Dous militantes anti-repressivos detidos na Galiza pola ‘Guardia Civil’ num suposto “operativo contra o Grapo”

Que o PSOE está a dar significativas voltas de porca na repressom nas últimas semanas, e que a perseguiçom policial, mediática e judicial do “terrorismo” é umha coarctada para desarticular qualquer dissidência política real, som duas verdades conhecidas que as últimas notícias apenas venhem confirmar rotundamente. As detençons na noite de hoje de Carlos Cela Seoane e Xosé Luís Fernández González “O Ché”, ambos militantes do organismo anti-repressivo SRI, que dá cobertura a presos e presas do movimento antifascista estatal, venhem, se calhar, a reafirmar esta evidência: o PSOE tem entre as suas tarefas a desmantelaçom de toda forma de dissidência política real. O operativo no que venhem de ser detidos ambos cidadáns galegos antifascistas desenvolve-se, segundo informam diversos meios ‘oficiais’, desde Madrid, e corre a cárrego da ‘Guardia Civil’, dentro dumha operaçom que se saldou até o momento com várias detençons no território estatal. Lembramos que tanto “O Ché”, detido em Sárdoma (Vigo), quanto Carlos Cela, detido na Corunha, militam publicamente no trabalho de assistência a presos e presas antifascistas e comunistas e denúncia da repressom. Xosé Luís Fernández é um vizinho de Vigo que se encontra parapléxico desde que em 1980 fora tiroteado num operativo policial em que era assassinado o também comunista viguês Abelardo Collazo. Carlos Cela, ao igual que o anterior, é umha pessoa destacada polo seu trabalho social de denúncia da repressom política. Ambos encontram-se neste momento em paradeiro desconhecido em aplicaçom da denominada legislaçom antiterrorista. Lembramos que esta normativa espanhola permite suspender todos os direitos dos detidos e implica 120 h. de incomunicaçom sem assistência letrada nem qualquer tipo de fiscalizaçom institucional sobre as condiçons de detençom. Registos domiciliários Além das detençons destes militantes, a ‘Guardia Civil’ procedeu ao registo dos seus domicílios. Familiares do “Ché” denunciárom à Rádio Galega que estas detençons se produzem por motivos “ideológicos” e insistírom na desvinculaçom de ambos da organizaçom armada espanhola Grapo. “Meu pai era militante dos Grapo, agora mesmo é umha pessoa que está numha cadeira de rodas”, afirmou a filha de Xosé Luís Fernández para os microfones da rádio pública autonómica. A companheira do detido, Montserrat Pérez, encontraria-se “retida” neste momento. Por sua parte, Josefa Seoane, conhecida por tod@s como “Pepita”, mae de Carlos Cela, o militante do SRI detido na Corunha, qualifcou a detençom e o registo do seu domicílio de “abuso de poder” e assinalou que na sua vivenda nom se encontrou qualquer arma e que os números se limitárom a levar-se “muitos papéis”. “Polo menos entrárom quinze ou vinte agentes, como os homes de Harrelson, a patadas”. Últimas informaçons apontam que o corunhês pub Faluya também teria sido achairado polos agentes do instituto armado espanhol. “Pepita”, que é umha pessoa solidária com @s pres@s independentistas galeg@s desde há muitos anos, assegurou que esta situaçom é própria “dumha ditadura, ou pior ainda”. Esta cidadá corunhesa declarava, trás saber da aplicaçom de legislaçom antiterrorista a Carlos Cela, que por que nom se aplica “aos terroristas de Estado ou aos que traficam com drogas e os donos de empresas com acidentes laborais”. “Onde estám Corcuera, Vera, Nieto e toda a pandilha?”, perguntou Josefa Seoane aos meios enquanto se procedia ao registo da sua vivenda. Alegria no BNG A circunstáncia da detençom de dous cidadáns galegos pola ‘Guardia Civil’ espanhola foi umha ocasiom de ouro para que determinadas personagens públicas figessem umha demonstraçom estelar do grau de degradaçom política e ética em que estám imersos. O porta-voz nacional do BNG e vice-presidente da administraçom da CAG, Anxo Quintana, adiantava-se a todos os partidos institucionais para anunciar a sua “alegria” (sic) polas detençons e polo facto de que a acçom policial “ponha a disposiçom da justiça pessoas que violentam a convivência pacífica e a paz”. O alto funcionário autotitulado ‘nacionalista’ nom se limitava a estas declaraçons, que repitem o modelo de comportamento desenvolvido em Novembro de 2005, quando exigia que caisse “todo o peso da lei” sobre dez militantes independentistas galeg@s detid@s, também, pola ‘Guardia Civil’ no marco da denominada ‘Operación Castiñeiras’. Aliás, Quintana dixo “congratular-se” polas detençons e incomunicaçons de Carlos Cela e Xosé Luís Fernández. O vice-presidente da administraçom da CAG esquecia a presunçom de inocência que se deve conceder legalmente a toda pessoa detida e riscava ambos militantes anti-repressivos de “pessoas que violentam a convivência democrática, especialmente, num momento como este”. Demonstrando, finalmente, que a direcçom do BNG nom se importa em absoluto de direitos civis, presunçons de inocência e outras questons intranscendentes, exprimiu em nome do BNG “a nossa congratulaçom à espera de resultados” (!?), assinalando que estes seriam “a paz e a convivência pacífica entre as pessoas” que, segundo o vice-presidente da Junta, estaria garantida graças a umha organizaçom militar como a ‘Guardia Civil’. Solidariedades em acçom De Ceivar queremos manifestar publicamente a nossa solidariedade com os dous cidadáns galegos detidos pola sua ideologia antifascista e militáncia anti-repressiva. Tanto o “Ché” como o Carlos Cela som pessoas sobradamente conhecidas polo seu trabalho vizinhal, social e político nas cidades de Vigo e da Corunha e companheiros com os que temos partilhado mesa em diversas ocasions em iniciativas unitárias de denúncia da repressom política. Desde aqui queremos manifestar a nossa fonda preocupaçom pola situaçom em que se podam encontrar nestes momentos estes dous compatriotas agora incomunicados em maos da ‘Guardia Civil’. Por outra parte, frente às manifestaçons de miséria moral da direcçom autonomista e as evidências de que tem optado por desrespeitar direitos humanos básicos das pessoas quando se trata de somar-se ao coro “anti-terrorista”, umha outra iniciativa solidária surgia na cidade herculina. Amanhá quinta-feira, a partir das 20:30 umha autoconvocatóra chama à cidadania da Corunha a manifestar-se no Obelisco em solidariedade com os militantes detidos na passada noite. Meia hora antes e diante do Museu de Arte Contemporánea (Rua príncipe) está convocada outra concentraçom na cidade de Vigo para amanhá 24 de janeiro. De Ceivar animamos a exprimir solidariedade e apoio por cima de medos e autocensuras nestes momentos de especial dureza repressiva.