5 detidos e 534 gramos de drogas ilegais é o magro balanço de 40 dias de ingerência policial nas escolas e liceus da Galiza

Informavamos a primeiros de Janeiro do desdobramento do ‘Plano Estratégico de Resposta Policial’ (PERP) nos centros educativos da CAG por parte da Delegaçom do Governo espanhol e dentro dum programa a nível estatal. O objectivo do citado plano era, segundo os seus autores, combater o consumo de substáncias psicoactivas ilegais na infáncia e a juventude galegas. Mais de 300 agentes foram despregados nas escolas e liceus considerados ‘conflitivos’. O balanço oficial quarenta dias após o início do operativo nom deixa de ser indicativo da magnitude mínima dumha situaçom espectacularizada e apresentada de forma alarmista e desproporcionada: cinco pessoas detidas por tráfico minorista das citadas substáncias e 534 gramos requisados em toda a CAG. Aliás, a intervençom policial em locais hostaleiros e zonas de lezer frequentadas por moç@s saldou-se com onze detid@s e menos de 2 quilos de substáncias psicoactivas ilegais requisadas. Os dados de Interior referem-se ao período de 10 de Janeiro a 19 de Fevereiro. Embora as cifras objectivas da ‘Primeira Fase do Projecto’ evidenciam as intençons reais do alarme informativo desde Janeiro –La Voz de Galicia e a companhia pública RTVG ocupárom e ocupam um local fulcral nesta questom-, o Ministro de Interior José Antonio Alonso nom duvidou em qualificar de “positiva” a introduçom dos corpos repressivos nos colégios e liceus. Alonso referiu-se às cifras globais do Estado para fazer socialmente ‘vendível’ o despregamento repressivo e incidiu na “reduçom do vandalismo urbano” como consequência do mesmo. Acrescentar a vigiláncia policial e a pressom penal na mocidade Contodo, as cifras oferecidas por Interior sobre o PERP e as publicadas nos últimos meses a respeito de outras matérias competência desse departamento ponhem de relevo a existência dumha dinámica muito diferenciada na Galiza a respeito de outras sociedades e núcleos urbanos do Estado espanhol. Diferenciaçom que, no entanto, se resolve com a aplicaçom de modelos gerais e programas repressivos muito similares aos dos grandes núcleos urbanos e áreas metropolitanas espanholas. Assim coincidem, curiosamente, a aplicaçom do PERP com a dramatizaçom do fenómeno sociológico do ‘botelhom’ e as suas consequências, a aposta por extender as medidas penitenciárias na reforma da Lei Penal do Menor, os discursos dominantes em favor do reforço do controlo familiar sobre as pessoas jovens, a criaçom e exageraçom mediática da ‘violência escolar’ ou ‘conflitividade escolar’ –denominadas indistintamente-, a responsabilizaçom quase exclusiva da juventude no consumo de substáncias estupefacientes ilegais e a penalizaçom do consumo e o tráfico minoristas ou a tendência a encerrar e regulamentar o ‘tempo livre’ da mocidade na esfera institucional. Medidas que tenhem como denominador comum estigmatizar e criminalizar a juventude galega, aprofundar políticas que visam o seu maior controlo policial e pressom penal e reforçar umha educaçom na que a cada é mais evidente a introduçom de elementos pedagógicos destinados a assegurar o temor e a obediência à autoridade, a submissom e a autocensura e mermar as potencialidades existentes neste sector da sociedade.