aceder o preso (correio, comunicaçons, acesso a cursos, etc.). Além destas pinceladas descritivas dumha tentativa institucional concebida a largo prazo para esnaquizar a identidade pessoal e política do militante galego, está também a sua dispersom/desterro ilegal a 1100 km. de distáncia do seu domicílio habitual. Dispersom que, além de incumprir a Lei Penitenciária espanhola e todas as convençons internacionais sobre os direitos das pessoas presas, é injustificável de qualquer ponto de vista e demonstra em estado puro a sua intencionalidade: estender a repressom ao seu contorno familiar e sócio-político, dificultar a comunicaçom do preso com esse contorno e ser um instrumento engadido à série de medidas de excepçom aplicadas com vistas à derrota política e pessoal do patriota galego. Em síntese: trata-se de utilizar Ugio Caamanho para desenvolver um processo de exemplarizaçom repressiva focado à militáncia independentista galega e, por extensom, a toda a cidadania deste País. Iniciativas jurídicas e públicas Por parte do nosso organismo começárom-se tomar iniciativas de resposta ao novo ataque contra os direitos humanos do militante galego que dirigiremos aos ámbitos jurídico e social. Assi, advogados de Ceivar iniciavam nesta semana os trámites precisos para revogar a directriz política do ‘Ministerio de Interior’. Por outra parte, o organismo popular anti-repressivo tomará nos próximos dias e semanas umha iniciativa pública de denúncia desta nova volta de porca que enquadramos na citada estratégia de fundo que visa reduzir política e pessoalmente o preso galego e, em nengum caso, a imaginada “reinserçom” da que fala o papel molhado das leis espanholas. Queremos chamar aqui a atençom sobre um último facto paradoxal, embora compreensível dada a situaçom de absoluta carência de liberdades democráticas em que nos encontramos: enquanto meios de difusom, cargos políticos, opinólogos e personalidades de toda classe dessatam umha intensa campanha supostamente em favor do “respeito dos direitos humanos no Tibet”, esses mesmos direitos humanos som gravemente conculcados dia-a-dia nos centros penitenciários do Estado espanhol. Agora, o novo Executivo de Madrid pretende aplicar umha nova volta de porca aos presos e presas políticas. A sua posiçom está clara. A da militáncia independentista deste País e a de tod@s @s autênticos democratas deve está-lo também: nom estamos a falar de aprovaçons ou rechaços de determinadas estratégias de luita, mas de algo tam básico como a gravíssima conculcaçom dos mais elementares direitos humanos de quatro pres@s independentistas por parte das autoridades espanholas. Neste tempo que vivemos, o silêncio e o olhar para outra parte quando o inimigo bate som sintomas de covardia moral, de cumplicidade e de desarme político e ideológico. As ruas e o povo deste País devem saber o que acontece realmente trás os muros dos centros de extermínio espanhóis.