Movimento polos Direitos Civis confirma com documentos que a ‘Guardia Civil’ mantém umha estreita vigiláncia sobre todo o tecido social e político independentista

A dia de hoje, afirmar umha condiçom nacional galega estrita pode implicar ser qualificado de “nacionalista radical” ou “independentista”, portanto, também “terrorista” e, consequentemente, ser objecto de controlo, criminalizaçom, perseguiçom e repressom sem miramentos. Esta parece ser a filosofia de fundo que supura o manual de formaçom de agentes da ‘Guardia Civil’ de Ponte Vedra a que tivo acesso o Movimento polos Direitos Civis, segundo este último anuncia hoje no seu web. Mais umha evidência a respeito do perfil real do regime político em que vivemos. A documentaçom referida –um texto de formaçom interna para números da ‘provincia’ de Ponte Vedra- desvela-a no web a citada organizaçom para a defesa dos direitos constitucionais. Segundo esta fonte, o Movimento de Liberaçom Nacional Galego (MLNG) é considerado polo instituto armado espanol como “o segundo maior problema de terrorismo de Espanha”. As consequências policiais, penais, mediáticas e penitenciárias da caracterizaçom deste movimento sócio-político nom escapam a ninguém e som indicativas de como a ‘Doctrina Garzón’ ou ‘Teoría del Desdoblamiento’, como era de esperar, já se estendérom ao tratamento repressivo da dissidência galega organizada. Vigiláncia especial sobre veículos que portam simbologia nacional A documentaçom que achega o MpDC confirma o que foi sempre umha extendida percepçom em círculos independentistas: que a ‘Guardia Civil’ tem um trato diferencial para aquelas pessoas que portam nos seus veículos simbologia nacional galega -autocolante GZ, bandeira da Pátria ou escudo nacional de Castelao. Trato diferencial que em multidom de ocasions se exprime em forma de ordens arbitrárias de deter os veículos, registos, revisons da documentaçom, largos tempos de espera para as comprovaçons, identificaçom das pessoas que se deslocam, pressom psicológica, etc. Num reducionismo próprio do corpo que redige o documento, os agentes pontevedreses do instituto armado som alicionados em que essa simbologia nacional é exclusiva do MLNG, é dizer, do “segundo maior problema de terrorismo de Espanha”, razom mais do que suficiente para fixar um controlo e vigiláncia especiais sobre aquelas pessoas e entidades que a arvoram. De Ceivar temos constáncia de velho de multidom de casos de militantes e simpatizantes nacionalistas que confirmam como a ‘Guardia Civil’ aplica umha política especial em estradas àquelas pessoas ‘detectadas’ portando a citada simbologia nos seus veículos. Agora, graças ao MpDC, temos também constáncia documentária de que esta é umha política interna do corpo repressivo, que nom deriva apenas da arbitrariedade ou da condiçom espanhola e espanholista dos seus agentes. Definiçom da ‘Guardia Civil’ do MLNG Segundo a força de ocupaçom espanhola, o Movimento de Liberaçom Nacional Galego (MLNG) –adscriçom simbólica à que adirem multidom de organizaçons de todo o tipo, colectivos sociais e individualidades que tenhem o comum denominador da defesa do direito de Autodeterminaçom e o rechaço do actual quadro jurídico político-, além de ser “o segundo maior problema de terrorismo de Espanha” (!), tem múltiplos “campos de actuaçom”, que iriam da luita feminista à defesa da Terra, do trabalho sindical ao juvenil, do lezer à defesa da língua, etc.). Assi, segundo o instituto armado, fariam parte do Movimento de Liberaçom Nacional Galego as seguintes entidades: Associaçom de defesa dos presos sociais PRESOS Organismo popular anti-repressivo Ceivar Organizaçom juvenil independentista Assembleia da Mocidade Independentista (AMI) Organizaçom juvenil independentista Briga Organizaçom juvenil independentista Adiante Coordenadora de Assembleias de Estudantes da USC Organizaçom estudantil independentista Agir Organizaçom estudantil independentista GREI Organizaçom estudantil independentista Estudantes Independentistas (EI)(desaparecida) Organizaçom política independentista NÓS-Unidade Popular Organizaçom política independentista Fronte Popular Galega (FPG) Central sindical nacionalista Central Unitaria de Traballadores (CUT) Rede social em defesa da Terra Galiza Non Se Vende Organizaçom feminista Mulheres Nacionalistas Galegas (MNG) Organizaçom feminista Marcha Mundial das Mulheres (MMM) Coordenadora Galega de Roteiros Fazendo Memória Histórica Associaçom de montanhismo Agrupaçom de Montanha Augas Limpas (AMAL) Associaçom ambientalista Erva Associaçom ambientalista Quercus Sociedade Cultural e Desportiva do Condado Associaçom Cultural Caleidoscópio (Vigo) O manual de formaçom de agentes do instituto armado a que tivo acesso o Movimento polos Direitos Civis apresenta cada umha destas organizaçons, associaçons e colectivos com o seu logótipo respectivo, de modo que este sirva para “facilitar o reconhecimento por parte dos agentes” daquelas pessoas ou veículos que podam portar a simbologia a controlar. A terminologia empregue fai desnecessário qualquer esclarecimento a respeito do nível de controlo social e político reais que pratica neste momento a força militar espanhola sobre a cidadania galega e, particularmente, sobre a minoria soberanista ou independentista. Locais sociais no ponto de mira Nengumha instáncia social ou política que fuja ao controlo institucional ou dos partidos ‘mais representativos’ escapa de ser parte