Ceivar chama à mobilizaçom do 21 de Outubro em demanda de liberdade para os ‘Três do Eixo’

Simón Márquez, José Moreira e Jesus Montoiro som os nomes dos três vizinhos da paróquia do Eixo (Compostela) que o próximo 31 de Outubro poderiam ingressar em prisom para cumprir umha condena de 7 anos de cárcere se o ‘Consejo de Ministros’ de Espanha nom concede o ‘indulto’ demandado por mais de 12.000 pessoas, 30 entidades locais e nacionais e diversas instáncias institucionais. Umha mobilizaçom para exigir a liberdade dos ‘Três do Eixo’ celebrará-se o vindouro domingo na capital galega. Os três vizinhos repressaliados pola Justiça espanhola fôrom condenados a 6 anos de prisom cada um e o pagamento conjunto de 156.620€ de multa por um ‘delito’ de lesons na pessoa do funcionário antidistúrbios da Polícia espanhola Luis Gómez Vázquez. Aliás, a sentença ditamina mais um ‘delito’ de atentado contra o mesmo indivíduo armado polo que som condenados a um outro ano de cárcere até totalizar os sete. Os factos polos que fôrom condenados os três vizinhos do Eixo remetem-nos para 1997 quando o ‘Ministerio de Fomento’ decide construir o terceiro carril da estrada N-525 entre Ourense e Compostela ao seu passo pola paróquia do Eixo. Lembramos que esta estrada parte a paróquia pola metade, impossibilita a comunicaçom normal entre ambas margens da estrada e tem provocado nos últimos anos umha pingueira de mortes e acidentes numha zona habitualmente transitada por nenos e nenas que se deslocam para a escola. ‘Fomento’ minte O alargamento da estrada desenhado por ‘Fomento’ –terceiro carril- tinha por objecto dar cabimento à a cada maior afluência de veículos e nom recolhia no desenho a construçom de passagens subterráneas ou aéreas para que os vizinhos pudessem cruzar a via sem jogar diariamente a vida. Aliás, o acesso às fincas ficava impossibilitado no projecto da autoridade central espanhola. É esta circunstáncia a que está na origem do conflito do Eixo e da brutal repressom de que foi objecto no seu dia, e à que agora se quer colocar o ramo, quase dez anos depois, com o encarceramento de três participantes naquela luita. Perante a mobilizaçom vizinhal ‘Fomento’ comprometera-se no seu dia a nom abrir a estrada enquanto nom se construissem as passagens para @s peons, mas, no verao de 1998, com o Partido Popular no Governo de Espanha, a via era aberta ao tránsito sem ter-se construido as passagens comprometidas. O conjunto da paróquia do Eixo saira à rua e, em turno de manhá (mulheres e nen@s, maioritariamente) e tarde (vizinhos e vizinhas), curtava-se a via para exigir a Madrid o cumprimento dos seus compromissos com a paróquia e que nom se pugesse em perigo a vida da vizinhança. Selvagismo policial e detençom dum neno Em 13 de Julho de 1998, efectivos das FSE carregam brutalmente contra @s nen@s e mulheres do Eixo ferindo várias pessoas. A ‘Delegación del Gobierno’, que está detrás da ordem de utilizar a violência policial contra @s vizinh@s, é presidida nesta altura polo ex ‘Guerrillero de Cristo Rey’ e ‘voz’ de Madrid durante a Crise do Prestige Arsenio Fernández de Mesa. Ao dia seguinte da carga, com a mesma atitude violenta, as FSE deslocadas ao Eixo impedem o curte vizinhal do tránsito pola estrada. A vizinhança da paróquia marchará polas margens da estrada dando continuidade ao seu protesto. Segundo todas as fontes solventes, que contradizem mais umha vez a ‘versom oficial’, o início dos incidentes que provoca a condena a sete anos de cárcere de Simón Márquez, José Moreira e Jesus Montoiro produz-se quando um neno de 13 anos, irmao do primeiro dos condenados, insulta os mercenários espanhóis. Acto seguido, estes decidem proceder à detençom do cativo, que oferece resistência, ao tempo que muitos vizinh@s tratam de evitar a captura do rapaz polas FSE. No tumulto provocado por estas, o efectivo antidistúrbios Luis Gómez Vázquez resulta ferido e ingressa no hospital. “Polícias nom mintem” Segundo o secretário da Associaçom de Vizinhos Domingo Cepeda do Eixo, Xosé Manuel Bocija, a Polícia espanhola aparecia quinze dias depois dos acontecimentos visitando os vizinhos da paróquia “porta por porta”. Seis fôrom acusados de responderem a violência policial e três deles finalmente condenados. Segundo o lider vizinhal, entrevistado por Vieiros, no juízo dos agora condenados nom se permitiu a participaçom das suas testemunhas “por serem amigos e familiares”. Enquanto, paradoxalmente, si se aceitavam como testemulhas outros agentes da repressom “porque o juíz presupom que os polícias no exercício do seu dever nom mintem” (sic). Sangria económica da paróquia e denegaçom do indulto polo PSOE A repressom abatida sobre O Eixo nom se limitou à ocupaçom policial da paróquia, às agressons a homes, mulheres e nen@s e à supressom da liberdade de expressom e reuniom para fazer possível o funcionamento dumha infraestrutura impopular. Além disto, o pagamento ao Estado espanhol dumha sançom de 156.620€ (26 milhons das antigas pesetas), abonada em parte pola paróquia a razom de 721€ por casa/família, impunha-se como condiçom prévia imprescindível para solicitar qualquer indulto. Responder à exigência governamental supujo umha brutal sangria económica para a vizinhança do Eixo e para as famílias dos condenados, que ganham o seu salário como fontaneiro, livreiro e condutor, respectivamente. Em 20 de Abril deste ano, trás pagar o ‘resgate’ imposto pola Justiça espanhola, o ‘Consejo de Ministros’ que preside José Luis Rodríguez Zapatero denega a primeira solicitude de indulto governamental para os ‘Três do Eixo’, que vem avalizada por 5000 assinaturas e sem apoios institucionais. A atitude do Executivo de ZP dá continuidade mais umha vez às medidas repressivas excepcionais aplicadas no Eixo sob o governo de José María Aznar. Nova petiçom de indulto e mobilizaçom popular A passada segunda-feira a vizinhança do Eixo apresentava por segunda vez no ‘Ministerio de Justicia’ em Madrid umha outra petiçom de indulto para os três vizinhos que entrarám na prisom de Teixeiro o vindouro 31 de Outubro. A solicitude vai acompanhada nesta ocasiom por 12.000 assinaturas avalizadas pola câmara autonómica e o governo municipal de Compostela mas todo indica que, incluso no caso de serem finalmente indultados polo Executivo espanhol, o ingressom em prisom é inevitável. A mobilizaçom popular convocada este domingo para reivindicar a liberdade dos ‘Três do Eixo’ e rechaçar o seu iminente encarceramento saírá às 12:30 da manhá da Alameda de Compostela. Nos três casos, os condenados defendem a sua nom-implicaçom nos factos de que estám acusados e dous deles negárom-se publicamente a “pedir desculpas” ao antidistúrbios espanhol lesionado por considerarem que nom som os autores materiais das suas lesons. Bocija, secretário da AV, chama publicamente a participar na mobilizaçom “para que saibam em Madrid que somos muitos”.