Guardas civis advirtem “crescente rechaço social” contra os corpos repressivos do Estado na Galiza e declaram-se “odiados”

A Guarda Civil espanhola destacada na Galiza continua a fazer declaraçons chamativas. Se o passado dia 6 informavamos da negativa dos agentes ligados a UFGC a interactuar com cidadáns e cidadás galegas que empreguem a língua nacional, onte era a associaçom corporativa ‘Asociación Independiente de la Guardia Civil” (ASIGC) quem chamava a endurecer a repressom contra a mocidade galega, afirmava estar acossada e vinculava a drogadiçom com determinadas “opçons e projectos políticos”. A sentença do Julgado do Penal nº 4 de Crunha que condena seis jovens galegos por múltiplos delitos de lesons e dous atentados contra seis agentes da força de ocupaçom é a faísca que fai saltar as declaraçons dos militares. Os incidentes referidos ocorrérom na Ponte do Porto (Costa da Morte) em 29 de Junho de 2001 quando jovens da localidade importunad@s por efectivos do instituto armado no seu tempo de ócio respondérom violenta e maciçamente à utilizaçom de armas de fogo polos agentes. Queremos lembrar ao respeito que 5 meses após o enfrentamento entre @s jovens da Costa da Morte e a força ocupante, esta última filtrara ao diário ultradireitista ‘El Correo Gallego’ um informe interno em que constatava a existência dumha difusa rebeliom social na Galiza contra a presença do instituto armado. Assi, reconhecia, por exemplo, que nos dez primeiros meses do ano produziram-se na CAG mais de 200 agressons, desobediências graves e resistências contra os agentes espanhóis e 169 galeg@s foram detid@s por estes motivos. “Reflexons” Os sucessos da Costa da Morte, recentemente sentenciados, assi como a ‘normalidade’ com que em diferentes comarcas do País se produzem agressons mútuas entre agentes e populaçom, deu para a ASIGC fazer umhas “reflexons” de pretensons gerais que apenas podem ser qualificadas de esperpénticas. Começam os guardas civis por acusar o PSOE de nom ter “sensibilidade perante os requerimentos das vítimas do terrorismo” e acusa o partido espanhol de promover “montagens nos meios de comunicaçom acusando a guardas civis pola acçom dum delinquente [sic] que faleceu no quartel da Guarda Civil de Roquetas” e “nom condenar as acçons violentas dos jovens em Camarinhas”. Reconhecendo que factos como os da Ponte do Porto se repetírom “em diversas ocasions noutros lugares da Galiza” como produto da pressom policial, o instituto armado afirma que “som consequência dum crescente rechaço que certos sectores sociais da Galiza promovem contra a existência das Forças de Segurança do Estado e principalmente da Guarda Civil”. Embora, som incapazes de explicar as causas desse estendido rechaço e acham que a sua origem é “favorecer interesses políticos que aconselham a criaçom dumha Polícia Autonómica” [sic]. Continuando o ‘razonamento’, a ASIGC assegura que “estas ideologias” penetram nas “festas e lugares de ócio” em que participa juventude galega para “consumir álcool, mas também droga”. A constante vigiláncia e a pressom policial da Guarda Civil sobre estas “festas e lugares de ócio” provocaria segundo a organizaçom armada espanhola os enfrentamentos entre jovens e militares “até o ponto de crueldade e ódio que muitas vezes demonstrárom”. Solicitam mais repressom contra a juventude na Galiza Trás constatar o problema operacional que para a força de ocupaçom supom a “disseminaçom dos municípios” e representar a mocidade como “umha multidom de jovens em festa, alterados polo consumo de droga, álcool e música de alto volume”, a AUGC chama a refletir “sobre o rumo que estamos dando às jos_content geraçons, com a permissividade de certas condutas perniciosas”. A lógica da associaçom leva a reclamar “mais atençons (…) para os agentes das Forças de Segurança, que em definitiva som os peares em que se sostém a estabilidade dum país” (!!!). “Queremos fazer ver que utilizar os jovens na Galiza como catapulta de determinada opçom política, pode derivar na criaçom de grupos (…) que conhecemos como proetarras”, afirma a AUGC. Finalmente, os guardas civis declaram sem interrogar-se pola natureza da organizaçom armada de que fam parte que “as opçons e projectos políticos, nom podem estender-se numha sociedade, utilizando formas violentas”. Advertência a navegantes As afirmaçons dos agentes do corpo repressivo, além de retratar um mundo do revês em que a vítima se transforma em verdugo, som umha convocatória explícita a apertar a porca da repressom contra a juventude e as suas “festas e lugares de ócio” na linha do que fai a Polícia espanhola nos núcleos urbanos do País. O assalto e expropriaçom de locais sociais e a detençom e processamento de 13 militantes e colaborador@s da AMI realizados há agora um ano pola Guarda Civil poderiam ser, se calhar, o início do novo menu repressivo em que “certas condutas perniciosas” nom se restringem já a certas “opçons e projectos políticos”, mas se estendem a umha mocidade que deve correger “o rumo” de modo maciço por meio da violência e a repressom policial.