Independentistas boicotam a presença do Fiscal Geral do Estado na USC

A presença de Cándido Conde-Pumpido na Faculdade de Direito foi esta manhá motivo de conflito na USC. O Fiscal Geral do Estado acudia ao centro universitário convidado polo decanato para ministrar umha conferência sob o título “O futuro do ministério fiscal”, despregando-se um importante dispositivo policial integrado por agentes à paisana, guarda pessoal do alto funcionário e vigilantes privados da empresa Prosegur, ligada à família Mayor Oreja. O motivo do operativo policial destinado a proteger Conde-Pumpido era impedir a boicotagem à presença do Fiscal Geral do Estado anunciada pola associaçom estudantil independentista Agir. Embora o objectivo final nom se conseguiu, lançárom-se volantinas e coreárom-se palavras-de-ordem contra a presença na USC do funcionário espanhol e impediu-se que a conferência dum dos mais importantes responsáveis políticos no desenho da repressom no Estado se desenvolvesse num ambiente de normalidade, indiferência e passividade. O rechaço à presença de Conde-Pumpido manifestou-se aliás através da apariçom de pintadas em diversos pontos do cámpus universitário. O actual Fiscal Geral do Estado, Cándido Conde-Pumpido (A Corunha, 1949), estudou Direito e Ciências Económicas na USC sendo um conhecido militante do chamado Partido Comunista Internacionalista (PCI) e activo partidário da acçom directa. Magistrado desde 1974, Conde-Pumpido exerceu como juíz na Seabra, o Carvalhinho e a Audiência Provincial de Donostia. Foi, aliás, presidente da Audiência Provincial de Segóvia e fundador em 1984 da associaçom “Jueces para la Democracia”, entidade que tem fornecido ao Estado espanhol de diversos máximos dirigentes dos ministérios de Interior e Justiça. Magistrado também do Tribunal Supremo desde 1995, opujo-se no seu dia à imputaçom de Felipe González no caso GAL. O Executivo de José Luis Zapatero respondia a este gesto e nomeava-o em Abril de 2004 Fiscal Geral do Estado em substituiçom de Jesús Cardenal, vinculado politicamente ao PP e, ao igual que Conde-Pumpido, abertamente antinacionalista. Conde-Pumpido desempenha desde a altura um cargo político fulcral dentro do aparelho repressivo do Estado, umha vez que, entre outras funçons, desenvolve em plena sintonia com a linha política definida polo Executivo de Madrid a responsabilidade de ser a acusaçom do Estado nas suas iniciativas contra a dissidência política no Estado espanhol. Conde-Pumpido tem-se caracterizado pola sua beligeráncia aberta contra o independentismo basco, chegando inclusivamente a anunciar acçons penais contra a formaçom independentista Nós-UP e impulsionar leis que recurtam notavelmente a liberdade de associaçom e reuniom.