Autoridades definem Galiza como “extraodinariamente segura” mas mantenhem estratégia de policializaçom comunitária

A visita do ministro espanhol de Interior à Galiza no 30 de Outubro foi mais umha ocasiom para se encenar à vista de todos o grau de cinismo que gastam as autoridades políticas e policiais espanholas. Acompanhado da plana maior das FSE destacadas no nosso País e do presidente da administraçom autonómica, Alfredo Pérez Rubalcaba destacou os “excelentes resultados” da colaboraçom que em matéria da chamada segurança cidadá sustentam a administraçom central e a delegaçom autonómica presidida por Pérez Touriño. “Galiza atopa-se entre os lugares mais seguros de Europa”, assegurou o alto funcionário espanhol deslocado ao nosso País. Rubalcaba, que aproveitou a sua presença na Galiza para anunciar 27 anos após o referéndum do Estatuto de Autonomia de 1980 que o actual nom é o “momento idóneo” para transferir as competências sobre Tráfico recolhidas naquel, destacou a positiva relaçom existente entre Rajói e La Moncloa em matéria policial e assinou dous novos convénios com a CAG nesta matéria. Um sorridente Touriño, acompanhado do Chefe Superior da Polícia espanhola na CAG, García Mañá, remachou as palavras do seu superior em Madrid e expujo a sua preocupaçom porque se crie “alarme quando nom há motivo” (sic), dado que “os dados certificam que, no terreno da segurança, esta comunidade é extraordinariamente segura”. Como um eco do madrileno, Pérez Touriño gavou “o nível de resposta e compromisso desde ambas administraçons” e os “excelentes resultados” desta sobre a ‘segurança cidadá’. Policializaçom da vida comunitária evolue à margem dos diagnósticos Apesar do alto nível de ‘segurança cidadá’ que as autoridades políticas e policiais atribuírom mais umha vez à Galiza administrativa, e que é umha constante em todo tipo de informes, estudos e declaraçons oficiais, as estratégias de incremento da vigiláncia e o controlo social, de generalizaçom da presença de corpos privados parapoliciais na vida comunitária, de extensom constante da videovigiláncia e de aumento do número de efectivos da Polícia e o instituto armado espanhóis, de repressom em todas as suas formas da mobilizaçom social, de judicializaçom dos conflitos, etc., etc., continuarám impertérritas e completamente alheias ao facto de sermos umha naçom “extraordinariamente segura”, segundo o lider do PSOE na CAG. Todo indica, pois, que as necessidades actuais e estratégicas de controlo e vigiláncia social por parte do Estado desenvolvem-se objectivamente à margem da percepçom social subjectiva que poda existir da ‘insegurança cidadá’ e, o que resulta ainda mais chamativo, mesmo à margem dos dados objectivos que, anualmente, recolhe a ‘Delegación del Gobierno’ numha parte do nosso País e que ano após ano apontam para o modelo de “comunidade segura”, segundo repite periodicamente o subalterno de Pérez Rubalcaba na CAG Manuel Ameijeiras Vales. Dous convénios e vigência manifesta dos tópicos coloniais Apesar do discurso “tranquilizador” quanto à ‘segurança’, a aterragem de Rubalcaba no País saldava-se com a assinatura de dous novos convénios entre a administraçom estatal e a sucursal autonómica. Um terá como objectivo a melhora dos quartéis da ‘Guardia Civil’ instalados no nosso território e outro a segurança dos edifícios administrativos da administraçom autonómica de Justiça. Aliás, Rubalcaba ‘presenteou’ Galiza com a incorporaçom de 48 novos números da força militar de ocupaçom que conhecemos como ‘Guardia Civil’. Em outra ordem de cousas, o mnistro espanhol assumiu o papel de esclarecedor da nossa identidade e anunciou que sobre os condutor@s galeg@s “nom pesa qualquer maldiçom” (!?) porque o nosso comportamento ao voante é “o mesmo que o do resto dos condutores de Espanha” (sic). O anúncio do titular da carteira espanhola de Interior parecia responder entre linhas às declaraçons do director geral da DGT, Pere Navarro, que, no passado mês de Julho, num arrouto típico da mentalidade colonialista, atribuira o alto índice de mortes nas estradas galegas nom ao estado destas, a insuficiência e deterioraçom do transporte público, à elevada dispersom populacional e a reduzçom da proximidade, que provocam umha maior necessidade de deslocamentos, ou a ideologia do veículo particular, mas “ao pesimismo dos galegos”.