Celebradas jornadas anti-repressivas na capital galega

Nos passados dias, celebrárom-se na capital galega umhas jornadas anti-repressivas, organizadas por colectivos anarquistas e realizadas no compostelano local social A Gentalha do Pichel e mais na Faculdade de História. Abordárom-se diferentes temáticas: da luita anticarcerária até a história da repressom sobre diferentes movimentos anti-sistema no Estado Espanhol. Na parte dedicada à luita contra as cadeas, lembrou-se ao público assistente a convocatória realizada por diferentes colectivos galegos (como p.ex. grupos anarquistas e a “Comissom de Denúncia da Galiza”, grupo contra a tortura e os maus tratos por parte das F.S.E., em que o nosso Organismo Anti-repressivo participa) para celebrar a marcha anual contra o cárcere de Teixeiro, convocatória que apoiamos e a que aderimos. Na última das jornadas, contou-se coa participaçom de Ricard Vargas, que fora membro do M.I.L. Nessa palestra fijo-se um repasso à trajectória do M.I.L., valorando-se tamém no fundo a tergiversaçom (des)informativa actual sobre ex-membros seus, nos meios de comunciaçom de massas, como mais umha espécie de repressom encoberta sobre a verdadeira história das diversas luitas anti-sistémicas que no Estado tenhem existido: atopariamo-nos, pois, cum tipo de repressom, a informativa, como mais um modo de ocultaçom dos movimentos alternativos que no Estado Espanhol se tenhem produzido. Reproduzimos a continuaçom o comunicado distribuido na última das jornadas anti-repressivas que referenciamos, encaminhado para a 62 de redacçom de www.ceivar.org e por ela traduzido para a nossa língua: “SALVADOR”, UMHA MORTALHA DE LUXO PARA UM PRODUTO DE MISÉRIA: “Testemunhas directas da época de que o filme “Salvador” trata, ex-membros do M.I.L., OLLA e GARI, perante a indignidade que representa para todos e todas nossoutr@s a exibiçom do citado filme, manifestamos: 1.- Que esta nom é a história política de Salvador Puig Antich nem a d@s suas companheir@s de luita, porque agocha deliberadamente a história da subversom revolucionária contra o Capitalismo, sem a qual a vida e a morte de Salvador nom tenhem sentido nengum. 2.- Denunciamos este filme como um novo produto desinformador e falsificador da realidade em que Puig Antich é mitificado como um luitador sem um ideal revolucionário preciso e, portanto, fácil de incluir no amplo saco d@s “antifranquistas polas liberdades democráticas”. Baseado no romance “Compte enrere”, de Francesc Escribano, biógrafo de bispos e de anarquistas, onde se misturam inteligentemente a arte da manipulaçom e tergiversaçom dos factos com tencionados ocultamentos e mentiras. Certamente, a mentira que é meia verdade é a pior de todas as mentiras. 3.- Denunciamos este filme como um produto de fiçom consumista em que a trágica morte de Salvador Puig Antich se aproveita para fazer um grande espectáculo morboso, extremadamente dramático, coa finalidade de tirar proveitosos réditos económicos. 4.- Denunciamos a grande releváncia que se dá a anecdotas intranscendentes a fim de desfigurar e subestimar o carácter anti-capitalista e autónomo do M.I.L., partilhado coa classe obreira catalá mais combativa, a qual é ignorada olimpicamente no filme. 5.- Denunciamos a tencionada confusom entre ficçom e verdade destinada a impor o discurso político da suposta descomposiçom do regime franquista. Discurso que desde meados de 60, coa política carrilhista da “reconciliación nacional”, justificava o “entrismo” dentro do aparato do Estado franquista (sindicatos verticais fundamentalmente) e que acabou por engoli-los na chamada “Transición”. Nom fôrom os franquistas quem se transformárom em democratas, senom ao revés. A mentira nom é ficçom; é singelamente falsidom. 6.-Insistimos na denúncia da ocultaçom dos factos histórico-sociais e do movimento obreiro de onde nasce e se desenvolve o M.I.L., assi como das suas achegas revolucionárias, que impulsavam a autogestom, o assemblearismo, a auto-organizaçom, o anti-autoritarismo e o anti-militantismo. 7.-Denunciamos o transfundo intimidador encaminhado aos movimentos sociais mais radicais. A conjunçom do poder económico e do poder político nunca é casual, mas neste caso é vergonhento. Quem se atrever a enfrontar-se directamente com eles (capital e Estado) será inevitavelmente aniquilado, com ou sem democracia. 8.- E denunciamos de forma contundente que, neste estádio intensivo da economia capitalista, a vida quotidiana da cidadania e da massa assalariada está cada vez mais dirigida, controlada e determinada polos diferentes poderes e meios de comunicaçom. Neste sentido, a mensagem que se desprende do filme tem umha clara intencionalidade política no momento actual: neutralizar e impedir que as achegas do M.I.L. entrem a fazer parte, no seu momento, da bagagem tanto teórica quanto prática, dos movimentos alternativos/alterativos actuais. 9.- Por último, denunciamos o silêncio sobre a situaçom de Jean Marc Rouillan, ex-membro do M.I.L. e ex-companheiro de Puig Antich, encarcerado ainda no Estado Francês, despois de ter a condena cumprida, com quem nos solidarizamos e para quem exigimos a liberdade imediata, juntamente coas companheir@s de “Action Directe”. NEM ARREPENDID@S, NEM SILENCIAD@S!!! Barcelona, Outono de 2006”.