Guardia Civil coacciona o protesto social nas comarcas rurais e periurbanas da Galiza

Dous processos recentes venhem por de manifesto, mais umha vez, a extensom que alcança a repressom de baixa intensidade contra os movimentos e conflitos sociais na Galiza rural, neste caso concreto no Condado e a Terra de Chantada. A Associaçom de Mulheres do Condado (AMC) denunciava esta semana as pressons exercidas por efectivos da Guardia Civil sobre vizinhas e vizinhos que participárom nas iniciativas de apoio à jovem Rosa Maria, agredida sexualmente polo vizinho das Neves José Luis Estévez. Segundo informa a associaçom de mulheres, enquanto o agressor vem de ser timidamente condenado com umha sançom económica e umha ordem de alonjamento por quatro anos por cometer “abusos sexuais em grau de tentativa” na pessoa de Rosa Maria, as denúncias da Guardia Civil focam-se contra vizinhas e vizinhos da moça agredida que participárom em concentraços de solidariedade face esta. As comunicaçons para declarar continuam chegando às casas. Exemplificando as práticas do instituto armado, dizer que algumhas das pessoas denunciadas nom participaram nas mobilizaçons apontadas e, inclusivamente, algumha encontrava-se fora da Galiza. Aliás, a Guardia Civil fotografou locais hostaleiros onde se apoiou a campanha feminista e obrigou os seus proprietários a emprestarem declaraçom no quartel, manifestando umha intençom clara de intimidaçom social e de fazer retroceder a resposta vizinal à violência machista no Condado. Graças ao instituto armado, mais de meia dúzia de feministas e independentistas da comarca estám processad@s “por calúnias” trás filtrar as forças de ocupaçom a José Luís Estévez a informaçom necessária para a realizaçom das denúncias. Os processos judiciais abertos sobre as mobilizaçons contra o citado vizinho, denunciado várias vezes por idênticos motivos, ponhem de manifesto o interesse do instituto armado espanhol por punir penalmente a iniciativa das mulheres do Condado, arroupa objectivamente as práticas e a impunidade em que se vinham movendo até há pouco os agressores sexuais na comarca e pretende reforçar o status quo imperante. A AMC assegura que nom cederá perante a coacçom e convoca um acto sob a legenda “Defender as mulheres nom é delito” o vindouro 28 de Outubro no centro social Baiuca Vermelha de Ponte Areas. Activista da nom-violência é processado por “atentado contra forças de segurança” Um outro processo repressivo na vila de Chantada adopta contornos irrisórios, demonstrando novamente a aplicaçom da lei do “Todo vale” para segar qualquer protesto ou movimento social nas comarcas rurais da Galiza. O vizinho de Chantada, histórico activista da ONG Bicis pola Paz e o colectivo ambientalista Xevale, Anxo Moure, será processado o vindouro 2 de Novembro polo Julgado do Penal nº 1 de Lugo. A acusaçom contra Moure é a comissom dum “atentado contra as forças de segurança”. O processamento deriva da sua detençom em 21 de Maio de 2003, quando realizava em Chantada um protesto individual contra a guerra do Iraque perante a presença do ex presidente da CAG Fraga Iribarne na localidade. As imagens gravadas testemunham a agressom recebida por Moure no momento da detençom e botam por terra a acusaçom. Paradoxalmente, portanto, quem é conhecido na Galiza por questionar pública e reiteradamente a legitimidade de determinados meios de intervençom social e política, é encausado precisamente pola sua suposta utilizaçom numha tentativa de transferir à sociedade chantadina a mensagem de que qualquer protesto perante a presença de autoridades espanholas será punida policial e judicialmente. Da Coordenadora Galega de ONGD qualificam o processo repressivo como “umha burla” e chamam ao envio de notas de imprensa e à participaçom na concentraçom que se realizará o dia do juízo.