Guardia Civil e Justiça empregam-se a fundo contra a oposiçom vicinal ao porto desportivo canguês

‘Invisibilizada’ polos meios de difusom oficiais em muitos dos quais a presença de Caixanova tem um peso considerável, a vizinhança de Cangas do Morraço mantém desde há aproximadamente um ano umha tam silenciada quanto exemplar luita contra a destruiçom do seu litoral, a implantaçom ilegal dum porto desportivo nos terrenos da antiga fábrica de Massó e a construçom dumha urbanizaçom de luxo. A repressom já começou a fazer-se notar. Desde há doze meses, vizinh@s de Cangas impedem com a sua presença física diária o aterramento do litoral na área da velha fábrica conserveira no lugar do Salgueirom. A oposiçom vicinal bloqueia o acesso dos camions que pretendem deitar cascalho na Ria de Vigo e impede deste modo a construçom do porto desportivo. Segundo soubemos de fontes do conflito, o desenho urbanístico planificado para O Salgueirom é absolutamente ilegal, razom que explicaria a relativa toleráncia exibida até o momento pola Guarda Civil que, no pior dos casos, limitou-se até hoje a identificar as pessoas que impediam a continuidade das obras. Dúzias de vizinh@s citad@s para processamento judicial A concentraçom realizada ontem a partir das 8 da manhá tivo como nota especial a gravaçom d@s manifestantes por umha parelha da Guarda Civil em que se encontrava o número conhecido por um sector da vizinhança canguesa com o eloquente apelativo de ‘O Nazi’. As nove pessoas que a essa hora impediam o trabalho dos camions fôrom todas identificadas policialmente e espera-se que sejam denunciadas pola Subdelegaçom do Governo espanhol por um ‘delito’ de ‘coacçons’, apesar do cúmulo de irregularidades legais que envolvem a obra participada por Caixanova que ainda nom foi paralisada. Na manhá de hoje 30 pessoas concentrárom-se nos julgados de Cangas do Morraço para solidarizar-se com @s 15 vizinh@s processad@s pola sua participaçom nesta luita de defesa do litoral. A vista ficou adiada, umha vez que o que se presumia um juízo por umha ‘falta’ de coacçons transmutava-se num ‘delito’, agravando-se consideravelmente as penas imponíveis. @s concentrad@s deslocavam-se posteriormente à sucursal da entidade financeira na vila morracense para assinalar a sua responsabilidade na obra ilegal e denunciar a política repressiva que o subdelegado espanhol Delfín Fernández (PSOE) está a aplicar ao conflito. Madrid aposta na via repressiva Novos processamentos de vizinh@s do Morraço apontam no horizonte. Assim, o próximo dia 26 a partir das 10:00 da manhá 5 pessoas serám julgadas pola sua participaçom na luita vicinal. Aliás, outr@s 19 vizinh@s tenhem fixada a sua comparecência perante a Justiça espanhola para o 24 de Outubro. De seguir-se a linha aplicada este manhá, as penas imponíveis às pessoas processadas agravariam-se em todos os casos, demonstrando-se como a tripla pinça Guarda Civil, Subdelegaçom do Governo e Justiça apostam na repressom como medida para desactivar o conflito vicinal e facilitar que os planos de ‘Construcciones Dios’ e Caixanova vaiam avante. De Ceivar animamos @s leitor@s deste portal a participar nas mobilizaçons vicinais de solidariedade que se convoquem e a engrossar a resposta social frente à repressom que se ceva sobre os principais conflitos urbanísticos que nestes meses bordeiam toda a Ria de Vigo (Cangas, Nigrám, Vigo, Bouças, etc.).