desse MLNG “terrorista” que se constrói nos quartéis da ‘Guardia Civil’. Assi, também os locais sociais nacionalistas se encontram no ponto de mira da investigaçom do “segundo maior problema de terrorismo de Espanha”, utilizando a linguagem do manual. Segundo o documento a que tivo acesso o Movimento polos Direitos Civis, facilita-se informaçom policial sobre centros sociais como Baiuca vermelha, O Fresco e a Casa da Triga de Ponteareas; a Sociedade Cultural e Desportiva do Condado, a Santa Sede e O Noso Eido de Salvaterra; O Fervedoiro de Cúntis; A Tiradoura de Cangas; A Revira de Ponte Vedra; a Revolta, A Cova dos Ratos, a associaçom cultural Caleidoscópio e a Faísca de Vigo e A formiga de Redondela. Todas elas iniciativas em que participam pessoas de diferentes ideologias e filiaçons, mas que tenhem como comum denominador a defesa e promoçom da nossa identidade nacional e a luita pola recuperaçom dos direitos históricos e políticos da Galiza. Seguimento policial de pessoas A informaçom que achega o Movimento polos Direitos Civis dá constáncia documentária também dum outro facto conhecido: a vigiláncia personalizada, e em casos permanente, a que estám submetid@s diariamente dezenas de cidadáns e cidadás galegas polo facto de exercerem como galegos e galegas, defenderem um projecto independentista para este País e recusarem qualquer estratégia regionalista. Assi, a citada fonte achega informaçom interna do instituto armado espanhol na que este vincula militantes com actuaçons tipificadas como delitivas ainda nom estimadas pola Justiça, apresenta fotografias destas pessoas na rua e exibe a vigiláncia policial existente sobre militantes polític@s. Duas reflexons A notícia à que hoje acedeu abraiada grande parte da base social nacionalista deste País nom é nem mais nem menos que a constataçom documentária dum facto evidente: o controlo e vigiláncia policiais a que estám submetid@s centenas de galeg@s polo simples feito de exercer com dignidade como tais e defender activamente a construçom e a soberania nacional da Galiza. Longe de estarmos ante o que alguns riscam hipocritamente com o eufemismo ‘anormalidade democrática’, a ‘notícia do GZ’ evidencia a funçom estrutural e político-social que cumpre na Galiza o instituto armado espanhol. Esta funçom pode-se e deve-se criticar e denunciar, mas tratar de conciliar a sua vigência com a existência dumhas liberdades democráticas reais desvela umha ingenuidade infinita. Queremos chamar a atençom sobre um outro facto para nós transcendental: que esta prática policial evidenciada polo MpDC e difundida hoje através de diversas páginas webs conta com o conhecimento e a mais absoluta toleráncia do ‘Partido Socialista Obrero Español’, umha vez que é um ‘socialista’, Joan Mesquida, quem desde o ‘Consejo de Ministros’ de 8 de Setembro de 2006 ostenta o cargo de ‘Director General de la Guardia Civil y la Polícia Nacional’. PSOE e PP carecem de diferenças significativas em matéria de liberdades democráticas e estratégia repressiva frente ao “problema” das naçons sem soberania enquadradas no Estado espanhol. Cumpriria trazermos esta simples ideia em conta quando se agita o “medo à volta do PP”: trata-se das mesmas políticas com distinto logótipo. Extender o uso da simbologia nacional: única alternativa contra a sua repressom A difusom de notícias como a presente é necessária e impostergável. É preciso denunciar e fazer socialmente visível o que acontece nesta ‘democracia a la española’. Contodo, somos conscientes de que este labor informativo, à vez que desvela realidades, contribui a objectivos distintos dos procurados por nós, como som a extensom da auto-censura e da política franquista do ‘nom significar-se’, é dizer, ocultar a própria condiçom e nom comprometer-se com o País como fórmula para esquivar o controlo e, eventualmente, a repressom. Nom temos dúvida de que esta reacçom individual é a resposta mecánica de muitas pessoas ao conhecimento das técnicas de controlo social da ‘Guardia Civil’. Contodo, o retrocesso e o encolhimento pessoais e colectivos, a dramatizaçom exagerada da repressom, a falta de perspectiva a respeito da dimensom real desse fenómeno, sabendo situar em cada momento ante que cenário nos encontramos, som em si próprias vitórias para essa repressom, que consegue alterar os comportamentos sociais tam só com insinuar-se. De Ceivar, apesar da regressom a que submetem PP e PSOE as liberdades democráticas numha permanente carreira de relevos, chamamos a nom dar passos atrás, a manter e aumentar os compromissos que cada quem desenvolve no seu ámbito de trabalho, a engrossar e participar na construçom desse Movimento de Liberaçom Nacional Galego que tanto preocupa ao Estado Maior espanhol e a um autonomismo autóctono a ponto de assinar formalmente a rendiçom autonómica, a redobrar o emprego da nossa simbologia nacional e generalizá-lo como única fórmula para que a repressom nom faga melha. Retomamos aqui, por claras e sintéticas, as palavras do nosso companheiro Carlos Cela, cidadám galego e solidário activista contra a repressom hoje sequestrado e dispersado à prisom de Valdemoro: frente à repressom, a melhor resposta é coesionarmos as nossas fileiras e “manter a cabeça alta”, individual e colectivamente. Nunca mais pode ser o medo o que dite os tempos da luita pola construçom e a liberaçom nacional da Galiza. FRENTE À PRESSOM POLICIAL, NEM UM PASSO ATRÁS! A LUITA É O ÚNICO CAMINHO!