Jovens organizam-se contra a criminalizaçom e a repressom policial na capital da Galiza

Os últimos tempos contemplam a profusom de iniciativas municipais, autonómicas e estatais que tenhem como comum denominador o incremento do controlo cidadám, a regulamentaçom crescente de aspectos da vida comunitária por parte dos corpos policiais, a satanizaçom da juventude e o desenho dum estado de vigiláncia onipresente e permanente a cada mais tupido. Jovens da capital da Galiza acabam de reunir-se para tomar a iniciativa nas ruas frente a umhas práticas estatais que, se bem ainda se podem considerar de laboratório, ameaçam com estabelecer-se definitivamente se nom encontram umha contestaçom séria. A recente aprovaçom pola câmara municipal de Compostela no passado Setembro da denominada ‘Ordenança de Resíduos e Limpeza Viária’ é o ponto de partida para o nascimento da Plataforma contra a Criminalizaçom da Juventude. Composta num princípio polas organizaçons Agir, Briga, Galiza Nova e Xuntanza Antiprohibicionista, e aberta a jos_content incorporaçons, a iniciativa tem previsto desenvolver nas próximas semanas umha intensa actividade contra a citada normativa que ilegaliza de facto o ‘botelhom’ e recurta os direitos da juventude local por via policial. A última ordenanza aprovada em Rajói começará a aplicar-se nas próximas semanas, mas já se está sendo desenvolvida experimentalmente desde primeiros de Outubro. Polícias espanhóis e locais, de uniforme e à paisana, ocupam os espaços de tempo livre juvenil e procedem à identificaçom, cacheio e realizaçom de registos a tod@s aquel@s jovens que sejam considerad@s “suspeit@s”. As margens de arbitrariedade e abuso que abre a nova normativa som mais do que evidentes e estám a motivar as primeiras contestaçons por parte d@s afectad@s. Estandarizar comportamentos através da pressom repressiva O suposto motivo para estender a ingerência policial sobre a mocidade compostelana é impedir o consumo de bebidas alcoólicas fora dos estabelecimentos autorizados que pagam ao Estado as taxas preceptivas. De facto, a imprensa local, com o diário ultraconservador ‘El Correo Gallego’ à frente, vem desenvolvendo nos últimos tempos umha intensa campanha que magnifica aspectos menores do ‘botelhom’. No entanto, é perceptível a existência dum plano mais amplo que sovarda o marco local, visa impor progressivamente um controlo total dos espaços públicos e da juventude polas corpos repressivos e procura umha estandarizaçom dos comportamentos toleráveis. Recordamos a este respeito as recentes declaraçons realizadas pola associaçom corporativa de guardas civis ASIGC recolhidas neste portal nas que se alertava sobre a importáncia de alargar a pressom policial a “festas e lugares de ócio” juvenis e advertia a respeito do “rumo que estamos dando às jos_content geraçons, com a permissividade de certas condutas perniciosas” [sic]. Iniciativa de Estado O seguimento que vimos dando do nosso portal à quantidade de medidas tendentes ao aumento da vigiláncia e o controlo social seria mais do que suficiente para confirmar que a normativa que se vem de aprovar em Compostela nom é apenas um fenónmeno local. Trata-se ao contrário dumha tendência que está a ser aplicada com ritmos diferentes e bastantes aspectos comuns nos principais núcleos urbanos do Estado espanhol. De Ceivar consideramos fundamental desenvolver respostas amplas frente a este incremento da pressom policial, dado que as medidas actualmente em experimentaçom podem estabelecer-se de modo permanente. Queremos advertir também da implicaçom espanhola ao máximo nível nesta iniciativa de aparência local, mas estendida aos poucos a todas as cidades do País e, provavelmente, numha segunda fase, às vilas. A Delegaçom do Governo espanhol na CAG e as FSE presentes nos Conselhos Locais de Segurança som as instituiçons que, com a cumplicidade activa de partidos institucionais, meios de difusom e determinados sectores do associacionismo vizinhal e comercial subsidiados ou controlados polos citados partidos, se encontram trás um desenho que visa ‘normalizar’ a introduçom dos corpos repressivos como elementos reguladores dos mais diversos aspectos da vida em comunidade. Apelamos portanto à juventude e aos sectores sociais sensíveis ao recurte de direitos e liberdades e à policializaçom da sociedade a autoorganizar-se para umha resposta que se fai imprescindível. Anexamos ao pé da notícia o linque para conhecer o web que vem de por em andamento a Plataforma contra a Criminalizaçom da Juventude.