Méndez Romeu anuncia criaçom dum novo corpo repressivo para o âmbito da CAG

O Conselheiro de Presidência, um dos expoentes do ‘vazquismo’ na Galiza, vem de anunciar que a sua conselharia trabalha já num projecto para a criaçom da Polícia Autonómica, formalmente dependente da Junta da CAG. O novo corpo constituiria umha nova pata do aparelho repressivo espanhol no nosso País, somando-se ao labor desenvolvido pola Polícia espanhola e a Guardia Civil. Também as Polícias locais jogam, nas principais áreas urbanas da Galiza, um importante papel repressivo significado pola perseguiçom da liberdade de expressom. Até o de agora vinha funcionando umha unidade adscrita à Polícia espanhola organicamente dependente do Ministério de Interior e formada por 350 agentes. Entre as suas funçons contava-se a vigiláncia de prédios públicos, escolta de pessoeiros e contra-vigiláncia, além do controlo dos labores de exploraçom de recursos marisqueiros e pesqueiros na costa. Baptizada com o nome de Polícia Autonómica, tratava-se na prática de mais umha unidade da polícia espanhola em versom “regionalista”, o que se explicitava nos uniformes dos seus membros: idênticos ao das sinistras unidades de intervençom, e adereçados com o escudo da Junta. Na retina de todos e todas ficam ainda as agressons a manifestantes em plena crise do Prestige às portas do parlamentinho. Os agentes participantes fôrom julgados recentemente por estes factos e condenados polo seu comportamento criminoso. O novo projecto pretende, agora si, dar mais um passo na configuraçom de um corpo repressivo dependente da Junta da CAG, contemplando a ampliaçom do seu número a 2000 agentes com funçons em tránsito, incêndios e delitos contra o património. Como é usual nos Estados ocidentais, nada diz o rascunho de quais serám as funçons do corpo no controlo e perseguiçom da dissidência política, mas antecipam-se poucas novidades: em primeiro lugar, porque os corpos repressivos do Estado som verdadeiros mestres em desenvolver labores à margem da legalidade, como som as torturas, as agressons a manifestantes, a utilizaçom de infiltrados e provocadores e a intervençom de comunicaçons sem permisso judicial. Além disso, e polo que conhecemos das experiências basca e catalá, pode-se supor que o novo corpo trabalhará cotovelo com cotovelo com a Polícia espanhola e a Guardia Civil. Polo que sabemos, os membros destes corpos repressivos e das polícias locais poderám incorporar-se à nova polícia. O projecto, que terá um custo anual de 80 milhons de euros, tampouco diz nada de se o desdobramento da Polícia Autonómica implicará umha retirada e/ou aquartelamento progressivo das forças de ocupaçom na Galiza. A intençom do bipartido é desenvolver umha política integral de segurança que implicará a aprovaçom de umha lei de polícia e a posta em andamento da Academia Galega de Segurança na Estrada como centro de formaçom dos membros do novo corpo. O projecto inspira-se na experiência da Ertzaina e dos Mossos d’Esquadra. Dos primeiros pouco há que dizer que nom se conheça já: agressons indiscriminadas em manifestaçons da esquerda independentista -incluída a utilizaçom de fogo real-, tortura contra militantes detidas e detidos e mesmo mortes de activistas de ETA. O progressivo desdobramento dos Mossos como polícia integral veu acompanhado de denúncias por atitudes e comportamentos dos seus membros; alguns fôrom condenados por torturas e detençom ilegal de imigrantes. Os tristes precedentes de outras latitudes, o entusiasmo com que o PSOE se tem entregado à repressom da dissidência política independentista e o apoio explícito do nacionalismo autonomista às leis de excepçom e ao recorte da liberdade de expressom no ámbito municipal, obriga a nom aguardar de braços cruzados, iniciando umha denúncia temperá. O autonomismo e a ‘Espanha plural’ também chegam ao ámbito repressivo.