Delfín Fernández assegura que os atentados incendiários contra nacionalistas no Vale Minhor respondem a “contextos pessoais”

O subdelegado do Governo espanhol em Ponte Vedra estivo ontem em Baiona e aproveitou a circunstáncia para abrir a boca sobre os atentados sofridos por militantes do BNG significados na luita contra a especulaçom urbanística na comarca. Delfín Fernández minimizou a importáncia dos factos, responsabilizou os “contextos pessoais” das pessoas atacadas e a “vinganças” (sic) e assegurou que “nom há indícios que apontem a umha relaçom entre os casos”. “Os dados com os que trabalha a investigaçom também nom apontam para umha trama, da índole que for, que tenha causado estas agressons”, remachou o responsável policial em Ponte Vedra. As declaraçons realizadas por Fernández procurárom desligar nitidamente as agressons de que venhem sendo objecto cargos nacionalistas no Vale Minhor dos interesses imobiliários e urbanísticos em jogo, precisamente a tese que defende o BNG e aceita o comum da vizinhança comarcal. A intervençom de Fernández em Baiona evidencia o desinteresse das instáncias policiais que dirige por investigar os vínculos entre as máfias urbanísticas do Vale Minhor e os atentados contra nacionalistas ocorridos nos últimos meses. Embora descartou a vinculaçom dos factos, Fernández reconheceu explicitamente que nom está esclarecida a autoria dos atentados e apontou que os postos da Guarda Civil de Gondomar e Baiona e a Comandáncia de Ponte Vedra seguiriam “trabalhando até esclarecer o assunto”. Executiva do BNG pede “desautorizaçom” de Fernández polo Ministério de Interior O BNG respondeu as declaraçons do subdelegado espanhol. A Executiva Nacional da formaçom galega qualificou as declaraçons de Fernández de “irresponsáveis” e denunciou “falta de zelo profissional” nos responsáveis das pesquisas dos factos. O BNG incide em que Fernández “descarta alegremente a existência dumha trama organizada contra os cargos nacionalistas” significados na luita contra a especulaçom e aponta, aliás, que “converte as vítimas em quase culpáveis” ao atribuir os factos aos seus “contextos pessoais”. Para o Bloco resulta “óbvio” que os indícios racionais apontam para a “existência dumha conexom entre estes atentados e o facto de as suas vítimas estarem na vanguarda da denúncia contra a especulaçom imobiliária e as agressons ao ambiente”. Aliás, tacha de “precipitadas” as declaraçons do subdelegado -dado que as investigaçons “nem sequer se tenhem completado”-; pede a Fernández “que se retracte” e “aguarda” que o funcionário espanhol seja desautorizado “polas mais altas instáncias do Ministério de Interior”. Três agressons consecutivas A sucessom de ataques incendiários contra cargos nacionalistas no Vale Minhor dista de ser trivializável. Assim, David Giráldez, porta-voz do BNG em Nigrám, era atacado em 19 de Novembro passado quando uns desconhecidos davam lume ao carro aparcado junto ao seu domicílio particular. Posteriormente, o agredido em 13 de Janeiro seria Domingos Solha, vocal nacionalista na entidade local menor de Morgadáns. Nesta ocasiom dous carros particulares do cargo nacionalista eram calcinados e o incêndio transmitia-se à sua vivenda, provocando danos de consideraçom e perigo para as vidas das pessoas. A última agressom ocorrida até ao momento, aparentemente desligada das anteriores polo seu formato, foi em 9 de Fevereiro passado na pessoa de Manuel Pereiro Pérez. O ex concelheiro do Bloco em Gondomar entre 1995 e 2003 era agredido por um vizinho quando se interessava polos movimentos de terras realizados polos proprietários dum terreno privado.