Bush defende o uso da tortura por parte da CIA porque a sua aboliçom “perjudicaria a guerra contra o terrorismo”

Palavras claras as de George Bush filho que se anunciam como um manual de actuaçom para multidom de Estados. Neste sábado passado, o primeiro mandatário USA vetava um projecto de lei do Congresso que proibia à central de inteligência CIA utilizar a técnica do ‘waterboarding’, isto é, a simulaçom repetitiva de afogamentos, que nos Estados Unidos é aplicada a ‘terroristas’ submetidos a interrogatório. O argumento achegado para tolerar o emprego deste método de tortura é que a sua proibiçom “perjudicaria a luita contra o terrorismo”. Trata-se dum argumento similar do usado polo dirigente do PSOE Juan Luis Rascón quando em 2006 –ver ligaçom ao pé da notícia- declarava no Congresso espanhol que “a detençom incomunicada é um aval de segurança na luita antiterrorista”, dado que garante a impunidade necessária para o emprego da violência nos interrogatórios. Contodo, há umha diferença: ainda com menos pruritos do que os espanhóis, os USA admitem abertamente o uso da tortura como método de trabalho policial enquanto Madrid nega a sua utilizaçom porque, segundo afirmam com notória satisfacçom, “somos um Estado de Direito”. ‘Waterboarding’ A técnica de interrogatório conhecida em USA como ‘waterboarding’, que multidom de associaçons de protecçom dos direitos civis e a chamada comunidade internacional riscam de método de tortura, consiste em submerger repetidas vezes a cabeça d@ detid@ num líquido –normalmente, água-, provocando sintomas de asfíxia e um estrês agudo que favorece a perda do auto-controlo por parte da pessoa torturada. É neste contexto psicofísico extremo que esta se pode avir a “colaborar” e facilitar informaçons que de outro modo seriam difíceis de obter. Bush comunicou com transparência estes extremos durante o seu tradicional discurso radiofónico dos sábados e anunciou o veto à iniciativa dos congressistas, que reduzia os métodos de interrogatório da CIA aos 19 reconhecidos para o Exército estadounidense. A iniciativa agora vetada pretendia eliminar, aliás, o emprego de temperaturas extremas nos interrogatórios e a mantença da pessoa detida de pé durante um tempo prolongado para provocar a sua extenuaçom. Primário e directo, o presidente USA riscou o ‘waterboarding’ como “um dos instrumentos mais valiosos na guerra contra o terrorismo”. Aliás, afirmou que esta e outras técnicas de tortura devem continuar vigentes umha vez que “a melhor fonte de informaçom sobre ataques terroristas som os próprios terroristas”. Dizer ao respeito que no Reino de Espanha, segundo denunciam regularmente militantes detid@s e organizaçons anti-repressivas, usa-se a técnica conhecida como a “bañera”, muito similar do ‘waterboarding’ USA mas com a peculiaridade de que se pratica numha banheira cheia de água em que em ocasions se deitam ourinhos e fezes. Oposiçom ao veto O lider da maioria ‘democrata’ no Senado ianqui, Harry Reid, afirmou que Bush “mais umha vez comprometeu o liderado moral da nossa naçom” e, argumentando desde critérios de rendibilidade policial, explicou que o presidente norteamericano “fijo caso omisso a expertos em matéria militar e relaçons exteriores que coincidem em que a tortura é contraproduzente”. Em termos similares pronunciou-se a presidenta da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, que apontou que o veto “socava a autoridade moral” dos USA. Ambos casos delatam a preocupaçom pola ilegitimidade que implica que um Estado auto-titulado democrático admita que utiliza técnicas policiais contrárias às convençons internacionais de direitos humanos. Por sua parte, a reconhecida organizaçom ‘Human Rights Watch’ sentenciou que George Bush filho “fará história como o presidente da tortura”. Também ‘Amnesty International’ declarou que o veto do presidente norteamericano evidencia a sua retórica “váqua” sobre a prática da tortura nos Estados Unidos. Convidamos as nossas leitoras e leitores a revisar a notícia publicada em 10.11.2006 no nosso portal em que um destacado dirigente do PSOE argumentava de forma idêntica a George Bush para negar a aboliçom do regime de detençom incomunicada no Estado espanhol.